Reflection of Evil // LS

18

O dia em si estava sendo muito agitado e cheio para Louis, muitas informações, revelações, se encontrava em um completo choque de realidade mais uma vez e sentia aquela forte dor no peito de quando parece que seu coração vai parar a qualquer momento. Saíram da casa de Eva e seu corpo parecia estar ficando cada vez mais dolorido, cansado, Louis tinha a certeza de que esse mal estar dele não era comum ou só uma gripe, tinha algo haver com todas as merdas que estavam se revelando.

A questão era saber como e porquê estava ficando tão doente, sairam da cidade e Louis agradeceria imensamente se nunca voltasse para aquele lugar. Entraram no carro e foi questão de minutos para apagar, se dormiu ou desmaiou, não sabe ao certo, mas, quando acordou estava deitado na cama do quarto e sem os sapatos.

Mais uma vez seu corpo esquentava sem explicação, fervendo, mas, ao mesmo tempo sentia frio, sua temperatura estava alta e ele com frio, ficou sentado na cama por um tempo tentando normalizar sua respiração, levou a mão ao peito massageando a região constantemente para aliviar a dor que sentia, os olhos azuis rodaram pelo quarto devagar procura do sinal de outra pessoa presente, ninguém. Encontrou em cima da cômoda mais comprimidos iguais aos que tomou no carro junto de uma garrafa de água, os tomou e levantou.

Queria saber como Harry estava.

Louis se arrastava pelos corredores, acordou pior do que qualquer outro dia, parecia que iria morrer a qualquer momento e se acontecesse não seria uma surpresa, sentia que seu corpo estava desistindo de viver. Parou em um dos quartos encontrando Harry sentado na cama, de costas para porta, sem camisa e as tatuagens perfeitamente a mostra para Louis, elas eram tão perfeitas, asas perfeitamente desenhadas.

— Hazza? — O chamou devagar e receoso.

— Não vem até aqui.

— Por que não? Ainda está mal?

— Não, estou bem, mas — Harry parou, respirando fundo e grunhindo baixo — Deixou sequelas.

— Que sequelas? — Louis entrou no quarto, encostando a porta.

— Não vem até aqui! — Gritou mais irritado e firme.

— Seja o que for, eu não me importo, me deixe ver — Pediu com cuidado, se aproximando gradualmente.

— Louis, por favor — Praticamente implorou para que ele parasse.

Não fez, continuou a andar lentamente na direção de Harry e ainda com medo dele acabar surtando mais uma vez o atacando, tocou em seu ombro com cuidado deslizando a mão subindo para os cabelos longos, os puxou para trás colocando do outro lado e então desceu a mão para o queixo dele, levantando seu rosto. No olho esquerdo tinha uma enorme cicatriz que o atravessava descendo até o meio da bochecha, ela era grossa, nada delicada, sem dúvidas deixando o demônio com um visual mais assustador e marcante, nada que Louis estivesse achando ruim ou feio, Harry ao perceber que ele nada disse, puxou o rosto o escondendo novamente.

— Ei, acha que isso é um problema? — Louis perguntou se abaixando a frente dele.

— Estou horrível — Sussurrou para si mesmo.

— Pois eu não acho, não acho nada disso! — Voltou as mãos para o rosto dele, passando suavemente os dedos por cima da cicatriz — Você continua tão lindo quanto antes.

— Não precisa mentir para me fazer sentir bem.

— Você é um demônio, saberia se estivesse mentindo, eu estou?

Harry o encarou em silêncio, os olhos verdes esmeraldas lindos olhando no fundo dos olhos azuis claros, procurando algum pingo de mentira, falsidade, enganação, mas, tudo que encontrava era admiração e devoção, carinho. Louis se levantou aos poucos, fazendo o outro levantar o corpo para o olhar e seguir, se sentou no colo dele passando os braços ao seu redor o abraçando.