39. As cinco vezes - Satoru Gojo

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Esse imagine vai ter mais quatro caps, já que é um bagulho bem grandinho.

Obg por todos que me acompanham e pelos 100mil de visualizações. Agradeço tbm a quem vota nos capítulos, pq vocês me dão vontade de continuar. Bjs

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Houve cinco momentos em que você considerou deixar Satoru Gojo, e em todas as ocasiões, você falhou.

A primeira vez foi após um exaustivo dia depois da escola, onde você participou de sua primeira missão desde que chegou ao colégio jujutsu há duas semanas. E como se fosse um aviso, o tempo estava fechado, com uma tempestade prestes a desabar, levando você a aceitar que não poderia voltar para casa naquele dia.

Isso coincidiu com o pensamento de Satoru, seu amigo de infância, que compartilhou com seu recém-amigo, Suguru.

Você sentia ciúmes intensos da amizade deles, uma melancolia profunda. Cada vez que os via próximos, parecia como um choque, uma traição. Esses sentimentos eram óbvios para você e para o mundo, menos para ele.

Menos para a única pessoa que você desejava, Satoru Gojo.

Um dos aspectos mais difíceis foi testemunhar os hematomas no pescoço branco dele após envolver-se com alguma garota aleatória, partindo seu coração inadvertidamente. Rindo com Suguru sobre as garotas que flertavam com ele, como se ele pudesse ficar com todas. E talvez, ele pudesse.

Você se sentia como um estranho no mundo, sempre distante do ideal dele, incapaz de se comparar às outras garotas. Era como se elas estivessem em um patamar acima, e isso causava sofrimento.

Principalmente depois de descobrir sobre o triângulo amoroso que havia acontecido entre ele, Suguru e Shoko. Saber que ser amiga dele não o impedia de nada, apenas não sentia atração por você.

Então, depois de você se torturar mais pensando sobre ele, apenas respirou fundo enquanto colocava um casaco e deixou a área dos dormitórios para ir à cozinha, antes de retornar ao seu ninho formado por travesseiros e cobertas de seda.

Inesperadamente, a dupla de amigos estava lá, conversando e rindo como sempre. Você olhou para os seus pés, ponderando se estava mesmo com fome (o que você estava, na verdade).

— Tá, sabemos de quem você pode pegar e tal... — Suguru contornou a mesa, pegando um cigarro e acendendo, enquanto se encostava na pia. — Mas quando vai tomar um rumo na sua vida? Tu não é o herdeiro do clã Gojo? Não deveria pensar na sua linhagem?

Satoru bufou alto, mesmo da porta era audível. Mesmo sem vê-lo, imaginava que, naquele momento, ele revirou os olhos.

— Não quero saber disso agora. — Você ajustou uma mecha de cabelo, tentando prestar atenção. — E além disso, não existe uma mulher adequada para ser a futura senhora Gojo.

Aquilo foi como uma facada no coração, uma dor incontestável.

— E aquela sua amiga de infância? Qual era o nome mesmo...? — Suguru manuseava o cigarro, tentando lembrar.

— [Nome] — A voz dele saiu desanimada. — Não a vejo desse jeito.

Então, de repente, sua fome desapareceu, e seus passos se aceleraram. Talvez, enquanto fechava a porta do quarto provisório, estivesse chorando.

Não chorava apenas porque sabia que os sentimentos dele não eram recíprocos, mas porque ouvir aquilo foi mais doloroso do que imaginava. Mil vezes mais doloroso.

Apesar do coração despedaçado, você se levantou quando ele chamou. Sorriu, mesmo com os olhos inchados, e agradeceu quando ele entregou uma sacola com doces e salgadinhos.

— Comprei mais cedo para você, como um presente, já que realizou sua primeira missão hoje. — Ele sorriu, mas logo desfez. Seus dedos tocaram o canto dos seus olhos, uma sobrancelha se ergueu. — Estava chorando? Por quê?

As pontas dos dedos dele eram como um remédio, uma droga. Você desejava mais contato com aquela pele quente, mesmo que fosse impossível.

— Fiquei com medo, então estou desabafando com o travesseiro. — Você viu ele rir, afastando a mão e causando um arrepio.

— Medo? Você é a garota mais durona que eu conheço! Certeza que foi apenas o sentimento de estar sozinha lá com aquelas maldições. — Satoru cruzou os braços, mantendo um sorriso único. — Relaxa, em breve você vai fazer missões comigo e com Suguru.

Você não queria. Não queria se torturar mais e não aguentaria ver Suguru tomando um lugar que era seu desde o berço. Desde quando você se conhecer como gente.

Mas você apenas sorriu, concordando com a cabeça, e o viu ir embora pelo corredor, como se não tivesse acabado de confundir ainda mais sua mente.

Naquela noite, comeu os doces enquanto chorava e lamentava por não se impor. Por não ter conseguido deixá-lo ir.

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