CAPÍTULO 22

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E foi naquele momento, quando eu estava passando do escritório pro quarto, no instante em que eu paro no corredor e tenho uma visão parcial do que se passava na grande televisão da sala

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E foi naquele momento, quando eu estava passando do escritório pro quarto, no instante em que eu paro no corredor e tenho uma visão parcial do que se passava na grande televisão da sala. Geralmente eu não ligo de ficar vendo notícias. As que eu preciso ver, sempre aparecem pra mim hora ou outra nas mídias sociais, então nao sinto muita necessidade de ver televisão. Sei o quanto a cidade é violenta, quantas pessoas morrem por dia e sei que se não me cuidar vou acabar sendo eu a próxima que vai parar nos noticiários.

Ainda assim não vejo a droga das notícias.
Porém algo me chamou atenção, quando passava pelo corredor. Não sei se foi a causalidade. Na psicologia, existe uma coisa chamada viés de disponibilidade, que funciona assim: se em algum lugar um avião cai e todo mundo fica sabendo, então todo mundo que ficou sabendo vai passar a ter mais medo de avião do que teriam normalmente, e além disso, de repente a população inteira de uma cidade aonde teve esse acidente vai passar a considerar aviões como o meio menos seguro de transporte, mesmo que aviões nao caiam tão normalmente assim.

Isso é uma das coisas que se aprende com os livros da sessão empoeirada da biblioteca, e graças a eles, eu sei que isso pode ser coisa da minha cabeça.

A mulher do jornal anunciava sobre uma caríssima coleção de carros de um dos sub milionários da cidade, que aparentemente sofreu um incêndio clandestino esta manhã.

"Tenho coisas pra resolver" ele disse, além de ter deixado bem mais do que claro o quanto ele estava descontente com seus amiguinhos de ontem do terraço.

Que se dane o viés de disponibilidade. Eu deveria sair daqui o quanto antes. Dane-se meu celular,minha rotina quebrada, dane-se essa maldita cobertura e tudo que ela tem a oferecer. Arrombar aquela porta e sair dessa torre assim como a Rapunzel tinha feito, ou deveria ter feito dependendo da versão da história.

Deveria ter feito, eu deveria ter feito isso, mas eu ja debati isso vezes comigo suficiente ora saber que eu ja cruzei essa linha, ja passei do ponto sem volta que o professor Brown, de volta pro futuro tanto mencionava. Aquele ponto que depois de ter passado dele não vai ter mais como puxar a alavanca e desistir, você tem que acelerar o carro e torcer pra não cair de cara do precipício.
Não vou tentar fugir mais, apesar de ainda lutar com essa ideia. Mais consciente do que nunca, eu resolvo ir pro quarto e terminar o que estava fazendo.

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