O aviso de Dobby-1

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Capítulo 2






★ Conversa com a morte



  Acordei no dia seguinte novamente ouvindo os pios de Edwiges soarem por todo o quarto, tenho certeza que dassa vez tio Valter se livra dela, eu amo a Edwiges e passei anos em luto pela morte dela, mas com essa barulheira logo cedo, não sei dizer se poderei defende-la quando eu mesmo quero silencia-la,
– Por favor não faça barulho Edwiges!, tio Valter vai nos enviar para um matadouro se continuar assim, – falei me aproximando da gaiola, – sei que não gosta de ficar trancada, mas como pode ver compartilhamos da mesma situação, mas se você tiver um pouco mais de paciência em breve sairemos daqui e você poderá voar para onde quiser – falei, enfiando o dedo pelas grandes para acaricia-la, mas só recebi uma bicada forte como resposta.

Me virei para cama e me deparei com um homem alto com cabelos negros e olhos azuis escuros tão afiados como os de um felino me analisando, não sei qual foi maior, a surpresa ou o susto,
– Quem é você?...Como entrou aqui? – Não sei quem é esse homem, mas ele me parece muito familiar,
– Quem sou eu? – perguntou ele enquanto levantava uma sombrancelha, – Não sei, pensei que você soubesse, – falou dando de ombros, – Eu adquiro minha forma física com base nos  sentimentos das pessoas,
– Adquiri a forma com base nos sentimentos?! Que diabos é você? O que faz aqui? – mesmo parecendo familiar eu tenho certeza que nunca vi esse homem, eu me lembraria com toda certeza se o tivesse visto alguma vez,
– Eu tenho vários nomes, mas vocês decidiram me nomear de Morte, um nome bem peculiar tenho que admitir, por mais que eu nunca tenha parado para pesquisar o significado, – disse com uma expressão facial que deveria ser de dúvida,
– Morte?, tipo a morte? Quando alguém bebe um veneno, ou quando cair do décimo andar de um prédio ou quando é atingido por uma maldição Avada? – Isso não faz o menor sentido para mim, com certeza deve ser alguma brincadeira, se bem que eu reencarnei de alguma forma!.
– Ou quando a vida de um ser chega ao "fim", sim sou essa morte como refere você,
– E o que você está fazendo aqui? Não vai me dizer que... – as palavras sumiram na minha boca, eu sei que nada aqui até agora está normal, ou talvez... As pessoas tendem a dizer que vemos nossa vida passar diante de nossos olhos na hora da morte, mas eu não imaginei que seria tão real,
– Você não acha que faz muitas perguntas?– falou levantando da cama, – Sim eu sou a morte, e vim aqui ver se seu pedido havia dado certo, sem nem um importuno, – ele veio em minha direção e começou a me examinar, – mas parece que ouve um efeito colateral,
– Efeito colateral?! Que pedido? – perguntei me afastando das mãos estranhas dele, – eu não estou entendendo nada! – ele fez um barulho semelhante a um suspiro e se sentou novamente,
– Você morreu, não sei os motivos e tabem não me importo, – deu de ombros de novo, – Depois que você "morreu", como diz as regras eu fui até você e te levei para plano astral das almas, você me  pediu para voltar no passado e aqui está!, – exclamou em um sorriso que mais parecia falso,
– Eu morri?! Como?E te pedi para voltar?! E por que você aceitou? – quanto mais ele fala, com mais dúvida eu fico,
– Você provavelmente já ouviu falar das relíquias da morte, certo? – perguntou,
– Sim, a Granger já me falou algo sobre isso uma vez, – respondi,
– Quando uma pessoa consegue juntar todas as relíquias da morte, ela se torna o que chamam de o "Senhor da morte" e ganha alguns benefícios, – respondeu de uma forma, estranha que me fez supor que ele não gostava nem um pouco disso, – Você teve a pose de todas as relíquias o que lhe deu esse título e esses benefícios,
– Mas por que eu voltei?
– Se você não sabe, é eu quem vai saber?! – respondeu, – Não só existe uma "morte" como dizem vocês, existem várias entidades que ficam encarregadas de levar todo ser que chega ao fim de sua jornada para o paraíso ou o contrário tabem. Eu sou apenas uma pobre entidade que estavam fazendo o meu trabalho tranquilamente, até que fui encarregado de "servir" a você, Não sei por que você morreu, ou muito menos por que quis voltar no tempo, a única coisa que sei é que você estava muito determinado a isso, – Disse com impaciência.
– Mas eu não deveria me lembra do por que voltei, a única coisa que me lembro foi que eu havia chegado em casa depois de uma reunião no ministério ou pelo menos algo semelhante a isso, minha mente está confusa.– Afirmei.
– Então... Esse é o efeito colateral, – afirmou mudando a expressão, – Parece que enquanto você voltava no tempo, algumas de suas memórias ficaram perdidas no espaço e tempo, – fala enquanto meche em uma bola brilhante que apareceu em sua mão, – Mas você não precisa se preocupar com isso, suas memórias vão voltando a medida em que o tempo for passando e eventos semelhantes ao de suas memórias forem acontecendo, por isso você não deve se apegar muito as memórias que tem agora, já que elas podem ser falsas, ou podem mudar com o que vocês chamam "efeito borboleta" – terminou de falar, mostrando o sorriso mais falso e bonito que eu já vi.
– Então... Deixa eu ver se entendi, algo aconteceu logo depois que voltei do ministério, o que fez com que eu morresse, como você afirma, mas ao invés de acabar ou tudo ficar escuro, eu fui para o "mundo das almas", onde eu encontrei você?! E lá eu te pedir para me deixar voltar no tempo, já que eu supostamente tenho como te "controlar"?! E você aceitou me trazer no tempo, mas como dano colateral eu perdi parte das minhas memórias? – afirmei com milhares de dúvidas na mente, mas estou com vergonha de perguntar.
– É exatamente isso!! – afirmou com deboche, – Se não tem mas nem uma dúvida eu vou indo, tchau! – falou enquanto desaparecia, sem ao menos me dar tempo para perguntar mais alguma coisa,
– É só essa que me faltava, ao invés de me ajudar ele só me deixou com mais dúvidas.

HP:E Se a Morte Fosse Apenas O Começo?Onde histórias criam vida. Descubra agora