Capítulo 3 - Regra número 1

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Já era tarde, eu tinha que ir embora logo e não tinha muito tempo para ficar escolhendo, então acabei comprando o bendito livro. Saindo da livraria notei alguns pingos de chuva caindo, então comecei a caminhar mais depressa, abraçando o livro para ele não acabar molhando.
Não demorou muito pra chuva piorar e eu ter que arranjar um lugar coberto pra ficar. O céu estava completamente escuro, e a água da chuva escorria pelas ruas.
Quase escorregando eu comecei a correr até a fachada de uma loja. Caramba porque essas coisas acontecem comigo? Respiro fundo e espero para ver se a chuva se acalmaria com o tempo.
Aproveito a situação para dar uma folheada no livro. A contracapa possui uma frase genérica como "Regras de funcionaram comigo e provavelmente funcionarão com você!" Eu espero que funcione mesmo.
Vejo no meu celular que agora são exatamente 22h, e pelo visto o tempo não vai melhorar tão cedo.
Sem pensar duas vezes, pulo a introdução do livro e vou logo para as regras.

"Regra número 1 - Reconheça seus motivos para não se apaixonar."

Meus motivos, sinceramente eu não sei. Talvez eu apenas não sirva para ter sentimentos desse tipo. Nunca senti nada por ninguém a minha vida inteirinha e eu não sou mais um adolescente, sentir coisas assim não fazem mais sentido já que sou agora um homem adulto. E mesmo que eu fosse adolescente, o amor não combina comigo.
Poderia também ser o trabalho, sou ocupado de mais pra pensar nessas bobeiras.
Eu talvez não tenha realmente um motivo real pra isso, eu só quero que tudo isso vá logo embora. Acho que isso é uma questão que eu preciso ficar pensando por muito tempo.

Me encontro totalmente sozinho no breu da noite, o mundo praticamente caindo do céu e recebo uma ligação de Kaveh.

- Alô, você é o Alhaitham? - Uma voz feminina me chama.
- Quem é você?
- Sou uma amiga de Kaveh, ele pediu pra você vir aqui buscar ele.
- Ooi Alhaitham! - Kaveh fala comigo do outro lado da linha, totalmente bêbado.
- Quem é essa mulher Kaveh?
- É a Ananya, conheci ela hoje, ela é muito legal.
- Kaveh fica onde você tá, eu já to indo ai.

Não acredito que ele foi se embebedar de novo. Ignoro totalmente a chuva e caminho o mais rápido que posso até a taverna.

Entro e vejo o loiro rindo feito louco com uma mulher usando roupas da Academia. A moça parecia sóbria.

- Vamos - Pego ele pelo antebraço mas ele não sai do lugar.
- Não imaginei que o Alhaitham que você me mencionou era o Sábio da Academia. - A mulher me fala com um tom sarcástico. - Vocês são gays ou o que?
- Nós somos apenas amigos.
- Não é o que meu amigo me contou. - Ela solta um riso leve. - Pode me contar, eu juro que não vou falar pra ninguém.
- Eu e Kaveh não temos nada, agora com licença que eu preciso ir.

O loiro finalmente decide se levantar e mal conseguia andar direito. Então eu apoio os braços dele nos meus ombros por trás, fazendo ele ter apoio nas minhas costas.

- A gente tem que ir embora mesmo? - Ele estava com a voz toda embaralhada.
- O que você falou pra aquela mulher?
- Eu contei que nós nos conhecemos faz tempo uai. - Eu duvido que seja isso mesmo, mas não compensa insistir, ele com certeza não se lembra de nada.

Ainda estava chovendo forte, com uma mão eu protegia o livro da água e com a outra eu segurava Kaveh para ele não cair no chão, que situação.
Caminhei até minha casa assim, encharcado com um bêbado falando bobeira nas minhas costas.

Assim que pisamos em casa ele praticamente pula das minhas costas e se deita todo molhado no sofá. Lá se vai meu sofá limpo...

- Não não, você vai ir tomar um banho agora.
- Eu tô exausto cara!
- E daí, ninguém mandou encher a cara!

Ele começa a gorfar e eu entro em desespero, não posso deixar ele vomitar no meu sofá. Sem pensar duas vezes pego pelo braço e vou o mais rápido que posso até o banheiro.
Kaveh mal chegou no banheiro e já jogou toda aquela mistureba de bebida pra fora. Ugh.
E pensar que mais cedo eu tava pensando em um motivo pra mim não gostar desse cara e agora eu tô ajudando ele a vomitar. Olha só o que a vida tá fazendo comigo.

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Oii gente eu vim avisar que reescrevi esse capítulo pois eu não estava satisfeita com como ele tinha ficado, ele ficou um pouquinho mais curto também mas eu vou compensar com o próximo capítulo.

As regras básicas de como não se apaixonar - Kavetham Onde histórias criam vida. Descubra agora