Capítulo 19

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No último capítulo...
- RIDDLE!
Tudo pareceu estar em câmera lenta. Eu pude ver o raio de luz verde vindo diretamente em minha direção, mas eu estava tão cansada... Meu corpo parecia não responder aos estímulos enviados por meu cérebro. Tudo parecia se mover em câmera lenda, eu não conseguia me mover rápido o suficiente. O pavor tomou conta de mim e eu soube que não havia nada que eu pudesse fazer.
Eu quase pude sentir o feitiço tocar meu peito. Senti meu peito se aquecer, meus olhos se arregalarem e um grito começar a se formar em minha garganta, mas de alguma forma me vi estirada contra o chão a metros de distância. Gritei desesperada, perdida. Com a vista embaçada e o corpo em choque, apenas identifiquei olhos extremamente vermelhos a poucos centímetros de meu rosto. Então o resto de minha consciência se foi e tudo escureceu.
Capítulo 19
POV Hermione Riddle

Se aquilo era morrer, eu estava bem. Mais ou menos. Eu sentia meu corpo cansado e dolorido, e parecia que havia um trem dando voltas dentro de minha cabeça. Eu podia sentir que eu estava deitada sobre algo quente e macio. Imagens do que tinha acontecido passaram por meus olhos como em um filme. Eu estava morta? Eu lembrava-me da maldição vindo em minha direção, mas por algum motivo eu não tinha certeza se ela me acertou ou não. Cheiro de mofo invadiu meu nariz, fazendo-me espirrar.
Parece que eu não morri, ao menos que mortos também tenham alergia. Pensei ao espirrar novamente.
Senti algo se movendo ao meu lado e, assustada, abri os olhos. Tentei me levantar, mas fraca como eu estava, mal consegui me apoiar em meus braços e caí contra o que eu estava deitada. Um arquejo de dor saiu de minha boca, e em um instante um animal estava em cima de mim.
A pouca luz do lugar não era de muita ajuda, permitindo-me apenas identificar o que parecia ser um gato preto gigante de olhos vermelhos respirando pesadamente contra meu corpo. O animal rosnou e medo passou por minha coluna. Ainda com a mente um pouco nublada, tentei me afastar do bicho, mas a tentativa de me mover só serviu para aumentar meu nível de dor. Como se sentisse o pânico que começava a tomar conta de mim, o animal se afastou, permitindo que eu visse suas grandes asas negras. Bakant. Minha mente sussurrou e eu imediatamente me acalmei.
- Sev? - o chamado saiu inconscientemente. Minha voz estava rouca e minha garganta seca.
O Bakant piscou demoradamente e voltou a se aproximar de mim com calma, provavelmente temendo me assustar. Ele esfregou sua cabeça contra meu rosto. Tentei acariciá-lo, mas assim que toquei seu pelo macio ele saltou para longe de mim.
Apesar de minha visão restrita por conta da minha posição, pude assistir enquanto o animal voltava a tomar forma de homem.
Severus aproximou-se de mim sem nenhuma palavra e me ajudou a sentar. Agora eu podia ver que eu estava em um pequeno quarto desconhecido a mim, em uma cama de solteiro macia e cheia de almofadas.
- Júpiter! - Severus chamou e um elfo apareceu ao nosso lado - Traga uma jarra de água e tudo mais que a Srta. Riddle desejar. - o elfo respondeu um "sim, Sr Snape" e Sev virou-se para mim. - Este quarto fica ao lado do meu laboratório. Eu irei buscar algumas poções, se você precisar de algo é só gritar, mas tente não fazer esforço, seu corpo ainda está se recuperando.
Acenei em confirmação e o assisti sair da sala, deixando-me com Júpiter. Pedi que o elfo trouxesse apenas a água e ele me deixou sozinha por um segundo. Nunca senti tanto prazer em beber um copo de água como dessa vez. Minha garganta seca parecia absorver cada gota do liquido. Concentrei-me na tarefa de não derrubar o copo, mas minhas mãos trêmulas não eram de grande ajuda.
Pouco depois Severus voltou dando ordens a outro elfo que aparatou assim que seu mestre terminou de falar.
- A senhorita não foi atingida por nenhum feitiço, apesar daquela maldição da morte ter quase acertado seu peito. Sua dor é proveniente do desgaste físico, por isso quero que você beba essa poção - peguei o frasco que ele me oferecia e bebi o seu conteúdo que quase me fez vomitar, mas na mesma hora me senti melhor. - Esta aqui é para repor suas energias e esta para a dor de cabeça.
Bebi os outros dois frascos que Sev me entregou, sabendo que apesar de necessárias, estas poções eram uma forma de adiar o assunto principal.
Finalmente Severus pediu para que o elfo nos deixasse a sós e se afastou o máximo possível da cama, ficando encostado contra a parede ao lado da porta.
Enfim estávamos sozinhos. Não precisei que ele me explicasse o que estava acontecendo. No momento em que reconheci Severus na forma de seu Bakant, eu soube. Tornou-se óbvio que eu era sua companheira. Olhando para trás eu tentava entender como eu não havia percebido antes. Meu coração batia acelerado com a descoberta, quase saindo de meu peito para se encontrar com seu dono, sua outra metade. E agora eu não sabia se eu estava feliz ou com raiva. Sim, é claro que eu estava feliz, mas nada conseguia tirar de minha mente que Severus e meus pais não me contaram a verdade antes. Ou que eu fui cega o suficiente para não enxergá-la por mim mesma.
From underneath the trees, we watch the sky/ Debaixo das árvores, nós vemos o céu
Confusing stars for satellites/ Confundindo estrelas com satélites
I never dreamed that you'd be mine/ Eu nunca sonhei que você seria minha
But here we are, we're here tonight/ Mas aqui estamos, estamos aqui esta noite
Singing Amen, I'm alive/ Cantando Amém, eu estou vivo
Singing Amen, I'm alive/ Cantando Amém, eu estou vivo

Don't be fear of the darknessOnde histórias criam vida. Descubra agora