Paixão (Jisung's pov)

5 4 0
                                    

Eu preciso. Preciso que Minho me toque de novo, me beije de novo. Eu preciso sentir toda a energia que correu por meu corpo, preciso ter o seu calor.

Faz alguns dias que ele está mais distante que o normal, como se fosse uma pequena folha viajando pelas estações. Mas hoje, estou decidido a ter o que quero.

Fim do dia, ambos cansados e sujos de tinta, assim como a sala em que estamos, o estúdio de Minho. Evito pensar muito sobre o assunto, se não ficarei envergonhado demais para executar o plano.

Ele está sentado no chão, vários rascunhos de diferentes desenhos espalhados ao seu redor, concentrado em um novo projeto que ele decidiu não me contar.

Eu ajeito perto de si, um cobertor macio e um travesseiro que usamos para dormir a tarde de vez em quando, e me aproximo sentando a sua frente.

— Não vamos ir embora hoje? — Pergunto em tom de humor.

Ele levanta seu olhar confuso, provavelmente esqueceu que eu estava aqui e que já está perto da hora de partir.

— Eu queria terminar esse projeto hoje, Hannie. Pelo menos a ideia central. — Diz já se desculpando. — Pode ir para casa se quiser.

— Me deixe ajudá-lo. Eu não quero te deixar sozinho aqui. — Faço um biquinho.

— Não precisa, mas obrigado, meu... — Se interrompe antes que eu saiba do que ele ia me chamar.

Apesar de sentir a agonia da curiosidade, a fúria por ele não me contar o que tanto trabalha nos últimos dias se sobressai.

— Hyung! Por que está escondendo isso de mim? Você nunca fez isso antes. — Cruzo os braços emburrado. Poxa, achei que fossemos sinceros um com o outro.

— Não estou escondendo, estou adiando seu olhar curioso sobre ele. Quero que fique pronto antes que veja. — Fala gentil, mas eu continuo do mesmo jeito, isso não me parece um bom motivo. — Não fica assim, vai. — Estende sua mão até encostar no meu queixo, o erguendo um pouquinho.

— Ainda estou bravo.

— Se eu te der um beijinho será que você muda de opinião? — Sua proposta me faz arquear a sobrancelha. Será que ele está brincando? Descruzo os braços.

— Por que não tenta?

Ele sorri, engatinhando até estar em minha frente. Se ajoelha e segura meu rosto com as duas mãos, inclinando minha cabeça e vindo em minha direção. Fecho os olhos quando sinto seu nariz encostar no meu, pronto para beijá-lo. Mas os abro logo em seguida, quando sua boca se direciona a minha bochecha e deixa um selo ali. O olho confuso e ele ri. Impaciente, eu puxo sua camiseta e encosto nossos lábios, começando um beijo necessitado. Minho se senta e eu aproveito a deixa para me acomodar sobre suas coxas, sentindo suas mãos descerem pelas minhas costas e apertarem minha cintura. Separo nosso beijo por falta de ar, mordendo seu lábio inferior. O olho ofegante antes de ele me puxar de novo.

[...]

Absolutamente nenhum lugar, nenhum momento, nenhuma pessoa, poderia me deixar tão completo e cheio. Em nenhum outro instante da minha fatídica existência eu me senti tão bem. E aqui, agora, nessa respiração, nesse exato segundo, rodeado de intermináveis telas, tintas espalhadas e ele, eu me sinto colorido.

Enquanto ele se move contra mim, me estocando suavemente, eu vejo. A explosão de cores que invade minha visão, me preenche assim como ele, deturpa meus sentidos ao mesmo tempo que me faz enxergar. Está tudo colorido, eu vejo as cores das tintas que nos pintam, roxo, amarelo, azul e infinitas cores se apossam da minha visão.

E olhando para ele, vendo seus lábios vermelhos, suas bochechas coradas e as marcas que minha boca deixou em seu pescoço, eu sinto amor. Vendo seus fios pretos se movendo junto comigo, vendo seus olhos marrom chocolate me fitarem incansavelmente.

Eu afago sua bochecha, a pele fervendo sob meus dígitos. Subo meus dedos até enroscarem em sua nuca, o puxando para juntar nossos lábios inchados. E nós sentimos.

Vermelho se derrama de nossos corações apaixonados, pintando os dias futuros.


•.˚⚘ ⋆.*.ゞ


Colors in you - MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora