As regras básicas de como não se apaixonar - Kavetham

Capítulo 4 - Regra número 2

A regra número 2 diz sobre se colocar no pedestal e entender que você não precisa daquela pessoa.
Não quero negar, eu me acho um pouquinho, mas não o suficiente pra deixar de gostar daquele idiota.
Então tento pensar nas mais diversas soluções possíveis não me passa nada pela cabeça.
As vezes eu me pergunto, por que ele?
E já entendi que provavelmente eu nunca vou ter a resposta, porque enquanto fico pensativo eu esqueço que estou completamente perdido nos seus olhos avermelhados. Fico o observando enquanto seus cabelos loiros se misturam com a brisa de fim de verão, e como aquela gargalhada horrível dele se afunda bem nas camadas mais escondidas da minha alma.
E mesmo as vezes ele sendo um completo insuportável eu ainda sinto que ele precisa de mim, e que eu preciso dele.
Ele não sabe, e eu não quero que ele saiba.
E com toda certeza não gostaria de estar me sentindo assim também.

Kaveh está lá fora, regando as flores do quintal de casa que se não fosse por ele já estariam todas mortas, eu nunca me lembro de cuidar delas.
Eu deveria estar trabalhando, mas advinha, estou do outro lado da janela sem conseguir focar em mais nada a não ser em sua figura totalmente distraída.
Ele regava as flores e podava as ervas daninhas que cresciam em volta, atrapalhando as flores.
Kaveh deve ter tanta coisa pra fazer e mesmo assim aceitou me ajudar, é nessas horas que eu vejo o quão egoísta eu sou.

   Me levanto para ajuda-lo e ele fica surpreso de me ver saindo pela porta.

— Olha só quem resolveu sair da toca. - O loiro faz sinal para eu me aproximar.
— Para vai, eu não passo tanto tempo dentro de casa assim.

E ele me mostra o que eu tenho que fazer para o ajudar a cuidar das plantas.

— Não é assim Alhaitham! Você precisa podar com mais cuidado.
— Tudo bem senhor jardineiro.
— Senhor jardineiro?! - E eu acabo soltando uma risada pela sua reação. Me distraio vendo suas mãos afofando a terra.  — Vem cá me ajudar a regar essas aqui.
E eu o sigo até a torneira. Kaveh pega o regador e ao invés de regar a flor ele joga toda a água em mim.
— Não creio Kaveh! Puta merda!
— Agora você é o senhor água!
— Muito engraçadinho você, vem aqui! - E eu corri atrás dele com o regador.

Ficamos jogando água um no outro, só paramos porque as vizinhas pararam na rua para assistir a cena.
Praticamente encharcados, entramos em casa.

Passaram-se alguns dias desde que aquilo na taverna aconteceu e eu achei que finalmente as coisas estariam mais tranquilas, mas com certeza não é esse o caso.
É definitivamente outono, um novo dia na Academia se inicia e eu estou atarefado até as orelhas. Em breve as eleições para o novo Sábio definitivo começarão e por eu ser o Sábio temporário fiquei encarregado da maioria das tarefas. São coisas pra resolver aqui e ali, candidatos fazendo a maior bagunça pra entregar seus panfletos e uma lambeção ridícula pra agradar os eleitores.
Eu não vejo a hora de finalmente voltar a ser apenas um Escriba e ter minha vida tranquila de volta.
Está tudo muito movimentado.
Minha secretária também já está com os cabelos pro ar, correndo de um lado pro outro.

Ao sair da minha sala me deparo com uma mulher fazendo politicagem para os estudantes da Academia. Eles estavam totalmente vidrados nela.
Olhei bem para o seu rosto e notei que era a mesma mulher com quem Kaveh estava na Taverna aquele dia. Caramba.
Nada do que saia da boca dela tinha peso pra ser levado a sério, porém todo mundo concordava com tudo que ela falava. Me contentei a ficar quieto na minha. Mas ela viu que eu estava de passagem.

— Você é a melhor Senhorita Ananya! Com certeza já tem o meu voto. — Uma mulher que aparentava ser mais nova entra na roda buscando conversar com a candidata.
— É! O meu também!
E uma multidão de gente se junta a ela, fazendo perguntas.
E então, mesmo de longe ela se dá o trabalho de me encarar com um sorriso provocativo, sabendo que eu estava ouvindo.
— Podem ficar tranquilos, eu vou fazer por essa Academia o que nenhum Sábio conseguiu fazer.

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Oi meus amores, eu gostaria de me desculpar pelo atraso, minhas aulas voltaram e eu não estava com um pingo de ânimo pra escrever. Esse capítulo ficou mais curtinho porque ele já estava praticamente escrito eu só complementei. Prometo que não vou demorar pra escrever o próximo. Qualquer erro ortográfico podem me avisar!!