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"Fogo, fogo, fogo."
- BTS

O sol abafa o interno de suas roupas. Mesmo com as longas vestes locais e o tecido cobrindo sua cabeça, Elara ainda tem a impressão de sua pele sendo frita a cada momento pelos raios solares.

O país de Alabasta estava envolvido em uma trama da qual ela descobrira à cerca de um mês, e se sentiu tocada a investigar mesmo indo contra o senso de sobrevivência. Agora, no meio do deserto, ela anseia por uma bebida gelada e comida fresca, tendo enjoado da água natural  de seu cantil e dos mantimentos de sua mochila. Seu camelo caminhava initerruptamente pelas dunas de areia do deserto, e tudo o que a garota podia fazer era cochilar sentada e esperar pela chegada em Alubarna.

Depois de algumas poucas horas, desconfiando de delírio, ilusão, loucura ou seja o que fosse, a garota sente o camelo diminuindo os movimentos, e ela passava agora perto de o que parecia ser algum tipo de bar ou cafeteria do deserto. Ela pensa um pouco sobre como aquilo parecia muito uma armadilha ou um negócio nada lucrativo, mas a vontade a estava matando, então ela parou o camelo e o amarrou em uma pequena estaca no chão próxima ao estabelecimento.

O lugar era simples, com poucas mesas e algumas cadeiras no balcão, lá dentro haviam apenas um homem de capa escura e chapéu e uma mulher de óculos e cabelos azuis presos em um rabo de cavalo baixo e cheio.

— Boa tarde — a garota diz, sentando no banquinho do balcão, jogando a mochila de suas costas no seu lado no chão — Qual a bebida mais gelada que vocês tem?

Elara retira o tecido que cobre sua cabeça, sobe as mangas de sua roupa e abre o tecido do vestido até os joelhos, na tentativa de procurar um pouco de refresco. A mulher atrás do balcão observa por cima dos óculos todos os seus momentos.

— Bebe álcool?

— Se estiver gelado...

A mulher ainda a olha desconfiada, mas puxa gelo e copo de alguns compartimentos em seu local de trabalho. Elara não observa exatamente o que é colocado no copo, esperando apenas pela sensação de algo gelado na língua.

— A viagem pelo deserto é cansativa, não? Ainda mais para uma raposa.

O homem sentado ao seu lado bebe algo em um tom caramelado, com alguns pratos vazios ao lado do copo. Suas roupas são vermelhas, mas o chapéu pendurado em suas costas traz a garota uma memória familiar.

— Realmente é. Mas imagino que vir do Novo Mundo até o começo da Grand Line seria mais, não?

Ele estaciona seu copo que ia em direção aos lábios, virando levemente a cabeça para ela, uma expressão neutra no rosto.

—Não imagino o que faz por essas bandas. Tampouco imaginava encontrar tal celebridade fazendo uma boquinha no meio do deserto de Alabasta. — O copo de Elara é colocado em sua frente, e ela toma o canudo entre os dedos, provando um gole de sua bebida.

— Celebridade, eh? — ele toma mais um gole de sua bebida. — Quanto tempo faz desde a última vez?

— Eu considero 550 milhões de berries uma bagatela digna de ser chamada de celebridade, Ace. Acho que quase dois anos...

Temos pouco de diferença em nossos cartazes...se eu sou a celebridade, você é a estrela?

Ele fica em silêncio por um momento, um leve sorriso sobe do canto de seus lábios conforme ele termina sua bebida em um único gole, e chama a garçonete para lhe servir uma última porção do que estaria comendo antes.

Neblina - Portgas D. AceOnde histórias criam vida. Descubra agora