As manhãs em Sumeru sempre são calmas e agradáveis, o clima úmido de verão me traz uma sensação ótima de desestresse, o que eu venho precisando muito nesses últimos dias.
Ultimamente an Academia tá uma bagunça, com tudo o que aconteceu estamos sem o Sábio e sobrou pra mim tomar conta de tudo por enquanto. Os dias tem sido cada vez mais exaustivos e eu não estou tendo um único minuto de descanso. Mal acordo e já vou trabalhar, são coisas para fazer aonde quer que eu vá.
Preparo meu café já planejando o que vou fazer durante o dia, e já quebrando o clima de desestresse momentâneo pensando nas coisas pendentes pra hoje. Reclamar com o setor de finanças, participar de reuniões, aprovar projetos, fazer meu trabalho de sempre como escriba, resolver problemas. Não estou tendo tempo nem pra ler uma páginazinha sequer, e meu quarto está tão bagunçado que me dá dor física só de ver.— Mas você já vai? - Meu colega de quarto chega na cozinha, com aquela expressão de quem passou a noite em claro terminando trabalho. - Sua cara tá péssima.
- Se você se olhasse no espelho veria o quão hipócrita tá sendo agora. - Respondo levantando da cadeira.
- Muito engraçado. É sério você precisa descansar.
- Tenho muita coisa pra fazer hoje. - Me dirijo até a porta. - Inclusive, tem projeto atrasado que você precisa entregar.
- Eu sei eu vou entregar ainda essa semana.
- Assim eu espero. - Abro a porta. - Bom, eu tenho que trabalhar, você deveria fazer o mesmo. - Saio antes mesmo dele conseguir me responder qualquer coisa.Kaveh mora comigo já tem uns meses, ele não tinha aonde morar e veio me implorar de joelhos por ajuda. É óbvio que em troca ele teve que prometer fazer uma faxina completa na minha casa todo mês, mas acaba que quem limpa tudo sou eu pois quando ele limpa ele tira tudo do lugar, e eu odeio isso.
Ele vive me dizendo pra parar de reclamar quando ele arruma porque ele entende melhor de decoração do que eu. Mas quem liga? A casa continua sendo minha.
Nossa relação é meio complicada. Conheci ele quando estávamos no fundamental, ele foi o meu único amigo por muito tempo, e continua sendo assim. Mesmo que ele seja completamente diferente de mim a gente se dá bem, quer dizer, a gente quase se dá bem. Ele me irrita um pouco.
Nesses últimos dias a gente quase não conversou direito, eu o dia todo na Academia e ele na casa Daena, desenhando.Depois de mais uma reunião com alguns estudantes, vou para minha sala já sabendo dos próximos itens do meu planejamento diário:
- Senhor Alhaitham, você tem que aprovar alguns projetos do setor de arquitetura.
- Estou ciente. Diga para eles que estou indo em 5 minutos.
- Certo. - Minha secretária sai da sala.
Respiro fundo, pensando no problemão que eu vou ter que resolver, eu tenho quase certeza de que Kaveh ainda não terminou o projeto da nova área da Academia. Ele é tão irresponsável que isso me dá os nervos.Cansado, eu termino o dia voltando pra casa
exatamente às 10 da noite.
Sei que nesse horário meu colega de quarto provavelmente está dormindo, entro silenciosamente dentro de casa, tiro meus sapatos e no automático, vou até o banheiro tomar aquele banho quente que é tão limpa até a minha alma.- Alhaitham, você já chegou? - Kaveh me assusta, lavando a louça na cozinha.
- O que você tá fazendo aqui esse horário da noite?
- Eu tava com fome cara. - Ele aponta para um bolo que havia feito. - Sei que você tá trabalhando muito nesses últimos tempos e não tá se alimentando direito, fiz isso pra você também.
- Não precisava, você não é a minha mãe.
- Cala a boca e vem comer. - O loiro ignora totalmente o que eu disse, enxuga as mãos após colocar o último talher no escorredor, e corta dois pedaços do bolo. Fiquei ouvindo ele me contar sobre seu dia, ele fala de mais, me disse o quanto estava estressado do trabalho e reclamou sobre seus colegas não ouvirem suas ideias. Porém eu não havia percebido que estava o encarando por todo esse tempo..
- O que foi? - Ele me olha, desconfiado. - O bolo ficou ruim? Se quiser eu faço outra coisa.
- Eu tô surpreso que você lavou a louça.
- Para com isso vai eu sempre lavo.
- Você lava igual a sua cara.
- Vou levar como elogio, sou lindo. - Ele é um convencido mesmo.
- Se você acha quem sou eu pra negar né. - Levanto da cadeira e vou para o banheiro finalmente tomar meu banho, que era a minha ideia inicial.Me olhando no espelho eu vejo como o trabalho anda me afetando, eu tô feio mesmo, acho que envelheci uns dois anos pela falta de sono. No fim acho que Kaveh tem razão, eu tô péssimo.
Finalmente deitado na cama, ouço do andar de cima a porta da frente sendo destrancada. Não creio que ele vai ir beber às 11 da noite. Inconscientemente eu vou até a sala.- Que isso cara? - Kaveh levanta uma sombrancelha, segurando um saco cheio de lixo.
- O que você tá fazendo?
- Que que deu em você ein? Eu tô jogando esse monte de folha velha fora.
A questão é a seguinte: Por que caralhos eu me importei que ele ia até a Taverna? Eu nunca liguei para as coisas que ele fazia ou deixava de fazer.
- Você devia fazer o mesmo Alhaitham, seu quarto tá uma zona.
- Ai esquece Kaveh eu vou dormir. - Ele me olha com uma expressão de quem não entendeu nada, e eu posso dizer que estou sentindo o mesmo. - E você tem que dormir também, pensa que eu não sei que você fica acordado terminando trabalho?
- E isso é problema meu, inclusive você mesmo fica reclamando que eu sempre entrego os projetos atrasado. - Ele sobe as escadas, com aquele jeitinho leve enfurecido.Coloco a mão na testa tentando entender o que anda acontecendo comigo, acho que é o excesso de trabalho, ou eu estou ficando doido real.
Termino a noite deitado na minha cama, observando a paisagem da janela aberta até pegar no sono.———————-———————————————————
Oii gente, essa daqui é a minha primeira fanfic, eu espero que vocês estejam gostando. Vou tentar lançar um capítulo por semana (vou tentar eu juro)
Eu sou simplesmente apaixonada nos kavetham e depois de praticamente ler tudo o que tem aqui deles eu resolvi escrever minha própria fanfic. Enfim eu estou cheia de ideias.Feliz ano novo pra vocês!!
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As regras básicas de como não se apaixonar - Kavetham
FanficNinguém esperaria que o Escriba da Academia, sempre tão insensível, um dia criaria sentimentos por alguém.