Gilderoy Lockhart

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Capítulo 8.


★ Mudanças:Maldito Lockhart.




Acordei cedo no dia seguinte, cedo, tomei um banho e me organizei para ir tomar o café. Como estava muito cedo, convenci Rowena a ficar no quarto escondida, e fui até a sala comunal ler um livro até a hora do café.

Me sentei na mesa do Salão Principal, e coloquei o livro no colo, e comecei a descer o que comeria, as quatro mesas compridas, cada uma de uma casa, estavam cobertas de terrinas de mingau de aveia, travessas de peixe defumado, montanhas de torradas e pratos com ovos e bacon, sob o céu encantado (hoje, toldado por nuvens cinzentas).
Coloquei mingau no meu prato e peguei algumas frutas para começar. Minutos depois, o salão já estava cheio. Hermione veio com seus cabelos sacudindo e sentou ao meu lado. 
— Onde você estava? — gritou.
— Bom dia, — falei, fatiando uma pera.
— Bom dia! Bom dia! Onde você estava ontem à noite? Como pode ter deixado o Rony sozinho? — estava praticamente gritando.
— Não entendi, o que aconteceu com o Rony? — perguntei.
— Você está me dizendo que não sabe? Como pode não saber? — reclamou.
— Eu não sei, oras! Cadê ele? — Logo, quando perguntei, o Ronald entrou no salão pálido e em silêncio, e sentou ao lado de Hermione, que agora que percebi tinha um exemplar de Excursões com vampiros na mão, no qual apertava com muita força.  

Neville Longbottom o cumprimentou animado. Neville era um menino de rosto redondo e dado a acidentes, na minha vida passada, durante a infância ele era o desastre em pessoa, mas quando ficaram adultos se tornou um verdadeiro grifinorio forte, corajoso e leal.

— Oi! Rony, então, cara, o que foi que aconteceu? — perguntei, fingindo estar embaraçado.
Mas antes que ele pudesse responder. Ouviu-se um rumorejo de asas, no alto, e uma centena de corujas entrou, descrevendo círculos pelo salão e deixando cair cartas e pacotes entre os alunos que tagarelavam. Um grande embrulho disforme bateu na cabeça de Neville e, um segundo depois, alguma coisa grande e cinzenta caiu na jarra de Hermione, salpicando todo mundo com leite e penas.
— Errol! — exclamou Ronald, puxando pelos pés a coruja molhada para fora da jarra. Errol caiu, desmaiada, em cima da mesa, as pernas para cima e um envelope vermelho e úmido no bico.
“Ah, não!…”, exclamou Rony.
— Tudo bem, ele ainda está vivo — disse Hermione, cutucando Errol devagarinho com a ponta do dedo.
— Não é isso, é isto.
Ronald estava apontando para o envelope vermelho. Parecia um envelope comum, mas era um perigo para pessoas com ouvidos. Já sabendo o que era, eu comecei a me afastar furtivamente da mesa.
 Neville olhava para o envelope como se fosse explodir.
— Que foi? — perguntou Hermione. 
— Ela… la me mandou um “berrador” — disse Ronald baixinho.
— É melhor abrir, Rony — sugeriu Neville com um sussurro tímido. — Vai ser pior se você não abrir.
Minha avó um dia me mandou um e eu não dei atenção — ele engoliu em seco —, foi horrível.
Eu já estava a quase dez pessoas de distância deles. 
Mas toda a atenção de Ronald estava na carta, que começara a fumegar nos cantos.
— Abra — insistiu Neville. — Termina em poucos minutos…
Ronald estendeu a mão trêmula, tirou o envelope do bico de Errol e abriu-o. Neville enfiou os dedos nos ouvidos. Uma fração de segundo depois, um estrondo encheu o enorme salão, sacudindo a poeira do teto.
“… ROUBAR O CARRO, EU NÃO TERIA ME SURPREENDIDO SE O TIVESSEM EXPULSADO, ESPERE ATÉ EU PÔR AS MÃOS EM VOCÊ, SUPONHO QUE NÃO PAROU PARA PENSAR NO QUE
SEU PAI E EU PASSAMOS QUANDO VIMOS QUE O CARRO TINHA DESAPARECIDO...”
Os berros da Sra. Weasley, cem vezes mais altos do que de costume, fizeram os pratos e talheres se entrechocarem na mesa e produziram um eco ensurdecedor nas paredes de pedra. As pessoas por todo o salão se viravam para ver quem recebera o berrador, e Ronald afundou tanto na cadeira que só deixara a testa vermelha visível.
“… CARTA DE DUMBLEDORE À NOITE PASSADA, PENSEI QUE SEU PAI IA MORRER DE VERGONHA, NÃO O EDUCAMOS PARA SE COMPORTAR ASSIM, VOCÊ PODIA TER MORRIDO…”
Eu já estava perto da última cadeira da grande mesa, com a mão nos ouvidos. Mesmo assim ainda estava escutando a voz que fazia meus tímpanos latejarem.
“… ABSOLUTAMENTE DESGOSTOSA, SEU PAI ESTÁ ENFRENTANDO UM INQUÉRITO NO TRABALHO, E É TUDO CULPA SUA, E, SE VOCÊ SAIR UM DEDINHO DA LINHA, VAMOS TRAZÊ-LO DIRETO PARA CASA.”
Seguiu-se um silêncio que chegou a ecoar. O envelope vermelho, que caíra das mãos de Ronald, pegou fogo e encrespou-se em cinzas. Ronald ficou aturdido, como se uma onda gigantesca tivesse acabado de passar por cima dele. Algumas pessoas riram e, aos poucos, a balbúrdia da conversa recomeçou.
Hermione fechou o Excursões com vampiros e olhou para o cocuruto da cabeça de Ronald.
— Bem, não sei o que você esperava, Rony, mas você…
— Não me diga que mereci — retrucou Ronald com rispidez.
Voltei para o meu lugar ao lado de Hermione devagar.
Empurrei o prato de mingau, e pequei ovos e bacon com torradas e comecei a comer.
— Então, Rony? Você vai me explicar extremamente o que aconteceu? — perguntei mastigando o bacon.
— Como você não sabe? Onde você estava? Não te vi em lugar algum, te procurei e... — falou, mudando a palidez por um vermelho de raiva.
— Oras, eu estava no vagão do trem, foi você que não apareceu. — Falei com cara de ofendido.
— No trem? Onde você estava? Minha mãe decidiu ir até a plataforma e esperar você, mas você nunca chegou, então eles começaram a atravessar a parede, e eu fiquei para trás para esperar, !!!! Tinha certeza de que talvez você tivesse se atrasado! Aí, quando enfim eu fui atravessar, a passagem havia se fechando!! Aí tive que encontrar uma forma de chegar aqui, e só pensei no carro do meu pai!!– gritou alto, o suficiente para a mesa do lado ouvir. — Eu caí no salgueiro lutador, perdi o carro do meu pai e minha varinha quebrou!! E no final fiquei sem a senha da sala comunal e quase fui expulso!! — gritou.
— E qual é a minha culpa nisso? Eu não fiz nada de errado, — falei calmo. — Eu não sabia que você tinha perdido o trem, pensei que tivesse chegado atrasado e pegado outro vagão, ou talvez se perdido. — expliquei.
— Me perdido?! Como achar que eu possa ter me perdido, você se quer me procurou? — perguntou alto, colocando a mão na cintura.
— Sim, a Hermione foi te procurar e eu também, mas isso não é nossa culpa, foi só um acidente. — Falei, limpando a mão, e afastei o prato de bacon que acabei de comer.
— Eu quase fui expulso!! — gritou.
— E isso não é minha culpa, — falei alto, — não fui eu que fechei a passagem. Você pegou o carro porque quis, você poderia ter esperado seus pais, ou voltado e explicado o que aconteceu a eles, não foi minha culpa! — falei alto, me levando e pagando o livro, e saí do salão. Quase perdi os olhares e sorrisinhos que várias pessoas haviam me dado. 

Sei que a primeira aula é uma aula dupla de Herbologia, com os alunos da Lufa-Lufa, então deixei para pegar os horários depois. Deixei o castelo e atravessei a horta rumo às estufas onde as plantas mágicas eram cultivadas. 

Ao me aproximar das estufas, vi a prof.Sprout. Ela trazia os braços carregados de bandagens. A Profa. Sprout era uma maegi atarracada que usava um chapéu remendado sobre os cabelos soltos; geralmente tinha um grande excesso de terra nas roupas, e suas unhas teriam feito tia Petúnia desmaiar. Eu a cumprimentei, 
Minutos depois, os outros alunos foram chegando e a porta da estufa ficou cheia. Ronald e Hermione foram os últimos a chegar, todos nós já estávamos em pé ao lado da professora, perto da porta 1. Gilderoy Lockhart chegou logo depois. 

 Gilderoy Lockhart estava imaculado em suas espetaculares vestes azulturquesa, os cabelos dourados brilhando sob um chapéu também turquesa, com galão dourado e perfeitamente
assentado na cabeça.
– Ah, alô pessoal! – cumprimentou ele, sorrindo para os alunos reunidos. – Acabei de mostrar à Profa Sprout a maneira certa de cuidar de um Salgueiro Lutador! Mas não quero que vocês fiquem com a ideia de que sou melhor do que ela em Herbologia! Por acaso encontrei várias dessas plantas exóticas nas minhas viagens...
– Estufa três hoje, rapazes! – disse a Profa Sprout, que tinha um ar visivelmente contrariado, bem diferente de sua habitual expressão animada.
Houve um murmúrio de interesse. Até então,eles só tinham estudado na estufa número um – a estufa três guardava plantas muito mais interessantes e perigosas, ou pelo menos era o que eles acreditavam. A Profa Sprout tirou uma chave enorme do cinto e destrancou a porta. Senti um cheiro de terra molhada e fertilizante mesclados ao perfume pesado de umas flores enormes, do tamanho de sombrinhas, que pendiam do teto.

Eu ia entrar na estufa quando Lockhart estendeu a mão.
– Harry! Estou querendo dar uma palavra... a senhora não se importa se ele se atrasar uns minutinhos,não é, Profa Sprout?
A julgar pela cara de desagrado da professora, ela se importava sim, mas Lockhart disse:
– É isso aí. – E fechou a porta da estufa na cara dela.
– Harry – disse Lockhart, os dentões brancos faiscando ao sol quando ele balançou a cabeça. – Harry,Harry, Harry.
Completamente estupefato, fiqyei calado.
– Quando ouvi, bem, é claro que foi tudo minha culpa. Tive vontade de me chutar.
Eu não fazia ideia do que é que o professor estava falando. Até que ele acrescentou:
– Nunca fiquei tão chocado em minha vida. Chegar a Hogwarts num carro voador! Bem, é claro,entendi na mesma hora por que você fez isso. Estava na cara. Harry, Harry, Harry.
Era incrível como é que ele conseguia mostrar cada um daqueles dentes brilhantes até quando não estava falando.
– Teve uma provinha de publicidade, não foi? – disse Lockhart. – Ficou mordido. Esteve na primeira página comigo e não pôde esperar para repetir o feito.
– Harry, Harry, Harry – disse Lockhart, me segurando pelo ombro. – Eu compreendo. É natural querer mais depois de provar uma vez, e eu me culpo por ter-lhe dado a oportunidade, porque a coisa não podia deixar de lhe subir à cabeça, mas olhe aqui, rapaz, você não pode começar a voar em carros para tentar
chamar atenção para a sua pessoa. É bom se acalmar, está bem? Tem muito tempo para isso quando for mais velho. É, é, sei o que está pensando! “Tudo bem para ele, já é um Maegi internacionalmente conhecido!” Mas quando eu tinha doze anos, era um joão-ninguém como você é agora. Diria até que era
mais joão-ninguém! Quero dizer, algumas pessoas já ouviram falar de você, não é mesmo? Todo aquele episódio com Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado! — Ele olhou para a cicatriz em forma de raio na minha testa. — Eu sei, eu sei, não é tão bom quanto ganhar o Prêmio do Sorriso mais Atraente do Semanário dos Bruxos cinco vezes seguidas, como eu, mas é um começo, Harry, é um começo. Ele deu uma piscadela cordial e saiu a passos largos.

Rapidamente me virei e abri a porta e entrei estupefato sem chamar atenção.





Obrigado pela atenção ☺️ ☺️
Beijos 😘

HP:E Se a Morte Fosse Apenas O Começo?Onde histórias criam vida. Descubra agora