CAPÍTULO 23

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Se eu já achei emocionante a viagem de carro até aqui, com eu amarrada e sem partes das minhas roupas, estar agora em um belo vestido e subindo na garupa de uma moto completamente solta e fazendo tudo pela minha própria vontade também não ficou pa...

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Se eu já achei emocionante a viagem de carro até aqui, com eu amarrada e sem partes das minhas roupas, estar agora em um belo vestido e subindo na garupa de uma moto completamente solta e fazendo tudo pela minha própria vontade também não ficou para trás no quesito emoções.
Na verdade, a aventura já começou no momento em que ele me leva até a garagem, e em vez de pararmos na frente de algum carro chique -talvez o mesmo que tivesse me trazido ate aqui- ele para bem na frente de uma máquina de duas rodas, brilhante, cromada, provavelmente de alguma marca que não é desse país. Não entendo nada de marcas, modelos, cilindros ou coisa parecida, mas eu sei reconhecer uma bela moto.

Uma coisa que eu não sabia era como subir nela. Acho que a última vez eu subi em uma moto...na verdade, eu nem mesmo me lembro se alguma vez subi em uma moto.
Mas isso não é um problema, vi crepúsculo, esquadrão suicida e encontro explosivo, além de diversos outros filmes de pessoas pilotando motos. Agora só me testar torcer que minha exposição a mídias digitais tenha sido um bom professor.

Ele coloca o capacete na cabeça e me entrega um logo depois.

-Que bom que depois de tudo isso, você ainda se preocupa com segurança.

Eu coloco o capacete e ele sobe na moto, eu me preparo pra subir atrás dele quando ele me para.

Ele não diz nada, a princípio, só coloca uma das mãos perto de mais do pescoço, e quando eu estou prestes a me afastar ele fala

-Não se mecha. - E eu ouço um barulho de algo encaixando e sinto uma cordinha ser apartada na altura do meu queixo. Além disso, de repente o capacete fica mais firme na minha cabeça. - Não sabe colocar um capacete pra andar de moto? Achei que fosse do tipo que gostasse de adrenalina.

-Isso é ridículo. Só por que eu não sei colocar um capacete não é um motivo pra tirar onda com a minha cara.

A sua mão continua perto do meu queixo e do meu pescoço, ele sobe os dedos e acaricia de leve a minha pele exposta, proximo da onde seria o pomo de Adão. Seus dedos deslizam na minha pele, de cima pra baixo em uma carícia suave, e então descem até próximo da minha clavícula de uma forma hipnótica. Eu me perco na maneira que isso acontece e não me preocupo em afasta-lo, mas ele enfim faz isso sozinho.

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