Capítulo 8

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POV Hermione Granger
Como de costume,
acordei bem cedo no dia
seguinte. Enchi a banheira e
peguei um livro trouxa para
ler. Eu sabia que assim que
parasse, meu cérebro
começaria a trabalhar em
tudo o que descobri ontem, e
eu ainda não estava pronta
para que isso acontecesse.
Deitada em baixo da
água, fiquei lendo até que
meu despertador tocasse,
anunciando que estava quase
na hora de Minerva chegar.
Arrumei-me rapidamente
aproveitando o calor.
Quando desci para tomar café
da manha, meus pais já
estavam na mesa.
- Bom dia Mione! Como
passou a noite? - perguntou
Paul beijando minha testa
depois que cumprimentei
Jean.
- Tranquila na verdade.
Dormi logo que deitei, e até
agora não tive oportunidade
de pensar em tudo o que
vocês me contaram, então
estou bem.
Não demorou muito, e a
professora McGonagall
chegou. Ela subiu no meu
quarto e encolheu minha mala
com as coisas de Hogwarts.
Despedi-me rapidamente de
meus pais, prometendo que
iria lhes mandar cartas.
Minerva me entregou
um pedaço de pergaminho
onde estava escrito "A sede da
Ordem da Fênix encontra-se no
largo Grimmauld, número
doze, Londres" e então fomos
com pó de Flu até a Mansão
Black. Depois que a Sra.
Weasley fez seu conhecido
discurso de "você está muito
magra!", levei minhas coisas
para o quarto que dividiria
com Gina, e voltei para a sala.
Não imaginava que
veria Sirius, e ele se pôs a
contar tudo o que tinha
acontecido desde a volta
daquele que não deve ser
nomeado e sobre a Ordem da
Fênix. Infelizmente, a Sra.
Weasley nos ouviu
conversando, e me chamou
para ajuda-la com o almoço,
impedindo que Sirius me
contasse qualquer coisa a
mais.
Mais tarde no mesmo
dia, fiquei indignada quando
soube que Harry não sabia de
nada sobre a Ordem, e que
estávamos proibidos de
enviar-lhe cartas, ou de sair
daquela casa. Eu não era a
única totalmente entediada.
Os gêmeos eram - como
sempre - os únicos que
conseguiam se divertir
naquela casa mal
assombrada.
A primeira noticia que
tive de Harry não foi das
melhores, o Sr Weasley
chegou do Ministério uma
tarde dizendo que Harry
havia sido intimado por usar
magia na frente de um trouxa.
Algo haver com dementadores,
mas mesmo assim fomos
impedidos de fazer qualquer
coisa. Felizmente Sirius
conseguiu convencer Molly a
deixa-lo mandar um recado
para Harry.
Durante a noite,
enquanto todos dormiam, eu
fiquei observando o céu. Pela
primeira vez eu não queria
tomar a poção de sonho sem
sonhos, pela primeira vez eu
queria entender tudo o que
meus pais trouxas haviam me
contado.
Decidi sentar-me em
frente à lareira da sala para
pensar. Nada melhor do que
observar o fogo e deixar a
mente voar por todos os
pensamentos escondidos na
mente. Estava prestes a me
sentar em um sofá, quando
percebi que não estava
sozinha. Um vulto estava
escorado a parede, vendo a
quietude da rua.
- Herms... - a voz de
Sirius ecoou pela sala.
- Sirius - respondi
hesitante - Desculpe, não
imaginei que alguém fosse
estar acordado há essa hora...
Vou voltar para o quarto...
- Fique - ele disse
quando eu estava me virando
para sair - Se você está
acordada, é porque, como
acontece comigo, algo te está
perturbando.
- Você está certo. - sorri
e me sentei próxima ao fogo.
Depois de alguns segundos de
silêncio completei - Você sabe
que Harry vai ficar bem, não?
Quer dizer, ele só pode ter um
imã para atrair tantos
problemas, mas
milagrosamente ele sempre sai
vivo.
Ele riu/latiu brevemente,
e então se juntou a mim no
sofá.
- Você está certa, mas
não posso evitar ficar
preocupado. Desde que James
morreu... Eu sinto como se
Harry fosse minha
responsabilidade, e não poder
ajuda-lo é frustrante.
- Ele vai ficar bem... -
era a única coisa que eu
poderia dizer.
Senti o calor do fogo, e
não pude me impedir de
admira-lo. As chamas
dançavam levemente agora,
baixas e em breve se
extinguiriam, mas ainda eram
belas. Algumas mechas de
meu cabelo caíram sobre meu
rosto formando uma leve
cortina, mas deixei que elas
ficassem lá. Eu estava
divagando completamente,
sem saber ao certo sobre o
que estava pensando,
provavelmente tudo e nada ao
mesmo tempo, quando senti
uma mão de Sirius puxando a
mecha de cabelo para longe
do meu rosto.
Com o pequeno susto
que levei pelo contato
inesperado, olhei para cima
apenas para encontrar Sirius
me encarando. Ele parecia
completamente perdido em
lembranças e pensamentos.
- Sirius? - Pedi um tanto
incomodada com o olhar fixo.
- Você me lembra
alguém... - ele disse me
pegando completamente
desprevenida. - Mas por que
você está acordada? Duvido
que esteja tão preocupada
com meu afilhado...
Sorri sem ter certeza do
que responder, mas algo me
dizia que eu podia confiar
nele, e eu não queria guardar
esse segredo de todos.
- Se eu te contar algo,
promete que você nunca vai
dizer nada sobre isso a
ninguém?
Ele inclinou a cabeça
para o lado, e levou um braço
para trás do pescoço
alongando-se.
- Esse será o nosso
segredo - ele disse olhando em
meus olhos.
Por um segundo, eu não
sabia por onde começar, mas
quando me dei conta, eu já
estava falando tudo, sobre
meus pesadelos e meu medo
do escuro, sobre quando
descobri que era bruxa e o
primeiro ano quando pensei
que nunca teria amigos e
sobre o ano passado, até que
enfim disse sobre o que meus
pais haviam me contado dias
atrás, e eu não ter certeza se
era bom ou ruim ser adotada,
ou o medo de descobrir quem
eram meus verdadeiros pais...
Enfim, disse tudo, até o que
eu não sabia que me afligia.
Quando terminei, ficamos nos
encarando. Ele novamente
começou a mexer no meu
cabelo.
- Como eu disse, você me
lembra alguém. Não agora,
mas quando eu era mais novo,
antes de ir para Hogwarts... o
seu cabelo...
- Você acha que poderia
ser minha mãe? - pergunto
metade temendo a resposta, e
metade irritada por ele ter
invocado com meu cabelo. -
Quem é ela?
- Não sei, talvez. Eu não
sei quem ela é. Apenas
quando olho para você, é
como se já tivesse te visto em
outra pessoa, mas não consigo
lembrar quem... Pode ser uma
impressão, tanto tempo em
Azkaban não pode ter me
deixado completamente são,
mas prometo que se lembrar
de qualquer coisa vou te dizer
imediatamente.
- Obrigada Sirius. -
respondi grata duas vezes,
primeiro por não guardar
mais aquele segredo, e depois
por finalmente ter conseguido
encarar toda aquela
informação sobre meu
passado.
- Mas apenas me
esclareça uma coisa: Snape
está fazendo poções para
você? Assim, tão
tranquilamente, sem ameaças
nem nada?
Ri de verdade com o
comentário, afinal, eu
conhecia muito bem o ódio
dos marotos por Severus.
- Não fale assim - o
defendi inconscientemente - A
única vez que falei com ele foi
quando pedi a poção, depois
daquele dia, não precisei mais
me preocupar com isso.
- Tome cuidado Herms...
Nunca se sabe o que o seboso
pode querer em troca.
- Sirius! - ralhei -
Apesar de todo o seu ódio por
ele, eu confio completamente
em Severus - ele me encarou
totalmente estranho, e então
completei meio sem jeito -
Quer dizer, ele poderia ter
feito qualquer coisa com as
minhas poções, mas eu estou
aqui, não estou?
- Certo - ele disse não
totalmente convencido.
Conversamos sobre
outros assuntos bem mais
tranquilos depois disso, até
que eu não aguentava mais
permanecer em pé. Despedi-
me de Sirius e subi arrastando
os pés escada a cima, tomei
minha poção, e praticamente
desmaiei em seguida.
-
-
-
Eu estava
completamente ansiosa, já
que Harry chegaria a
qualquer minuto. Eu e Ron
estávamos presos em um
quarto para não ouvirmos
nada da reunião da Ordem.
Quando a porta finalmente se
abriu e Harry passou por ela,
praticamente me joguei em
cima dele. Eu estava super
preocupada com ele, e pensei
que ele estaria aliviado por
finalmente se encontrar com a
gente. Ao contrário. Ele
surtou e começou a gritar um
monte de besteira, e aquilo me
magoou muito. Depois
daquele dia, Harry e Ron
estavam escondendo algo de
mim. Eles não perceberam
que eu vi, mas diversas vezes
eles ficavam sussurrando
coisas e paravam quando eu
chagava perto. Às vezes Gina
os gêmeos estavam junto.
Como eu sei quando não
sou bem vinda, deixei de lado
e passei a ajudar a Sra.
Weasley em algumas coisas na
casa, ou ficava conversando
com Sirius que sempre
deixava alguma coisa sobre a
Ordem 'escapar'.
A audiência de Harry
passou e ele foi inocentado.
Poucos dias depois as cartas
de Hogwarts chegaram. Eu
fiquei extremamente feliz,
pois fui nomeada Monitora.
Eu e Ron, na verdade. A Sra.
Weasley ficou tão feliz que
depois de voltar do Beco
Diagonal com nossos
materiais, fez uma "mini
festa" para comemorarmos.
Mandei uma pequena
carta aos meus pais contando
a novidade, e disse também
que não havia contado a
ninguém - alem de Sirius -
sobre eu ser adotada, e que
contava que eles mantivessem
aquele segredo.
Eu havia gostado do
Largo Grimmauld numero 12.
Era um lugar até que legal, e
devia ser muito bonito
quando arrumado e cuidado.
Certo dia, passei algumas
horas analisando a arvore
genealógica da família. Eu
sempre gostei do aspecto das
famílias puro sangue que
mantinham suas tradições
através dos séculos. Era
incrível ver como tudo era tão
próximo e fechado. Eu apenas
tinha raiva deles manterem
muito conhecimento fechado
para si. Era um desperdício
imaginar as bibliotecas que
todas aquelas mansões
deviam ter.
A única coisa que não
deixaria saudades naquela
casa era o retrato da Sra.
Black. Ela era completamente
irritante gritando sempre que
podia coisas como símbolos da
desonra, mestiços sórdidos,
traidores do próprio sangue, e
coisas assim. Estranhamente
ela nunca me chamou de
sangue-ruim. Vai entender!
Setembro chegou e
finalmente embarcamos para
escola. Fiquei presa em uma
reunião de monitores até
depois do meio dia, indignada
por Parkinson ter conseguido
o cargo também. Quer dizer,
eu podia entender o Malfoy,
afinal, ele é inteligente, mas
Pansy? Essa garota não tem
nada na cabeça alem de sexo!
Não que isso seja um defeito...
ou talvez sim. O fato é que ela
é uma puta.
No trem conheci Luna
Lovegood. Ela é totalmente
estranha, mas sendo filha do
editor do O Pasquim , o que
mais poderia ser? Chegando a
Hogwarts percebemos que
Hagrid não estava esperando
os alunos do primeiro ano
como sempre. A professora
Grubbly-Plank estava no lugar
dele. Já no salão, Dumbledore
anunciou a nova professora
de DCAT, Dolores Umbridge...
a sapa cor de rosa. Depois do
seu discurso uma coisa ficou
clara: o Ministério estava
interferindo em Hogwarts.
Mal chagamos no salão
comunal e Ron e Lilá já
estavam se agarrando. Por
Merlin! Parecia que eles não
se viam há anos! Era grude
demais para o meu gosto, e
pelo visto o resto dos alunos
concordava, pois logo os dois
foram puxados para longe um
do outro.
Este ano estávamos nos
preparando para os N.O.M.s,
mas era certo que não
conseguiríamos aprender
nada em DCAT com aquela
bruxa nos ensinando. Na
primeira aula ela nos fez dizer
"Boa tarde professora
Umbridge!" até ela achar que
era animado o suficiente, e em
seguida nos fez copiar os
"Objetivos do Curso" que não
incluíam o uso de magia.
Ninguém gostava
verdadeiramente dela. Os
sonserinos fingiam gostar
para se manterem fora do
radar e ganhar pontos
positivos, e era claro que até
mesmo o professor Snape não
a suportava.
Outra pessoa que estava
me dando dor de cabeça era
Harry. Toda a escola estava
em duvida se ele e
Dumbledore estavam dizendo
a verdade sobre a volta
'daquele que não deve ser
nomeado' e da morte de
Cedrico. Resumidamente as
pessoas irritavam Harry por
duvidarem dele, e então ele
descontava sua raiva em mim.
Fora isso ainda havia os
gêmeos testando suas
gemialidades nos alunos mais
novos. Como monitora eu
tinha que para-los, mas quem
disse que isso era possível?
Fred, George e Lino estavam
infestando a escola com seu
comercio ilegal de logros.
Logo Harry ganhou uma
detenção de Umbridge, que
consistia em escrever não devo
contar mentiras com seu
próprio sangue. Ele achava
que eu não sabia, mas era
impossível não ver a cicatriz
nas costas de sua mão. Ron
conseguiu entrar no time de
Quadribol como goleiro. Eu
estava feliz por ele, mas isso
não mudava nada em minha
vida.
Não foi difícil perceber
que não aprenderíamos nada
com a sapa rosa, então sugeri
que Harry desse aulas de
DCAT para Ron, eu e mais
alguns alunos que estavam
interessados. No começo ele
relutou bastante, mas no fim
acabou em concordar.
Era sexta-feira antes do
fim de semana de visita a
Hogsmead. Estávamos
ansiosos porque amanha nos
encontraríamos com os alunos
que estavam interessados em
participar das aulas. Harry e
Ron falavam alguma coisa
sobre quadribol ao meu lado
na mesa de café da manha
enquanto eu lia um livro de
história de magia e comia
distraidamente.
- Mione - chamou Ron, e
quando levantei a cabeça
para olhar para ele, ele
apontou para o meu lado
onde uma grande coruja negra
me encarava.
Estava tão concentrada
no livro que nem havia
percebido o correio chegar,
mas estranhei aquela coruja
tão diferente ali. Assim que
peguei a carta ela piou e voou
para fora do salão.
Imediatamente abri a
carta, tentando descobrir de
quem era, mas não havia
nenhuma assinatura e eu não
reconheci a letra.
"Hermione,
Realmente não sei como
dizer isso, então vou ser direta:
fiquei sabendo que durante
suas últimas férias você
descobriu ser adotada.
Imagino que tenha sido um
grande choque, e você pode não
acreditar em mim, mas eu sou
sua mãe.
Você não sabe como sinto
por não poder ficar com você
quando você era pequena. Eu
queria que tudo fosse diferente,
mas ocorreram imprevistos...
Eu apenas sabia que os
Granger te encontrariam
naquela noite, e que eles
cuidariam de você como se
fosse filha deles.
Posso entender se você
tiver muita raiva minha e de
seu pai, mas se você estiver
disposta a nos conhecer...
Encontre-me amanha às 14
horas na Casa dos Gritos.
Apenas peço que vá
sozinha. Prometo que apenas
eu estarei lá.
Espero muito te ver lá.
Com todo o meu amor,
Mamãe".
- De quem é a carta
Mione? - perguntou Harry
quando finalmente olhei para
cima depois de ler aquelas
palavras três vezes.
- Minha mãe. - Respondi
inconscientemente, mas por
sorte os meninos não
perguntaram mais nada.
Guardei a carta dentro
do livro, e segui para a
primeira aula, deixando os
dois para trás. Eu não
conseguia acreditar. Minha
mãe havia me escrito. Minha
verdadeira mãe! Mas uma
duvida me bateu... como ela
soube que apenas nessas
férias eu descobri ser
adotada? As únicas pessoas
que sabiam eram meus pais
trouxas e Sirius, mas se
qualquer um deles tivesse
descoberto que meus
verdadeiros pais são, eles
teriam me avisado antes.
Mais uma vez eu estava
completamente distraída. Não
percebi que cheguei à sala de
poções até que bati contra
uma das carteiras. Com o
barulho alto que se formou,
senti os olhos do professor
Snape em mim antes de sentir
a dor pela pancada. Com o
rosto totalmente vermelho de
vergonha, olhei para baixo e
segui até meu lugar habitual.
- Está tudo bem? -
Severus perguntou. Eu olhei
para os lados, tendo certeza
de que estávamos sozinhos
antes de entender que a
pergunta era direcionada a
mim.
- Sim, eu... - então uma
vontade absurda de contar
tudo a ele me dominou. Eu
queria mostrar-lhe a carta e
perguntar se ele achava
seguro ir encontrar aquela
mulher que dizia ser minha
mãe. Sacudi a cabeça
tentando espantar aquela
ideia maluca. Aquele era
Severus Snape. Ele nunca se
importaria comigo. - Eu estou
bem - disse finalmente, mas
encontrando seus olhos eu
pude sentir que ele sabia que
eu estava mentindo. -
Obrigada professor, - disse
antes que pudesse me conter -
não apenas por perguntar,
mas principalmente pelas
poções. Acho que nunca tive a
chance de agradecer
devidamente, e o senhor não
imagina o quanto elas me
ajudam todas as noites.
Por um momento pensei
que ele fosse dizer algo, mas
então vozes começaram a se
aproximar. Eu consegui ver o
resquício de um sorriso em
seu rosto antes dele voltar ao
pergaminho que lia, e os
outros alunos passaram a
entrar na sala.
O dia nunca pareceu tão
longo. Eu sabia que era culpa
da minha ansiosidade, mas
cada minuto parecia levar
horas para passar, e o dia se
arrastou eternamente.
Quando finalmente
deitei em minha cama a noite,
eu havia me decidido: eu iria
até o encontro com Harry, Ron
e os outros alunos, e depois
daria uma desculpa para
encontrar com a minha mãe.
Fechei os olhos tentando
imaginar quem ela seria.
Duvidei apenas por um
momento da veracidade
daquela carta, mas a ideia me
parecia tão absurda que
rapidamente a apaguei de
minha mente. Sirius havia
dito que meu cabelo
lembrava-lhe de alguém. Será
mesmo que era minha mãe?
Será que tínhamos alguma
coisa em comum? E meu pai?
Por que ele não estaria lá com
ela? Ele havia morrido?
Quem...
Tomei minha poção, mas
nem ela foi capaz de me
acalmar o suficiente. Cogitei
beber mais um frasco, mas se
fizesse isso eu sabia que
ficaria uma noite sem a poção,
então fiz o passível para me
acalmar, e finalmente o sono
me levou.
-
-
-
Acordei, mas ao
contrário da noite anterior, eu
não estava ansiosa, e sim
nervosa. Eu não sabia o que
pensar; o que esperar. Decidi
afastar os pensamentos da
minha vida pessoal e me
concentrar em Harry e seus
problemas.
Mesmo tentando não
pensar, automaticamente
comecei a me arrumar mais
do que eu faria normalmente
para um passeio ao vilarejo.
Olhei no espelho, e gostando
do que vi, corri para
encontrar os meninos.
Chegando a Hogsmead,
levei os dois até Cabeça de
Javali, onde havia combinado
de encontrar os outros. O
lugar era mal arrumado e
estava cheio de pó, mas ao
menos estava praticamente
vazio. Pedi três cervejas
amanteigadas e então
pegamos uma mesa mais
afastada. Não demorou muito
para as pessoas começarem a
chegar. Primeiro vieram
Neville, Dino e Lilá - que
imediatamente se jogou em
Ron. Poucos segundos depois
as gêmeas Patil vieram,
seguidas por Luna Lovegood,
Katie Bell, Alicia Spinnet,
Angelina Johnson, os irmãos
Creevey, Ernesto Macmillan,
Justino Finch-Fletchley, Ana
Abbott, Antonio Goldstein,
Miguel Corner, Terêncio Boot,
Lino, Gina, Fred, George e
mais algumas pessoas da
Lufa-Lufa e Corvinal.
Ao todo éramos 28
pessoas, e Harry não parecia
nem um pouco feliz com tanta
gente. No começo todos
ficaram meio inseguros com a
ideia, e queriam saber sobre
Voldemort. Harry meio que
surtou, mas então uma
menina, Susana, perguntou se
era verdade que Harry podia
conjurar um Patrono e todos
ficaram interessados.
Quando todos
concordaram com as aulas,
olhei de relance para o relógio
que estava em uma das
paredes e percebi que já era
meio dia. Tentei apressar um
pouco as coisas, tentando
definir um dia para nos
encontrarmos, mas então
Angelina falou algo sobre
quadribol e todos passaram a
concordar que os treinos
eram mais importantes que
aprender DCAT.
Em seguida Lovegood
veio com uma estória besta
sobre Fudge ter um exercito
de heliopatas, e por um
momento eu quis voar no
pescoço dela... Enfim
decidimos passar uma lista
com o nome de todos que
estavam lá e participariam
das aulas para que assim que
decidíssemos a frequência e
onde treinaríamos, eu pudesse
avisar a todos.
Aos poucos todos
deixaram o bar. Por último
saímos eu, Harry e Ron.
Paramos em uma loja para eu
comprar uma pena nova, e
depois acompanhei os garotos
até o Três Vassouras, pois os
dois estavam morrendo de
fome. Novidade.
Eu não consegui comer
nada. A ansiosidade estava
voltando, e eu não podia
deixar de encarar o relógio.
Quando faltavam cinco
minutos para as 14 horas,
disse aos meninos que queria
ir à livraria. Imediatamente
eles falaram para eu ficar a
vontade. Combinamos de nos
encontrar no castelo. Despedi-
me rapidamente e sai do bar
andando o mais tranquilo
possível.
Parei um momento do
lado de fora da Casa dos
Gritos. Um instante de duvida
bateu em mim, e sem perceber
eu peguei minha varinha.
Entrei na casa, fechei a porta
atrás de mim, e comecei a
percorrer os cômodos. Por um
momento pensei estar
sozinha, mas quando olhei
dentro de uma sala, vi a
sombra de alguém.
Ela deve ter ouvido
meus passos, pois assim que
parei do lado de fora da
porta, a mulher virou-se para
vim e veio em minha direção.
Então eu congelei. Eu
havia visto aquele rosto nos
jornais. Tremendo,
automaticamente apontei
minha varinha para ela.
- Bellatrix.

Don't be fear of the darknessOnde histórias criam vida. Descubra agora