Tudo tem um risco

Capítulo 21

Tudo tem um risco
Capítulo 21

Terminamos aquele jantar em meu apartamento de novo. Fizemos amor mais uma vez e dessa vez foi melhor que a outra, e olha que a outra havia sido ótima.
- Preciso ir - ele olhou no relógio - já é tarde e amanhã você acorda cedo
- Amanhã estou de folga
- Que ótimo, quer fazer alguma coisa? Sei lá, ir ao shopping, tomar um sorvete, almoçar
- Desse jeito vou acabar engordando, você só me convida pra comer
- É que as opções são poucas... Eu tenho outra idéia, de ficar aqui fazendo exatamente a mesma coisa que acabamos de fazer...
Sorri
- Gostei da ideia, mas amanhã preciso organizar algumas coisas e ir visitar a minha mãe.
- Você não me falou da sua mãe
Resumi a história, que era basicamente falar sobre uma mãe fanática que me prendeu a infância e a adolescência inteira.
- A tarde quando eu terminar tudo eu te ligo, quem sabe fazemos alguma coisa ou a mesma que acabamos de fazer
Dessa vez quem sorriu foi ele.
- Gosto de você Eva, gosto do que está acontecendo com a gente, mesmo sem entender muito o que está acontecendo, desde a morte do meu irmão que eu não me envolvia com ninguém.
- Seu irmão era realmente muito importante pra você não é?
- Era como um ídolo, ele era 7 anos mais velho do que eu, sempre a frente do seu tempo, sempre muito feliz, muito alegre muito animado.
- Ele morava com vocês?
- Não mais... Meu irmão era apesar de ser uma pessoa maravilhosa era um pouco diferente da gente meu pai é médico e sempre sonhou que ele fosse também mas ele nunca quis, e isso sempre foi motivo de confronto lá em casa, então quando ele completou a maior idade a primeira coisa que fez foi sair de casa meu pai cortou a mesada dele, o carro que ele tinha desde menor, e ele não se intimidou saiu e foi a luta. Vendedor de shopping, de carro, corretor de imóveis... Mas sempre muito feliz, meu pai e ele ficaram anos sem se falar, e quando voltaram em poucos dias... Ele morreu
- Assalto?
- Até hoje não sabemos bem o que aconteceu, ele foi encontrado morto dentro do carro, acredito que tenha sido assalto, tentaram manchar a imagem dele dizendo que ele era um traficante, mas a gente não acredita nessa versão, mesmo distante da gente meu irmão era uma pessoa boa demais pra isso. - ficamos em silêncio por alguns minutos. - a verdade é que meu pai se culpa demais por isso, e a minha mãe culpa muito ele também, diz que se ele não tivesse imposto a vontade e quase que obrigado meu irmão a ser médico ele não teria se revoltado e saído de casa. Por isso que quando eu disse que queria cursar comércio exterior ele não disse nada, mesmo contra a vontade dele ele apenas concordou .
- Poxa vida.
- É..  mas vida que segue, mesmo sendo difícil tem que seguir.
Sim
Transamos mais uma vez e acabamos pegando no sono, acordei com o dia claro. Levantei devagar, tomei um banho demorado e fiz um café.
Me sentei na minha na cadeira da sala em silêncio pra não acordar o "hóspede" , era a estranha a sensação de ter alguém na minha casa dormindo na minha cama. Fui até o quarto e Henrique dormia como um anjo. Desci rapidamente e fui a padaria do condomínio. Comprei pães e frios, voltei sem que ele tivesse acordado. Preparei a mesa e quando eu estava terminado ele acordou.
- Meu Deus que horas são ?
- 7:25
- Desculpe Eva, eu realmente peguei no sono
- Não se desculpe eu também, preparei um café da manhã, - mostrei a mesa simples pra ele - só não tenho cadeiras então você se sirva e vamos sentar lá minha cama.
- Eu adoraria, mas - ele olhou no celular - se eu demorar 10 minutos a mais pra chegar na minha casa, a polícia estará atrás de mim.
- Serio?
- 15 chamadas perdidas pra você tá bom... Isso só depois das 6 da manhã
- Meu Deus...
- É..  como eu disse as coisas lá em casa depois que meu irmão se foi são meio complicadas.
- Eu entendo eles... Preocupação... Liga pra eles diga que está bem e toma café comigo
- Tá okay - Ele se afastou e efetuou a ligação, pelo pouco que ouvi a conversa foi tensa e cheia de" tá bom" " já disse que estou bem" daqui a pouco eu chego "- Pronto, não vou negar tomar um café com você.
Ele me deu um beijo e eu retribuí
Quando ele se foi eu peguei no sono de novo, acordei com a minha mãe me ligando, ela sabia o dia da minha folga e provavelmente queria saber a que horas eu iria chegar. Desliguei o telefone e virei pra o lado.
Desculpe mãe. Mas a visita dessa semana não vai rolar