Capítulo 7

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POV Hermione Granger
Essas estavam sendo as
melhores férias desde que
comecei Hogwarts.
Logo que cheguei em
casa, Jean fez um
interrogatório completo sobre
Viktor, e tudo o que aconteceu
entre nós. Apesar de
inicialmente estar morrendo
de vergonha, contei tudo a
minha mãe, inclusive os
detalhes de cada noite que
passamos juntos. Ela
perguntou se estávamos
namorando, e eu
imediatamente neguei. O que
eu tinha com Viktor era algo
mais... físico. E fora isso ele
também era um amigo.
Quando contei que ele me
convidou para visita-lo
durante as férias, Jean
rapidamente convenceu Paul a
me deixar ir. Ela estava super
feliz por mim.
Passei a última semana
de julho com Viktor, e posso
dizer que aproveitamos muito
aquele tempo sozinhos. Viktor
estava aproveitando também
para descansar, já que
voltaria a treinar no mês
seguinte, dessa vez se
dedicando inteiramente ao
quadribol, sem precisar se
preocupar com os estudos.
Quando nos despedimos,
prometemos manter contato, e
quem sabe nos
encontraríamos em breve...
Agora, começo de agosto,
recebi uma carta da
professora McGonagall
dizendo que por causa da
volta daquele que não deve ser
nomeado , professor
Dumbledore havia reaberto a
Ordem da Fênix, e para minha
segurança eu deveria passar o
resto das férias com os
Weasley na Mansão Black. Ela
virá me buscar amanha, já
que a casa é protegida pelo
feitiço Fidelius , fazendo com
que eu não possa chegar lá
sozinha por enquanto.
- Mãe, pai - chamo
enquanto estou descendo as
escadas.
- Na sala, querida! -
Ouço a voz de Paul e vou até
lá - Está tudo bem Mione?
- Sim, mas ou menos, na
verdade - falo ignorando o
apelido. Sento e me preparo
para finalmente contar a eles
o que tem acontecido no
mundo mágico. - Preciso
contar umas coisinhas a
vocês. Lembram que eu contei
sobre um bruxo das trevas
que aterrorizou o mundo
bruxo anos atrás, e que sumiu
quando tentou matar meu
amigo, o Harry?
- Sim - disseram os dois.
- Bem, ano passado
houve o torneio tribruxo, que
já falei a vocês, o que eu não
disse é que durante a última
prova, um dos servos desse
bruxo o trouxe de volta.
- Isso significa que ele
irá atrás do seu amigo, não? -
perguntou meu pai, já
entendendo mais ou menos
onde eu queria chegar com
essa conversa.
- Exatamente. Eu acabei
de receber uma carta de
Minerva, e ela e o professor
Dumbledore acham que por
eu ser a melhor amiga do
Harry, os Comensais da morte
podem tentar vir até aqui. Por
esse motivo amanha cedo
Minerva virá aqui para me
levar até a Ordem, onde
estarei mais protegida, e ela
também colocará feitiços de
proteção ao redor da casa
para que nada aconteça a
vocês dois, e para que
ninguém que vocês não
convidem possa entrar aqui.
- Mas você ficará bem?
Não seria melhor te transferir
para outra escola, para um
lugar mais seguro? -
Perguntou Jean preocupada.
- Não mãe. Harry é meu
melhor amigo. Eu não vou
abandona-lo, ainda mais
agora que ele precisará de
toda ajuda possível.
- Eu só quero que você
fique bem.
- Eu sei, e prometo que
farei o meu melhor para sair
viva da guerra que está vindo.
- disse com determinação.
- Talvez esse não seja o
melhor momento - disse Paul
depois de um breve silêncio -,
mas eu e sua mãe temos algo
para te contar.
Os dois trocaram um
olhar, como se estivessem
conversando sem palavras, e
Jean acenou, permitindo-o
falar.
- Minha filha... você já
vai fazer 16 anos. Nunca te
contamos isso por que sempre
a achamos muito nova. E
então descobrimos que você
era uma bruxa, e você
começou a ir para Hogwarts, e
o tempo foi passando...
Espero que você não fique
brava conosco por mantermos
isso de você por tantos anos.
- Não se preocupe pai.
Vocês são minha família. Nada
pode mudar isso.
Jean sorriu tristemente e
apertou a mão de meu pai. Eu
não fazia ideia do que estava
acontecendo, e esse mistério
estava me deixando mais do
que curiosa.
- Eu não podia ter filhos
- começou minha mãe - foi
uma péssima noticia para mim
e seu pai quando descobrimos
isso. Ficamos abalados. Nós
queríamos tanto uma
criança...
- Então há 14 anos -
continuou Paul - quando eu e
sua mãe estávamos voltando a
pé do consultório uma noite,
nós encontramos uma
pequena garotinha perdida
nessa rua. Sabíamos que ela
não era de nenhum de nossos
vizinhos, pois nenhum deles
tinha filhos pequenos...
- Nós perguntamos a
menininha qual era o seu
nome. Hermione ela disse. -
Disse Jean delicadamente, e
uma lagrima caiu de meus
olhos. - Perguntamos então
onde seus pais estavam. Ela
disse que não sabia. Que ela
estava com um amigo de seus
pais quando tudo ficou escuro
e ele mandou que ela fugisse.
- Te trouxemos para
casa - disse meu pai - e no dia
seguinte fomos até um
cartório, mas você não
conseguia lembrar-se de
quase nada de sua antiga
família. Uma psicóloga disse
que era por conta do trauma
que você sofreu ao perder
seus pais. Procuramos então
por registros de nascimento,
mas não havia nada sobre
uma menina nascida há dois
anos chamada Hermione.
Como você estava sozinha
quando te encontramos,
decidimos que você não
poderia ter nascido em outra
cidade.
- Eles queriam leva-la
para um orfanato - passou a
dizer Jean - mas eu e seu pai
já havíamos conversado, e
tínhamos decidido que se não
achássemos seus verdadeiros
pais, ficaríamos com você.
Antes que pudessem
preencher os papeis para
leva-la, eu disse que não
podia ter filhos, e que
queríamos adota-la. Não foi
difícil conseguir sua guarda.
De todo modo, passamos mais
um ano tentando achar a sua
verdadeira família, mas você
era muito pequena, e a cada
dia que passava as
lembranças iam acabando, até
que paramos.
- Isso quer dizer que...
que vocês me adotaram... -
disse tentando absorver
aquela noticia inesperada -
Quantos anos eu tinha?
- Dois. Você nos disse o
dia de seu aniversário. Isso
restringiu ainda mais a busca
por seus pais - disse Paul.
- Se não há nenhum
registro de nascimento meu,
isso quer dizer que meus pais
são bruxos. - falei.
- Sim. Foi o que
pensamos quando sua
professora veio até aqui nos
contar sobre seu mundo.
- Porque vocês não
contaram a ela? Professora
McGonagall poderia ter
procurado por minha família
no mundo bruxo. - disse um
pouco revoltada.
- Por um segundo
pensamos em fazê-lo - disse
Paul - mas achamos que seria
um impacto muito grande se
você descobrisse daquela
forma, e não tivemos
oportunidade de falar a sós
com McGonagall. Decidimos
então que te contaríamos
quando você estivesse um
pouco maior, e então você
poderia decidir sozinha o que
quer fazer.
Mesmo querendo, eu
não conseguia sentir raiva de
Jean e Paul. Sim, eles deviam
ter me contado antes, e sim,
eu estava completamente
chocada, mas eu não
conseguia odia-los por não o
terem feito. No fundo eu sabia
que eles me amavam, e que
fizeram o melhor para mim.
Foi então que algo clicou em
minha mente.
- Hum... se vocês me
acharam quando eu tinha dois
anos, o pesadelo que tenho
pode realmente ser uma
lembrança, não? E eu ter
medo do escuro deve ser
consequência de algo que
aconteceu na noite que vocês
me acharam, já que vocês
disseram que um amigo dos
meus pais me mandou fugir,
deve ser porque aconteceu
alguma coisa...
- É o que pensamos. -
disse minha mãe. -
achávamos que você logo
superaria esse medo, e os
pesadelos ficariam para trás,
mas com o passar dos anos,
acabamos chegando à
conclusão que algo aconteceu
naquela noite, algo que te
marcou para sempre, por isso
esses temores.
- Sim... agora faz um
pouco mais de sentido. No
pesadelo está escuro, por isso
meu medo do escuro; e eu
chamo por alguém. Essa
pessoa deve ser o amigo dos
meus pais. Mas então, no
pesadelo, eu sinto que estou
sozinha. A pessoa que estava
comigo deve ter ativado uma
chave de portal, ou usado
algum outro meio mágico para
me mandar para longe. Foi
quando vocês me acharam.
- Isso explica porque
você se sentia tão perdida. -
disso Paul, e depois de uma
pausa, continuou - Seus
pesadelos pararam? Sei que
você ainda tem medo do
escuro, mas desde que você
começou a ir para Hogwarts,
não me lembro de você
acordar durante a noite...
- Pararam mais ou
menos... No meu primeiro
ano, pedi ao professor de
poções para me fazer uma
poção chamada sonho sem
sonhos. Ela faz com que a
pessoa durma tranquilamente,
e impede que a mente
funcione, produzindo
qualquer tipo de sonho ou
pesadelo. Desde aquele dia o
professor Snape tem enviado
para meu quarto em Hogwarts
uma dose dessa poção toda a
noite, e antes de todas as
férias, ele me manda poção
suficiente para até eu voltar à
escola.
- Acho que precisamos
agradecer a esse professor
então, por estar cuidando tão
bem de nossa menina - disse
Paul me fazendo rir
incontroladamente. - Qual é a
graça?
- Eu estava imaginando
a cena... O professor Snape
não é muito querido pela
maioria dos alunos. Seria
extremamente cômico ver
você agradecendo-o por
cuidar de mim... Ele
provavelmente mataria
alguém.
Ficamos em silêncio, e
encaro meus pais. Eles estão
preocupados e um tanto
tristes.
Vou até eles e abraço-os.
- Não importa que vocês
não sejam meus pais
biológicos. Foram vocês que
me criaram; vocês que me
ensinaram tudo o que sei. Eu
amo vocês, e mesmo que eu
conheça meus verdadeiros
pais, esse sentimento nunca
vai mudar, e eu sempre serei
sua filha.
- Nós também te
amamos Mione. - diz Jean, e
ambos beijam minha cabeça -
agora vá deitar, você tem que
acordar cedo amanha para
esperar sua professora.
E assim fiz, dormindo
imediatamente após tomar
minha poção, sem ter
oportunidade alguma de
pensar em tudo o que eu
havia descoberto.

Don't be fear of the darknessOnde histórias criam vida. Descubra agora