Híbrida - SasuSaku

Capítulo 5 - Juventude

— Querida, tem certeza que não quer uma festa? — Suspirou pela vigésima vez apenas em uma hora. Mikoto e Kushina estavam a perturbando para que fizesse uma festa de quinze anos, mas ela não queria. — Imagina, Sakura, você dançando valsa com o príncipe.

Só a ideia de que Sasuke seria empurrado para ser o príncipe, lhe causou náuseas. Quanto tempo não olhava na cara dele? Não deveria ser afetada pelas palavras vazias que ele a lançou quando mais nova, mas a maldita ligação não deixava ela esquecer que se pertenciam.

— Obrigada, tia Kushina. — Agradeceu gentilmente, se desfazendo mais uma vez. — Meu sonho de ter uma festa de quinze anos, era para que meu pai fosse o meu príncipe.

Mikoto e Kushina se entreolharam com pesar, não queriam fazer Sakura se lembrar daquilo, mas sabia o quanto os pais e ela eram ligados.

— Desculpe, querida. — Mikoto deixou um beijo em seus cabelos, antes de se afastar. — Não queríamos te forçar a esse ponto.

— Sem problemas. — Se levantou e abraçou as duas mulheres que a criaram depois da morte dos pais. — Vocês querem almoçar aqui hoje?

— Bem que eu queria. — Kushina falou com pesar, parecia inconformada. — Mas Naruto e Minato voltam para o almoço hoje.

— Nem me diga. — Mikoto revirou os olhos. — Sasuke e um bando de fora vieram para conhecer a alcateia hoje.

Só de ouvir o nome do dito cujo, o corpo de Sakura enrijece, mostrando o quanto apenas o nome dele a afetava. Disfarçou com um sorriso educado, enquanto apertava as mãos na frente do corpo.

Mikoto e Kushina não perceberam pois estavam irritadas por não poderem passar mais tempo com a rosada, o que a deixou aliviada. No passar dos anos, Sakura voltou a morar na sua casa, sozinha, aprendeu a fazer tarefas básicas com o tempo que passou na casa dos Uzumakis, e se sentia grata por isso. Mas gostava de estar sozinha em casa, pelo menos assim, ninguém a fazia lembrar dos acontecimentos tristes. Na casa, lembrava-se apenas do quanto era feliz com os pais, e gostava da solidão e paz que o local transmitia.

— Vamos indo, querida. — Sakura deixou os ombros caírem, aliviada. — Até mais, tenha um bom dia.

— Igualmente. — Acenou para as duas, esperando poder ter novamente aquela paz. Quando fechou a porta, se encostou na mesma e escorregou até o chão, se sentiu angustiada. Os olhos estavam marejados, enquanto as duas mãos taparam a boca, numa tentativa falha de segurar os soluços.

Não era mais criança, sabia que era por causa da ligação entre ela e o Uchiha. Estava assim simplesmente por terem tocado no nome dele, se odiava por isso, odiava a ligação, odiava, odiava, odiava!

Se levantou esfregando o próprio rosto, forçando-se a parar de chorar por uma pessoa que não se importou consigo. Precisava focar nos seus treinos. Não foi fácil chegar até ali, passou por cima de muitas coisas para conseguir domar sua loba e instigar a sua parte vampírica a mostrar sua natureza, o que ainda não ocorreu.

Subiu as escadas em uma velocidade impressionante, amava sentir o vento cortar a pele e mesmo assim não acontecer nada. A sensação era refrescante. Pegou um dos muitos livros que lia ao passar dos anos e desceu as escadas correndo indo para o quintal dos fundos, onde dava para a floresta.

Abriu na página marcada onde parou e seguiu as instruções. Sua parte lupina já estava despertada e controlada, agora falta a parte vampírica, queria saber se poderia usar magia ou não.

— Droga, porque é tão difícil? — O sussurro era irritado, enquanto fechava o livro com força. Esticou a mão direita e esperou que sentisse o formigamento que o livro descrevia, mas nada aconteceu. — Sou inútil até em conseguir as coisas sozinhas.