𝗙𝗔𝗟𝗘 𝗔𝗚𝗢𝗥𝗔 ━━━ ❝A vida amava pregar peças em momentos inesperado. O momento onde ela pregou uma peça tinha um sabor de passado, um passado que misturava nostalgia e sentimentos. E se o destino colocasse uma no caminho de outra mais uma vez...
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Três. Eu Nunca Ouvi Um Silêncio Tão Ensurdecedor.
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CORNELIA PERCORRIA OS CORREDORES DO NECROTÉRIO, acompanhada pelos agentes Jareau e Alvez. Recém-chegada a Washington, Prentiss havia dividido as equipes para cobrir diferentes locais, enquanto ela mesma se instalava na delegacia com Rossi e Spencer, e ao mesmo tempo fornecer mais informações. A morena sentiu um certo alívio por não estar na mesma equipe que Spencer; eles não haviam trocado muitas palavras além das necessárias para o trabalho. A comunicação deles dificilmente poderia ser considerada uma conversa adequada.
Cornelia passou a viagem inteira na confortável poltrona da aeronave, imersa em seus próprios pensamentos. Ao resolver questões do caso com a equipe e conversar com Garcia, cada palavra pronunciada nas discussões confirmava que aceitar aquele emprego foi a decisão certa. Especialmente ao ver Spencer à sua frente depois de anos, Cornelia lançava olhares discretos em sua direção, sem coragem de iniciar uma conversa. Depois de soltar suas palavras como se tivesse lançado uma bomba e saído apressadamente, nenhum dos dois teve coragem de se dirigir um ao outro.
Se Heloísa estivesse ciente de toda essa história, Cornelia já teria uma ideia do que sua irmã diria: "Para de ser frouxa, Cornelia. Você não era assim aos dezenove anos! O que aconteceu contigo?". Era verdade. Cornelia era mais corajosa na juventude, mas, em sua percepção, reencontrar um antigo melhor amigo, ainda mais uma paixão adolescente, era estranho. Sentia que havia muito a ser dito, mas ao mesmo tempo, não sabia por onde começar. Era como se os dois fossem estranhos completos agora.
Luke bateu duas vezes na porta antes de girar a fechadura, no entanto, a sala permanecia silenciosa até o momento, com apenas os corpos dos cadáveres como companhia. Deixando espaço para as damas passarem à frente, Cornelia e JJ agradeceram, entrando primeiro na sala, seguidas por ele. Os três agentes se aproximaram, analisando minuciosamente cada detalhe visível.
Cornelia não conseguia explicar claramente o que estava diante dela. Um esqueleto? Sim, definitivamente aquilo já fora um corpo um dia.
── Me desculpe por qualquer atraso. Estava indo pegar meu almoço. ── Anunciou o médico legista, entrando na sala com sua refeição em mãos. Cornelia se perguntava sinceramente como os legistas tinham estômago para comer naquele ambiente nada comum; só de pensar, já causava desconforto na barriga.
