56- Sukuna

5.1K 241 26
                                    

🫐Alerta de gatilho🫐

As vezes, aceitamos uma situação por medo ou por puro costume.
As vezes, estamos tão enfiados de cabeça que não percebemos os sinais antes que seja tarde demais.

O mundo é complicado, pessoas são complicadas. Existe muitos sukunas pelo mundo, prontos para tirar de você aquilo que nem os vermes podem: sua dignidade como ser humano.

Uma breve e aleatória continuação do capítulo 27! Não é necessário ler ele antes ou depois.
__________________________

Suas mãos apertavam com força a porcelana da sua pia, que estava completamente suja com o seu sangue.

O sangue que você cuspia, que você vomitava e o sangue que descia pelo seu nariz. O sangue que seu coração bombeava e seu corpo, um completo traidor, colocava para fora.

Era como uma obra de arte de um pintor faminto por adrenalina, por desespero.

Quando você olhava para cima, se observando pelo espelho igualmente sujo com respingos vermelhos, só conseguia enxergar uma impostora. Aquela não era você. Não podia ser você.

Em que momento você havia deixado de se amar e deixado o desespero tomar conta de cada pedaço do seu corpo? Algo estava quebrado e você não sabia como consertar.

Talvez não tivesse conserto.

O rosto magro e as olheiras marcadas davam sinais do seu corpo doente, da sua situação complicada. Da fome da sua alma.

Você levou uma de suas mãos até seu rosto, tentando limpar o sangue que ainda continuava escorrendo. Você não sabia até quando continuaria viva. Você não queria mais estar viva.

Era certo que você precisava morrer o mais rápido possível, o mais longe dele.

Mas, como um aviso de planos jogados ao vento, uma batida contra a porta preencheu o banheiro, causando mais ânsia de vômito. Na segunda batida, você vomitou. A terceira batida te fez implorar para morrer logo, mas a quarta batida te fez entender que sempre estaria ali.

Estaria ali, presa e doente, sendo curada e maltratada.

— Abra a porta, querida. — a voz grossa e já impaciente falou, enquanto o dono dela forçava a maçaneta — Antes que eu destrua seu lindo banheiro com você dentro.

Naquele momento, você quase o desafiou. Você aceitaria morrer na sua casa, você queria.

Mas, como um bom cachorro que não desobedece seu dono, você abriu a porta.

Mais uma vez, xingando seu corpo o máximo que podia. Era um maldito traidor. Um idiota que ainda tinha medo.

— Você está horrível, querida. — Sukuna falou, cruzando os braços que não o pertenciam. — Eu sumo por dois dias e você tenta se matar?

Sim. Você queria sacudir a cabeça, gritar com todos os pulmões ou até mesmo bater nele com toda a pouca força que te restava. Só que você não podia. Pessoas ainda estavam sendo ameaçadas.

— Jamais, meu amor. — Você falou, limpando o sangue do seu rosto com sua manga. — Foram apenas acidentes.

Ele deu um sorriso tão bonito que era horrível de se ver.

— Certo... Que bom então. — Ele se esticou para segurar seu braço e te guiou até a banheira.

Ele te despiu com calma, observando seus ossos contra sua pele suja. Mesmo que você estivesse magra demais, seu corpo sempre seria uma obra de arte para ele.

— Sabe... na sua outra vida você também tinha esse ar melancólico. — Ele segurava a bucha contra sua pele e esfregava com uma certa calma. — Acho que é a coisa que mais me agrada em você.

Você o olhou, vendo o sorrisinho desgraçado pintar aquele rosto desconhecido. Você não entendia por que sua alma aceitava ele.

— Sua adoração à morte, sua infeliz vida e sua relutância sempre que eu te encontro em outra vida. — Você olhou para baixo, vendo as mãos dele limpar sua clavícula e pescoço. — Mas essa será nossa última.

A água já estava ruborizada, como se você estivesse em meio a um mar de sangue. A um mar de planos destruídos.

— Por que? — Você deixou escapar em um momento de choque.

— Porque você será uma maldição em breve, meu amor. — Ele parou com a bucha, olhando em seus olhos assustados. — Uma rainha, uma verdadeira rainha da morte.

Imagines de Jujutsu Kaisen +18Onde histórias criam vida. Descubra agora