PONTES INDESTRUTÍVEIS

Capítulo 2

Maraisa pov:

10 anos atrás:

Maraisa se arrumava para mais um dia de ensaio sabia que logo André estaria batendo em sua porta para poderem ir. Desde que chegou na casa de acolhimento de Sonia sua vida mudou completamente. Ali aprendeu a cozinhar, passar, desenvolver habilidade de costura, concerto. Continuou a frequentar a escola com outras meninas que moravam ali também. E logo que Sonia descobriu seu talento para dança a colocou em uma escola perto de casa. sua amiga era diretora lá e lhe garantiu uma bolsa.

Maraisa poderia ir longe.

- bom dia,Maraisa! vamos indo. – ouviu André a chamando.

Se apressou e em 30 minutos ele para na porta da escola de dança.

- vou levar as outras meninas para as atividades e mais tarde passo para te pegar. – ele disse, sorrindo para a morena enquanto se despedia.

Maraisa entrou na escola de dança e sorriu para as outras meninas de sua aula. Elas não eram tão simpáticas assim, sabia que Maraisa era um talento em potencial e tinham inveja. Mas ela não entraria nessa pilha. Tinha muito orgulho de estar onde estava.

Foi quando de repente sentiu uma batida forte contra sua panturrilha.

- ai! – Maraisa exclamou.

Se votou pronta para xingar, mas deu de cara com um rapaz alto e lindo,olhos penetrantes, cabelo escuro. Maraisa se viu levemente sem ar por um segundo, até se lembrou que aquele mesmo rapaz quase arrancou sua perna fora com aquele carrinho cheio de alimentos.

- ei! Olha pra onde você esta indo! – exclamou Maraisa, recobrando sua lucidez.

- desculpa, eu tô procurando a cantina desse lugar. – ele respondeu, o tom pouco serio demais para tão pouca idade.

- fica pra lá! – Maraisa apontou rapidamente para que assim o rapaz pudesse sair de sua frente. – agora vê se toma cuidado para não arrancar a perna de mais ninguém.

- pelo que eu tô vendo suas duas pernas estão ai. – o rapaz respondeu um pouco agitado.

Maraisa levou aquilo para outro sentido. Que menino abusado! Ela estava usando uma saia, obvio que ele devia estar olhando para suas pernas. Então quer dizer que além de desastrado, era pervetido. Maraisa pegou sua mochila e a usou para bater no rapaz.

- que abusado você!

- calma, moça! Não foi isso que eu quis dizer.

Fernando pov:

A verdade é que eu tinha ficado encantado com aquela menina na sua frente. Ela era linda, cabelos negros compridos, o rosto bonito. Não conseguia desviar o olhar e sentia que ela também não.

- vá logo para a cantina!

Peguei meu carrinho de entregas e me apressei a cantina antes que apanhasse mais ainda da moça bonita. No meio do caminho olhei para trás e senti meu estomago gelar ao ver que ela ainda olhava.

Nas próximas semanas sempre tentava chamar a atenção dela de alguma forma, seja falando mais alto ou passando mais proximo, mas ela parecia inalcançável.

Até que um dia eu a vi dançando sozinha em uma das salas. Estava voltando da cantina quando dei de cara com a porta aberta, a morena estava concentrada lá dentro, focada em seus passos e em sua postura. Era cedo demais para dizer que estava apaixonado?

- nossa... – deixei escapas em um sussurro.

A moça se virou rapidamente com o susto. Ao me ver logo se estressou.