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POV Severus Snape
Os primeiros dias foram
com certeza os piores. Tanto
eu como meu lado Bakant não
podíamos quase nos impedir
de irmos atrás de nossa
companheira. O anel
funcionou bem o suficiente
para me impedir de definhar
até a morte, mas eu sentia sua
falta a cada segundo.
Com o tempo, meu
Bakant adormeceu. Era como
se ele estivesse em um sono
profundo, hibernando, apenas
a espera de nossa pequena.
Depois de anos de
espera, agora eu contava os
segundos para rever minha
pequena companheira. Fui ao
jantar de boas vindas mal
contendo minha alegria, mas
parece que o destino não
gosta de mim, já que quando
os primeiranistas chegaram,
eu não pude senti-la. Primeiro
pensei que fosse o anel/
amuleto que me impedia de
reconhecê-la, mas conforme
todos foram selecionados e
seu nome não foi chamado,
me desesperei.
Eu não estava errado.
Ela completaria 11 anos em
alguns dias. Ela deveria estar
aqui!
Mil coisas passavam por
minha cabeça, e a única que
me acalmava era a certeza de
que ela estava viva.
Todos no castelo
perceberam meu mau humor,
que estava consideravelmente
pior no decorrer daquele ano.
Pensei seriamente em me
demitir, mas algo me impediu.
Graças a Merlin!
Agora, um ano havia
passado, e eu novamente ia
em direção ao jantar de boas
vindas. Estava quase
chegando à porta de entrada
dos professores quando
aquele cheiro me atingiu com
completa força. A fera que
hibernava em mim despertou.
Seu cheiro estava me
deixando alucinado, e o que
eu mais queria era correr até
ela e prende-la em meus
braços, certificando-me que
ela estava bem, viva, segura.
Fiz o possível para me
controlar, e então esperei
ansiosamente para vê-la
sendo selecionada. Eu sabia
que era ela no segundo que
ela sentou naquela
banquetinha e o chapéu a
selecionou para Griffindor.
Griffindor! Mas era impossível
não reconhecê-la, ainda mais
com aqueles cabelos tão
parecidos com os de Bellatrix.
Durante a noite não
pude dormir. Nem na
primeira noite, nem na
seguinte, nem na próxima. A
fera em mim queria se
libertar. Queria correr até ela
e marca-la de uma vez, para
que enfim pudéssemos ficar
juntos. No fundo eu queria o
mesmo, mas sabia que não
podia.
Ela - e todos no castelo -
acreditava ser uma nascida-
trouxa. Eu não podia assusta-
la.
Na primeira aula que
dei a minha companheira, mal
pude esconder o orgulho e a
admiração ao vê-la querendo
responder as perguntas que
eu fazia, e mais tarde
preparando a poção
muitíssimo bem. Era irritante
não poder elogia-la e dizer-
lhe como ela era inteligente.
Então uma semana
depois ela estava ali. Minha
pequena Hermione estava ali,
na minha frente, confiando em
mim e pedindo a minha ajuda.
Assustei-me e fiquei
muitíssimo preocupado em
saber de seus pesadelos e a
intensidade deles, mas feliz
por ela confiar em mim,
mesmo depois de não ter
tratado-a tão bem como eu
queria.
O Bakant ronronava de
felicidade. Assim que tive um
período livre naquele dia,
passei a preparar a poção de
sonho sem sonhos,
acrescentando alguns
ingredientes a mais para
deixar minha pequena mais
tranquila durante a noite.
Maya entregava as
poções todas as noites, e
certificava-se de que
Hermione estava dormindo
tranquilamente antes de sair
do quarto.
Eu pude ver seu
progresso ao passar dos dias.
Sua magia se mostrando tão
grande e poderosa como a dos
pais. Meu único desgosto foi
vê-la passara a andar com o
Potter e os Weasley, mas
infelizmente não havia nada o
que fazer.
O fim do ano letivo
estava próximo. Eu havia
preparado poção o suficiente
para seu tempo de férias. Eu
não queria que julho
chegasse. O Bakant era a
favor de a raptarmos, ou
então de segui-la e vigia-la
durante as férias, mas eu
sabia que nada daquilo
poderia acontecer.
Então eu fiquei
desesperado. Dumbledore
pediu que eu fosse até a ala
hospitalar, ajudar Pomfrey a
cuidar dela, do Potter e do
Weasley. Com o passar dos
anos, eu havia conquistado
completamente a confiança do
velho, então ele me contou o
que havia acontecido com os
três, em sua busca pela pedra
filosofal.
Eu estava dividido entre
a vontade de dar-lhe um belo
castigo por ter se metido onde
não devia e corrido perigo
desnecessário, e inchado de
orgulho por saber que ela
havia desvendado minha
charada perfeitamente. Ao
mesmo tempo estava
ressentido por Quirell não ter
conseguido completar a sua
tarefa e trazer o Lord de volta
a vida. Isso mostraria a
verdade a todos, então eu não
precisaria mais ser o espião, e
Hermione saberia a verdade.
As aulas acabaram, e eu
vi minha menina ir embora,
mas dessa vez eu sabia que
ela voltaria.
No ano seguinte, seu
segundo ano, eu não podia
estar mais preocupado.
Apesar de Hermione ser
sangue puro, todos
acreditavam que ela era
trouxa, e apesar do Basilisco
não poder mata-la, podia
petrifica-la. E foi o que
aconteceu.
Antes da minha
companheira virar pedra, vi
quando ela roubou alguns de
meus ingredientes, e Maya
contou que ela estava
preparando uma poção no
banheiro da Murta.
Preocupado com o que podia
lhe acontecer, fui até lá sem
que ninguém percebesse, e de
certa forma me surpreendi em
ver a poção polissuco sendo
preparada perfeitamente.
Acompanhei o processo de
longe, pronto para interferir a
qualquer instante, mas não foi
necessário.
Não cheguei a saber
para que ela usou a poção,
mas suspeito que algo deu
errado, já que ela se
transformou em uma linda
meia-gata.
Enfim. Logo que as
mandrágoras de Sprout
estavam prontas, preparei o
antídoto para os alunos que
viraram pedra. Não é preciso
dizer que o Bakant quase se
jogou em Hermione quando
ela acordou...
Mais uma vez Potter
impediu que o Lorde das
Trevas retornasse. Mais uma
vez ela foi embora sem saber
a verdade.
Novamente eu estava
preocupado. Dessa vez porque
aquele velho caduco havia
contratado um lobisomem
para lecionar. Imediatamente
me ofereci para preparar a
poção mata-cão, assim eu
teria certeza que Lupin não
poderia fazer mal a minha
pequena companheira. Talvez
fosse egoísmo me preocupar
tanto com o lobisomem, sendo
que eu mesmo abrigava uma
fera dentro de mim, mas eu
tenho controle sobre o Bakant,
e também tenho certeza de
que ele nunca machucaria
Hermione.
Fiquei orgulhoso quando
no começo do ano todos os
professores foram informados
que a Srta Granger estaria
usando um vira-tempo
durante o ano para
acompanhar todas as
matérias. Eu já sabia que ela
era inteligente, mas não
imaginei que fosse se
aventurar em cursar tantas
disciplinas novas.
O ano passou
relativamente tranquilo.
Quando tive que substituir
Lupin em uma aula de DCAT
no terceiro ano e falei sobre
lobisomens, tive certeza que
Hermione havia ligado os
pontos. Já era final do ano
letivo quando senti um medo
que não vinha de mim. O anel
continuava em meu dedo, mas
eu sabia que aquela sensação
ruim estava vindo de
Hermione.
Deixei que o Bakant
tomasse praticamente todo o
controle sobre o meu corpo, e
ele me levou até a Casa dos
Gritos, onde minha menina
estava acompanhada por
Potter, Weasley, Lupin e
Black.
Eu sabia que Black era
"inocente", mas isso não
mudava em nada minha raiva
para com ele, e nós - eu e o
Bakant - não gostávamos de
vê-lo tão perto de Hermione.
Fui estuporado, e quando
acordei Lupin havia se
transformado. Em um ato
impulsivo me joguei na frente
da minha pequena, para
protegê-la do animal, e
felizmente todos saímos
inteiros.
Mais tarde Dumbledore
disse que Hermione havia
usado o vira-tempo para
libertar Bicuço e Black da
morte. Nem tudo poderia ser
perfeito.
Antes dos alunos
voltarem para casa, Hermione
devolveu o vira-tempo a
McGonagall dizendo que já
havia mexido muito com o
tempo para a vida toda.
O quarto ano então
começou, e com ele o torneio
tribruxo. Acompanhei de
longe sua interação com
Krum. Maya me contou que
eles eram amigos, e que
passavam tempo conversando
pelo castelo.
Eu sentia por só vê-la
durante as aulas e refeições.
Queria poder falar com ela a
sós novamente, mas não podia
fazer isso sem levantar
suspeitas.
Eu não podia manter
contato com nenhum
Comensal para não levantar
suspeita, então era mais difícil
saber sobre o Lorde das
Trevas, mas eu podia sentir
que algo estava mudando.
Karkarof foi toda a
confirmação que eu precisava.
O baile de inverno
chegou. Da mesa dos
professores eu a vi entrar nos
braços daquele búlgaro. Ela
estava linda. Ela não era mais
uma criança.
Era torturante como o
tempo estava passando rápido
desde que a reencontrei.
Agora ela já estava com 15
anos. Eu nunca quis que dois
anos passassem tão rápido.
Depois de vê-la dançar
com o búlgaro, sai do salão.
Tão errado quanto possa
parecer, eu a desejava. Meu
último contato sexual havia
sido antes de ver Hermione
pela primeira vez, há 15 anos.
Não era como se eu desejasse
outras mulheres, mas isso
apenas aumentava minha
vontade de tê-la. Não sei
quem estava mais estressado
por vê-la com outro homem:
eu ou o Bakant.
Tive uma discussão com
Karkarof no jardim, e estava
quase chegando aos meus
aposentos quando senti uma
dor totalmente diferente de
tudo o que eu já havia
sentido. Eu sabia que era
Hermione. A pontada de dor
passou um segundo depois, e
eu não pude sentir mais nada,
então deixei de lado qualquer
preocupação, mas naquela
noite não fui capaz de dormir.
Era como se algo dentro de
mim tivesse quebrado.
Na manha seguinte tudo
havia voltado ao normal. Eu
me esforcei ao máximo para
não pensar no que havia
sentido na noite anterior. Algo
me dizia que eu não poderia
controlar minha fera se eu
soubesse o que causou aquela
dor.
Até o fim do torneio, eu
pude ver Hermione crescer
cada vez mais perto do
búlgaro, e uma parte bem
grande de mim, torcia para
que ele morresse durante
torneio, o que infelizmente
não aconteceu.
Dessa vez o ano
terminou com chave de ouro.
Potter não conseguiu impedir
que Voldemort retornasse. Eu
senti novamente o prazer de
minha marca queimando em
meu braço esquerdo. E
quando o ano terminou, eu
tinha certeza que as coisas
começariam a acontecer
agora, e que logo eu teria
minha pequena em meus
braços.

Don't be fear of the darknessOnde histórias criam vida. Descubra agora