Duelo? contra um basilisco...

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Capítulo 19.



★ Clube de duelos.




Acordei no domingo de manhã e me deparei com o dormitório iluminado pela luz do sol de inverno e meu braço curado, embora ainda muito duro. Sentei calmamente e olhei ao redor, a cama de Colin estava escondida com uma cortina alta por trás da qual eu trocara de roupa no dia anterior. Ao me ver acordado, Madame Pomfrey entrou apressada, trazendo uma bandeja com o café da manhã e
então começou a dobrar e a esticar os meus braços e dedos.
— Tudo em ordem — disse enquanto eu estava comendo mingau desajeitadamente, com a mão esquerda. — Quando terminar de comer, pode ir.
Me vesti calmamente para que o braço não piorasse e fui à Torre da Grifinória, Ao chegar à sala comunal, não vi nem Ronald e nem Hermione, aproveitei esse tempo a só para ir à biblioteca, estudar e planejar uma forma de encontrar o herdeiro sonserino impostor.
Quando passei pela porta da biblioteca, Percy Wesley ia saindo, com a cara muito mais animada do que na última vez que tinham se encontrado.
— Ah, alô, Harry. Voo excelente ontem, realmente excelente. Grifinória acabou de assumir a liderança na disputa da Taça das Casas, você marcou cinquenta pontos!
Forcei uma risada, enquanto Percy desaparecia de vista.
Após encontrar o livro que eu estava procurando sobre contratos e elfos, eu o li por um tempo e em seguida rumou direto para o banheiro de Murta Que Geme. 
Ao abrir a porta, ouviu vozes que vinham de um boxe trancado.
Dei passos calmos até o boxe e ouvi uma exclamação no interior de um boxe e vislumbrei os olhos de Hermione espiando pelo buraco da fechadura.
– Harry! Você nos deu um baita susto, entre, como está o seu braço?
— Ótimo — respondi ainda fora do boxe. Havia um velho caldeirão encarrapitado
em cima do vaso, uma série de estalos mostrando que eles haviam acendido um fogo embaixo. Conjurar fogos portáteis, à prova de água, era uma especialidade de Hermione.
— Pretendíamos ir ao seu encontro, mas decidimos começar a Poção Polissuco — explicou Ronald — Decidimos que este era o lugar mais seguro para escondê-la
— Harry! — exclamou Hermione. — Ouvimos hoje cedo a prof.ᵃ McGonagall contar ao Prof. Flitwick sobre um incidente com Colin crevei. Parece que ele também foi pego pelo monstro, você ouviu alguma coisa na enfermaria? — perguntou esperançosa.
— Não, não ouvi nada — falei, dando de ombros.
— Foi por isso que decidimos começar…
— Quanto mais cedo a gente obtiver uma confissão de Draco, melhor — rosnou Ronald — Sabem o que eu penso? Ele estava tão furioso depois do jogo de quadribol, que descontou no Colin.
— Isso é ridículo, Rony, —falei. Observando Hermione picar feixes de sanguinárias e jogá-los na poção, logo em seguida empurrando as sanguessugas para o fundo do caldeirão. Ronald despejou os hemeróbios mortos por cima das sanguessugas. Amassou o saco vazio e olhou para mim.
A notícia de que Colin Creevey fora atacado e agora se achava deitado como morto na ala hospitalar espalhou-se pela escola inteira até a manhã de domingo. A atmosfera carregou-se de boatos e suspeitas.
Os alunos do primeiro ano agora andavam pelo castelo em grupos unidos, como se tivessem medo de ser atacados, caso se aventurassem a andar sozinhos.
Ginevra Wesley, que se sentava ao lado de Colin Creevey na aula de Feitiços, parecia atormentada.
Nesse meio-tempo, escondido dos professores, assolava a escola um próspero comércio de talismãs, amuletos e outras mandingas protetoras. Neville Longbottom já comprara um cebolão verde e
malcheiroso, um cristal pontiagudo e púrpura e um rabo podre de lagarto, quando os outros alunos da Grifinória lhe lembraram que ele não corria perigo; era puro-sangue e, portanto, uma vítima pouco provável.
— Eles foram atrás de Filch primeiro — disse Neville, seu rosto redondo cheio de medo. — E todo mundo sabe que sou quase uma aberração.
Na segunda semana de dezembro, a Prof.a McGonagall veio, como sempre fazia, anotar os nomes dos alunos que continuariam na escola durante as festas de Natal. Assinei a lista e ouvi dizer que Dray ia ficar também, o que fez Hermione e Ronald suspeitarem. As festas seriam o momento perfeito para usar a Poção Polissuco e tentar extrair do garoto uma confissão.
Para a tristeza deles, a poção ainda estava na metade. Precisavam do chifre de bicórnio e da pele de araramboia, e o único lugar onde poderiam obtê-los era no estoque particular de Snape.
— O que precisamos — disse Hermione, eficiente, quando se aproximava da aula dupla de Poções na quinta-feira à tarde — é de uma diversão. Então, um de nós pode entrar escondido na sala de Snape e tirar o que for preciso e Ronald olhou para ela, nervoso.
— Acho que é melhor eu fazer o roubo propriamente dito — continuou Hermione num tom trivial. — Vocês dois vão ser expulsos caso se metam em mais uma encrenca, mas eu tenho a ficha limpa. Então, só o que têm a fazer é causar bastante confusão para distrair Snape por uns cinco minutos.
Dei um leve sorriso. Provocar confusão na aula de Poções de Snape era quase tão seguro quanto espetar o olho de um dragão adormecido.
A aula de poções era dada em uma das masmorras maiores. A de quinta-feira à tarde transcorreu como sempre. Vinte caldeirões fumegavam entre as carteiras de madeira, sobre as quais havia balanças e
frascos de ingredientes. Snape andava por entre os vapores, fazendo comentários mordazes sobre o trabalho dos alunos da Grifinória, enquanto os da Sonserina davam risadinhas de aprovação. Draco
Malfoy, que era o aluno favorito de Snape, não parava de mostrar olhos de peixe baiacu para Ronald, mas passou a maior parte do tempo me ignorando.
A solução para Fazer Inchar ficou perfeita, mas nem em mil anos Snape a elogiaria. Quando Snape deu as costas para implicar com Neville, Hermione olhou para mim e fez um aceno com a cabeça. Eu a ignorei e olhei para o meu livro de porções.
Ronald se abaixou depressa por trás do próprio caldeirão, tirou do bolso um dos fogos Filibusteiro de Fred e deu-lhe um leve toque com a varinha. O fogo começou a borbulhar e a queimar. Sabendo que só
dispunha de segundos, Ronald se levantou, mirou e atirou o fogo no ar; ele caiu dentro do caldeirão de Goyle.
A poção de Goyle explodiu, chovendo sobre a classe inteira. Os alunos gritaram quando os borrifos da Solução para Fazer Inchar caíram neles. Draco ficou com a cara coberta de poção e seu nariz começou a
inchar como um balão; Goyle saiu esbarrando nas coisas, as mãos cobrindo os olhos, que haviam inchado até atingir o tamanho de um prato, Snape tentava restaurar a calma e descobrir o que estava acontecendo.
Na confusão, vi Hermione entrar discretamente na sala do professor.
— Silêncio! SILÊNCIO! — rugiu Snape. — Os que receberam borrifos, venham aqui tomar uma Poção para Fazer Desinchar, quando eu descobrir quem foi o autor disso…
Ronald estava rindo ao ver Draco correr para a frente da sala, a cabeça pendurada por causa do peso de um nariz do tamanho de um melão. Enquanto metade da classe se arrastava até a mesa de Snape,
alguns sobrecarregados com braços grossos como bastões, outros com os lábios tão inchados que não conseguiam falar, vi Hermione tornar a entrar, sorrateiramente, na masmorra, com a frente das vestes estufada.
Depois que todos tomaram uma dose do antídoto e seus inchaços murcharam, Snape foi até o caldeirão de Goyle e pescou os restos retorcidos e negros do fogo de artifício. Fez-se um silêncio repentino.
— Se eu um dia descobrir quem jogou isso — sussurrou Snape — vou garantir que esse aluno seja expulso.
Olhei para ele neutro. Enquanto ele olhava diretamente para mim, a sineta tocou dez minutos.
— Ele acha que fui eu — falei a Ronald e a Hermione enquanto corriam para o banheiro da Murta Que Geme.
Hermione jogou os novos ingredientes no caldeirão e começou a misturá-los febrilmente.
— Vai ficar pronto daqui a duas semanas — anunciou alegremente.
— Snape não pode provar que foi você — disse Ronald tranquilamente. 
— E claro que não pode, já que foi você — afirmei enquanto a poção espumava e borbulhava.
Uma semana mais tarde, ia atravessando o saguão de entrada quando vi uma pequena aglomeração em torno do quadro de avisos. Os alunos liam um pergaminho que acabara de ser afixado. Simas Finnigan e Dino Thomas fizeram sinal para nós nos aproximarmos com ar excitado.
— Vão reabrir o Clube dos Duelos! — disse Simas. — A primeira reunião é hoje à noite! Eu não me importaria de tomar aulas de duelo; poderiam vir a calhar um dia desses…
— Quê, você acha que o monstro da Sonserina sabe duelar? — perguntou Ronald, mas também leu o aviso com interesse.
— Poderia vir a calhar — disse ele para mim e Hermione quando entramos para jantar. — Vamos?
Hermione foi a favor do clube. Assim, às oito horas daquela noite, nós três voltamos correndo para o Salão Principal. As longas mesas de jantar haviam desaparecido e surgira um palco dourado encostado a uma parede, cuja iluminação era produzida por milhares de velas que flutuavam no alto. O teto voltara a ser um veludo negro, e a maioria da escola parecia estar reunida sob ele, as varinhas na mão e as caras animadas.
— Quem será que vai ser o professor? — disse Hermione enquanto nos reunimos aos alunos que tagarelavam sem parar. — Alguém me disse que Flitwick foi campeão de duelos quando era moço, talvez seja ele.
Nesse momento, Gilderoy Lockhart vinha entrando no palco, resplandecente em suas vestes ameixa-escuras, acompanhado por ninguém mais do que Snape, em sua roupa preta habitual.
Lockhart acenou um braço pedindo silêncio e disse em voz alta:
— Aproximem-se, aproximem-se! Todos estão me vendo? Todos estão me ouvindo? Excelente!
“O Prof. Dumbledore me deu permissão para começar um pequeno Clube de Duelos, para treiná-los, caso um dia precisem se defender, como eu próprio já precisei fazer em inúmeras ocasiões, quem quiser conhecer os detalhes, leia os livros que publiquei.”
“Deixem-me apresentar a vocês o meu assistente, Prof. Snape”, disse Lockhart, dando um largo sorriso. “Ele me conta que sabe alguma coisa de duelos e, desportivamente, concordou em me ajudar a fazer uma breve demonstração antes de começarmos. Agora, não quero que nenhum de vocês se preocupe, continuarão a ter o seu professor de Poções mesmo depois de eu o derrotar, não precisam ter medo!”
— Não seria bom se os dois acabassem um com o outro? — cochichou Ronald no meu ouvido.
O lábio superior de Snape crispou-se. Fiquei imaginando o quão rápido as pessoas ficariam se Snape olhasse daquela forma para eles, ele parecia que ia usar uma imperdoável a qualquer momento, o que eu apoiaria com toda certeza.
Lockhart e Snape se viraram um para o outro e se cumprimentaram com uma reverência; pelo menos, Lockhart cumprimentou com muitos meneios, enquanto Snape curvou a cabeça, irritado. Em seguida, os dois ergueram as varinhas como se empunhassem espadas.
 — Como vocês veem, estamos segurando nossas varinhas na posição de combate normalmente adotada.
— Disse Lockhart aos alunos em silêncio. — Quando contarmos três, lançaremos os primeiros feitiços.
Nenhum de nós está pretendendo matar, é claro.
— Eu não teria certeza disso — murmurei, observando Snape arreganhar os dentes.
— Um… dois… três…
Os dois ergueram as varinhas acima da cabeça e as apontaram para o oponente; Snape exclamou:
— Bombarda maxima! — Viram um lampejo ofuscante e Lockhart foi lançado para o alto: voou para os fundos do palco, colidiu com a parede tão forte que metade dela se quebrou, acabou estatelado no chão como um boneco de pano.
Eu e outros alunos da Sonserina demos vivas. Hermione dançava nas pontas dos dedos para ver melhor.
— Vocês acham que ele está bem? — guinchou, tampando a boca com a mão.
— Quem se importa? — respondi, e Ronald concordou.
Lockhart demorou alguns minutos para se levantar, a maioria do salão estava rindo, mas, ao mesmo tempo, preocupados. Uns cinco minutos depois, Lockhart foi-se levantando tonto. Seu chapéu caíra e os cabelos ondulados estavam em pé e cheios de poeira, seu rosto estava com vários arranhões que pareciam até serem graves, dada a situação.
— Muito bem! — disse, gaguejando e cambaleando de volta ao palco. — Isto foi um Feitiço de… Bombarda serve para explodir coisas, mas também pode ser usado para derrubar o oponente, como viram, eu fui derrubado e a parede se explodiu. Ah, muito obrigado, Srt.ᵃ Brown... sim, foi uma excelente demonstração, Prof. Snape, mas se não se importa que eu diga, ficou muito óbvio o que o senhor ia fazer. Se eu tivesse querido detê-lo, teria sido muito fácil, mas achei mais instrutivo deixá-los ver…
Snape tinha uma expressão assassina no rosto. Lockhart possivelmente notou porque acrescentou:
— Chega de demonstrações! Vou me reunir a vocês agora e separá-los aos pares. Prof. Snape, se o senhor quiser me ajudar…
Os dois caminharam entre os alunos, formando os pares. Lockhart juntou Neville com Justino Finch- Fletchley, mas Snape chegou até mim e Ronald primeiro.
— Acho que está na hora de separar a equipe dos sonhos — caçoou. — Wesley, você luta com Finnigan. Potter…
— Acho que… — disse Snape, sorrindo estranhamente. — Sr. Malfoy, venha cá. Vamos ver o que… — disse Snape. — Senhor, faz com o famoso Potter.
Draco se aproximou. Atrás dele caminhava uma garota da Sonserina, que lembrava uma foto que vi nas férias com Maegis malvadas. Era grande e atarracada, e seu
queixo pesado se projetava para a frente, agressivamente. Hermione lhe deu um breve sorriso que ela não retribuiu. 
— De frente para os seus parceiros! — mandou Lockhart, de volta ao tablado. — E façam uma reverência!
Eu e Draco inclinamos nossas cabeças, sem tirar os olhos um do outro.
— Preparar as varinhas! — gritou Lockhart. — Quando eu contar três, lancem seus feitiços para desarmar os oponentes experlliarmos, apenas para desarmá-los, não queremos acidentes, um… dois… três…
Apontei a varinha direto para Draco e gritei:
–Sinefinerisus !
Um jorro de luz prateada atingiu Draco no estômago e ele se dobrou, com dificuldade de respirar.
— Eu disse desarmar apenas! — gritou Lockhart assustado por cima das cabeças dos combatentes, quando Draco caiu de joelhos, e mal conseguia se mexer de tanto rir. Recuei com a vaga impressão de que seria pouco esportivo enfeitiçar Draco ainda no chão, mas isso foi um erro; tomando fôlego, Draco apontou a varinha para os meus joelhos e disse engasgado: “Tarantallegra!”, e no segundo seguinte, as minhas pernas começaram a sacudir descontroladas numa espécie de marcha rápida.
— Parem! Parem! — berrou Lockhart, mas Snape assumiu o controle.
– Finite Incantatem! – gritou ele; os meus pés pararam de dançar. Draco parou de rir e nois
pudemos erguer a cabeça.
Uma névoa de fumaça verde pairava sobre a cena. Neville e Justino estavam caídos no chão,
ofegantes; Ronald estava segurando um Simas branco feito papel, pedindo desculpas pelo que sua varinha
quebrada pudesse ter feito; mas Hermione e Emília Bulstrode ainda lutavam; Emília dera uma chave de
cabeça em Hermione, que choramingava de dor; as varinhas das duas jaziam esquecidas no chão. Lockhart tentou fazer Emília soltar Hermione. Foi difícil: a garota era muito maior do que ele.
– Ai, ai-ai, ai-ai! – exclamou Lockhart, passando por entre os duelistas, para ver o resultado das lutas.
– Cuidado, Miss Fawcett... Aperte com força, vai parar de sangrar em um segundo,
Boot...
“Acho que é melhor ensinar aos senhores como se bloqueia feitiços hostis”, disse Lockhart, parando no meio do salão. Ele olhou para Snape, cujos olhos negros brilhavam, e desviou rápido o seu olhar.


Obrigado pela atenção ☺️
Beijos 😘

HP:E Se a Morte Fosse Apenas O Começo?Onde histórias criam vida. Descubra agora