CAPÍTULO 2

10.8K 1K 215
                                    


𝕆𝕙, 𝕒𝕟𝕕 𝕞𝕪 𝕝𝕠𝕧𝕖

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

𝕆𝕙, 𝕒𝕟𝕕 𝕞𝕪 𝕝𝕠𝕧𝕖

𝔻𝕚𝕕 𝕀 𝕞𝕚𝕤𝕥𝕒𝕜𝕖 𝕪𝕠𝕦 𝕗𝕠𝕣 𝕒 𝕤𝕚𝕘𝕟 𝕗𝕣𝕠𝕞 𝔾𝕠𝕕?

𝕆𝕣 𝕒𝕣𝕖 𝕪𝕠𝕦 𝕣𝕖𝕒𝕝𝕝𝕪 𝕙𝕖𝕣𝕖 𝕥𝕠 𝕔𝕦𝕥 𝕞𝕖 𝕠𝕗𝕗?

𝕆𝕣 𝕞𝕒𝕪𝕓𝕖 𝕛𝕦𝕤𝕥 𝕥𝕠 𝕥𝕦𝕣𝕟 𝕞𝕖 𝕠𝕟


 𝕋𝕙𝕖 𝕊𝕦𝕞𝕞𝕠𝕟𝕚𝕟𝕘 - 𝕊𝕝𝕖𝕖𝕡 𝕋𝕠𝕜𝕖𝕟 



Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.



Tinha pouca coisa que eu conseguia ver na baixa luz daquele ambiente sinistro.

Steven estava na minha frente, me amassando contra a parede de uma forma nada agradável, e eu conseguia enxergar apenas seu contorno em cima de mim. Hoje era um péssimo dia pra gostar de caras altos. 


-CONVERSAR? NAO ME VENHA COM ESSA DE CONVERSAR! VOCÊ VAI ME DEIXAR, NAO VAI? É isso que você quer não é?? chega de mentiras, chega desses seu papinho idiota e mentiroso! Eu quero a verdade!! - Ele grita alto na minha cara e até cospe enquanto fala. Penso naqueles animais raivosos que babam horrores durante um ataque de fúria.

Ele pende os braços em volta de mim em um abraço esmagador. Minhas costas batem  contra a parede com o seu peso e sinto uma dor onde alguma coisa espeta minhas costas. Ele coloca o rosto no meu pescoço e eu sinto sua respiração pesada.

Estou apavorada, com as mãos suando. O quão arriscado é o terreno em que estou agora?  meu maior objetivo nesse momento é não virar mais uma estatística, o que é muito provável que eu vire com Steven fora de si desse jeito, tudo que me resta é tentar escapar dessa e torcer pra ele ser racional o suficiente e não tentar nada contra mim.


Levanto um dos meus braços -o único que não estava preso sob seu peso, e passo sobre sua escápula, retribuindo da melhor forma que posso o seu apelo desesperado. Eu só tinha que dar um jeito dele me soltar.


-Est-esta tudo bem, calma. Não podemos...ficar aqui dentro. Esse não é o melhor lugar para termos essa conversa.


O medo e o receio na minha voz era muito perceptível, e fiquei preocupada de que ele considerasse isso uma ofensa. Se ele estivesse tão parecido com um animal raivoso agora quanto na minha cabeça, então ele provavelmente conseguiria sentir o cheiro do meu pavor, exalando dos meus poros, e isso o irritaria ainda mais.


Talvez seja esse lugar. Essa atmosfera que torna tudo mais tenebroso e aterrorizante. Talvez aqui dentro até uma criancinha fofa deve parecer ter saído de um filme de terror. Não tenho nem como ter certeza que as marcas de corpo feitas de giz decorando o chão são realmente falsas.

Como eu já tinha dito antes, esse parque caindo aos pedaços é aterrorizante por si só. Não tenho nem  ideia de como ele se mantem por tanto tempo ativo, como arruma dinheiro pra continuar nessa cidade pequena se quase ninguém vem nele. Das crianças no colégio até os adultos da faculdade contam suas histórias de terror sobre os carroceis enferrujados e a roda gigante que a qualquer momento vai cair e esmagar alguém. 

Eu sempre acreditei que fosse tudo bobagem. Nenhum parque funcionaria sem medidas de seguranças mínimas pra que não ocorra nenhum acidente.  Ainda assim eu prefiro evitar ir na roda gigante.

Outra coisa, é que casa dos horrores precisa de público que realmente ache que tem alguma coisa por trás dela, seja uma história de morte misteriosa ou um desparecimento suspeito aqui dentro. Se não, não vai ter graça nenhuma para aqueles fanáticos pelo terror. Mas se fosse realmente assim, por que as pessoas continuam não frequentando aqui?

Será que tem alguma mínima chance de eu simplesmente desaparecer aqui dentro e nunca mais ser encontrada? Poderia meu corpo ficar abandonado junto com as bruxas de cera e os esqueletos de plástico e eu ser esquecida?

Não! Isso é bobagem, não tem como isso acontecer.


-Você não vai me deixar Cass! Não temos o que conversar. Tá tudo bem viu? A gente vai se entender, a gente sempre se entende.


Steven levanta o rosto e me encara com um olhar muito estranho, mas seu braço atrás de mim logo fica mais fica mais firme, e de repente, sou empurrada contra a sua boca.É doloroso, babado e muito muito ruim. Seus dentes batem contra meu rosto e eu sinto mais desespero que qualquer outra coisa.

 Sinto gosto de cigarros e cerveja da sua boca contra a mina, e eu tento me afastar empurrando ele, mas ele já me agarrou ainda mais forte, e tudo que eu faço é inútil.

Eu paro de resistir quando percebo que quanto mais eu luto, mais forte ele me aperta, e que não vou conseguir nada assim, então eu simplesmente me rendo a aquele beijo asqueroso.


Eu percebi o quanto eu estava cansada, cansada desse relacionamento, de lutar. O quanto eu apenas tinha aceitado o que estávamos nos tornando e o que isso tudo estava virando. Mas eu não podia mais, não posso mais ficar assim, não posso mais ficar com ele nem um segundo se quer. Não suporto mais esse medo que toma conta de mim não só agora mas tantas outras vezes.


Ele me solta depois de um tempo tortuoso, e eu começo a tossir, engasgada pela falta de ar.


Eu penso em todo o medo que estou sentindo agora e faço o meu melhor pra jogar ele pra um outro canto do meu cérebro. Tento me lembrar do tipo de homem que ele já mostrou ser pra mim outras vezes, homem bom e atencioso. Tento enfiar na minha cabeça que é só o lugar aonde estamos que está me deixando tão apreensiva, e que de toda forma, deve ter câmeras por aqui, certo? Câmeras, funcionários e seguranças. Seria melhor se conversássemos aqui do que em casa, só eu e ele. Afinal eu moro sozinha e ele também. Eu uso todos esses argumentos comigo mesma pra me dar coragem no que vou fazer agora, eu reúno toda que consigo e empurro ele com toda a força que consigo, aproveitando o momento em que nós separamos do beijo. 

Ele se move muito pouco pra trás, mas é o suficiente pra eu me agachar e sair daquele aperto.

Eu ainda estou tremendo, mas continuo mentindo pra mim mesma de que vai ficar tudo bem.


-Steven, pra mim já chega, eu quero terminar com você.

Casa dos HorroresOnde histórias criam vida. Descubra agora