CAPÍTULO 27

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O capítulo a seguir contém extrema violência narrada, se você tem alguma sensibilidade com esse tópico, por favor não leia.

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Tudo acontece muito rápido, quase rápido de mais pra meus olhos acompanharem. Primeiro eu sinto um soco bem no estômago, todo ar sai dos meus pulmões e ei automaticamente me curvo pra frente. Eu não sei brigar (claramente eu não sei brigar, pelo amor de Cristo), nunca fiz isso na minha vida, não tenho qualquer arma a minha mão agora e mesmo se tivesse não teria muita chance. Sou jogada de um lado pro outro, chutando e esperneando o máximo que sou capaz. Quando um dos caras para na minha frente e levanta um braço pra me dar outro soco, eu consigo dar um chute na virilha dele.

O soco não vem, e ele cai no chão murmurando xingamentos que eu nem consigo mais ouvir direito. De outra direção vem um chute, que pega no lado direito da minha costela. Eu caio no chão e sinto minha cabeça bater contra o concreto duro do chão do beco.
Sei que está sangrando, com certeza está sangrando e a chance de eu ter tido uma concussão é bem grande. Eu nem penso em levantar, faço o que eu sei que é tudo que eu posso fazer. Eu me encolho toda em posição fetal pra proteger meus órgãos vitais, como eu devo ter visto em algum filme de ação por aí, ou talvez em guias de sobrevivência para ataques de ursos, e logo em seguida chega o que eu já imaginava que viria, a pesar de nunca imaginar que fosse passar um por algo como isso na minha vida.
Os chutes.

Meus ouvidos estão zumbindo, são vozes isso? Estão rindo de mim, me xingando ou só conversando entre si enquanto me espancam?
Alguém agarra meu cabelo por trás e eu estou gritando, gritando alto sem que eu possa controlar. Talvez eu esteja chorando também, e implorando, já que é mais uma das poucas coisas que meu corpo consegue fazer.
Com as mãos do meu cabelo eu não consigo mais ficar encolhida, eu seguro a mão puxando meus cabelos tentando aliviar a pressão e de resposta recebo um pisão no meu braço, sinto um estalo e eu tenho certeza que quebrou. Há mais chutes na minha perna e eu continuo implorando, implorando que parem, mas eles não param.

Eu não abro meus olhos, não quero olhar pra seus rostos, imaginar se estão rindo ou apenas em um dia comum de trabalho, e eu fui só um incoveniente que apareci no lugar errado e a hora errada. Talvez eu nem mesmo conseguisse ver os seus rostos, e assim que tentasse só conseguiria enxergar sombras, se misturando com aquelas que já existem naturalmente nesse beco.

Casa dos HorroresOnde histórias criam vida. Descubra agora