minha ruiva

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— Amor, o que aconteceu? - perguntei, aproximando-me dela.
— Não aconteceu nada, sofri um acidente, nada demais — sua resposta soava falsa, claramente escondendo algo.

- Você sabe que não precisa mentir para mim, né? - Ela ficou em silêncio, vindo na minha direção e abraçando-me.

— Eu não aguento mais, amor. Eu odeio ele, não consigo suportar, não quero mais — ela desabafou chorando desesperadamente.

- Calma, princesa. Tudo vai se resolver. Eu vou te proteger.

— Vamos entrar para cuidar de você — ajudei-a a subir as escadas com a ajuda da Malu.

Dediquei-me a dar um banho na morena, depois auxiliei-a a trocar de roupa. Seu semblante refletia tristeza profunda, compreensível diante das circunstâncias.

- Amor, acho que você deveria vir morar comigo — comentei, enquanto penteava seus cabelos.

— É tudo o que eu mais quero, prica — sorri diante da resposta dela. Ajudei-a a empacotar suas coisas, enquanto Malu carregava as malas até o carro. Iniciei a viagem, mas não em direção à minha casa; estávamos a caminho da delegacia.

- Amor, não estamos indo para casa. Vamos para a delegacia — avisei enquanto dirigia, mantendo atenção na estrada.

— Prica, não sei se consigo. Tenho medo do que ele pode fazer — coloquei minha mão em sua coxa, buscando tranquilizá-la.

- Você é forte, amor. A polícia vai oferecer segurança, medida protetiva e mais. Além disso, eu vou te proteger também — Malu concordou no banco de trás.

Ao chegarmos na delegacia da mulher, Carolina registrou um boletim de ocorrência, realizou exames e corpo de delito. Após algumas horas, ela compartilhou a experiência nos seus stories, dando visibilidade ao problema.


@𝐛𝐜𝐚𝐫𝐨𝐥𝐲𝐧𝐚 via storys

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— Amor, você tem noção do que você acabou de fazer? — perguntei, surpresa e feliz.

— Eu acabei com tudo. Eu sei que mereço ser feliz e que estou com a pessoa certa. Não quero deixar isso passar — depois disso, ficamos abraçadas na delegacia. Claro que a Malu não perdeu a chance de fazer piadas sobre as aparências dos policiais, o que fez a Carol rir, então não vi problema. Após algum tempo, Carol foi liberada. A Malu pediu para deixá-la na Dani, pois não queria ficar de vela. Eu e Carol seguimos para o meu apartamento, que agora seria nosso. Com a ajuda da morena, organizamos as roupas dela no meu closet.

— Amor, isso é temporário, tá? Assim que tudo isso passar, vejo se compro uma casa ou um apartamento — olhei para ela, indignada.

— Isso aqui é seu também. Você vai morar comigo, sim. Nada de comprar uma casa ou algo do tipo. Você mora aqui, comigo, entendeu? — ela sorriu e veio na minha direção.

— Obrigada por tudo. Eu te amo — ela falou, colocando as mãos no meu pescoço, e eu automaticamente coloquei minhas mãos na cintura dela.

— Eu te amo — sussurrei, para depois beijar a morena. O momento ganhou um significado especial, marcando o início de uma nova fase em nossas vidas.

Já era noite, a suave iluminação do ambiente destacava a expressão cansada no rosto da minha mulher. Ela havia recebido um e-mail intrigante de uma renomada emissora de televisão, solicitando permissão para realizar uma reportagem que compartilharia sua história com o público.

A tensão no ar era palpável, misturada com a curiosidade e uma pitada de apreensão diante da ideia de expor detalhes tão íntimos. A notificação na tela do laptop lançava uma luz azulada sobre seus olhos, que refletiam a complexidade das emoções que permeavam o momento.

Sentados no sofá, trocamos olhares silenciosos, enquanto ela processava a proposta. A responsabilidade de compartilhar suas experiências e, ao mesmo tempo, inspirar outras pessoas pesava sobre seus ombros. A decisão de abrir sua vida para o público estava na iminência de ser tomada, e eu podia sentir a importância desse momento crucial.

As sombras dançavam pelas paredes conforme ela refletia sobre a oferta da emissora, e o silêncio era quebrado apenas pelo leve murmúrio da noite lá fora. A decisão recaía sobre a vulnerabilidade de expor feridas passadas em prol de potencialmente ajudar outras pessoas que enfrentavam desafios semelhantes.

Entre suspiros e reflexões, o clique do mouse rompeu o silêncio. Ela digitou uma resposta afirmativa, dando sinal verde para a equipe de televisão adentrar sua vida e compartilhar uma narrativa que, até então, fora guardada nas sombras. A jornada emocional se desdobrava diante de nós, e o futuro reservava não apenas a exposição pública, mas também a possibilidade de inspirar e promover a conscientização sobre questões importantes.

— E aí? O que você vai fazer? — perguntei curiosa, referindo-me ao e-mail.

— É minha chance de mostrar para um público maior quem ele é, é minha chance — ela respondeu, os olhos fixos na tela do notebook.

— Eu admiro sua coragem. Eu te amo muito, sabia? — falei, olhando para a morena. No mesmo instante, ela deixou o notebook de lado e subiu no meu colo.

— Eu te amo, minha ruiva — ela disse, e nos beijamos. O momento ganhou uma aura especial, marcado pela conexão entre nós e pela decisão que moldaria o próximo capítulo de nossas vidas. O calor do beijo era um reflexo da paixão compartilhada, enquanto enfrentávamos juntas os desafios que se apresentavam diante da oportunidade de contar a história dela para o mundo.

O beijo entre nós se prolongou, uma dança suave que transmitia emoções complexas. A decisão de aceitar a proposta da emissora não apenas ressoava como uma coragem individual, mas fortalecia a união que compartilhávamos.

Desprendendo-nos do beijo, ficamos ali, no aconchego do abraço, como se o mundo exterior pudesse esperar enquanto processávamos a magnitude da escolha feita. Os contornos das nossas silhuetas eram delineados pela luz suave do ambiente, e a respiração tranquila denunciava a tranquilidade momentânea.

— Estamos juntas nessa, não importa o que aconteça. A sua coragem é inspiradora, e eu estou ao seu lado em cada passo desse caminho — declarei, acariciando o rosto dela com ternura.

Ela sorriu, um sorriso que refletia gratidão e confiança. As palavras ditas naquele momento fortaleciam a base do nosso relacionamento, como se cada sílaba pronunciada tivesse o poder de solidificar ainda mais os laços que nos uniam.

Enquanto a noite avançava, mergulhamos em conversas profundas sobre o que poderia surgir a partir dessa exposição. O medo, a expectativa e a esperança se entrelaçavam em nossa troca de palavras, moldando uma narrativa compartilhada que transcendia as fronteiras do e-mail recebido.

Com o nascer de um novo dia, sabíamos que a jornada à frente seria desafiadora, mas estávamos unidas, prontas para enfrentar o desconhecido de mãos dadas. O amor que nutríamos um pelo outro se revelava como a força motriz capaz de iluminar os caminhos mais sombrios, transformando uma simples decisão em um capítulo memorável de nossa história conjunta.

A mulher do governador Onde histórias criam vida. Descubra agora