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𝗦𝗮𝗶𝗻𝘇, 𝗖𝗮𝗿𝗹𝗼𝘀 - 𝗉𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗈𝖿 𝗏𝗂𝖾𝗐.
22 de fevereiro, 2021. - "Amizade"

Chegamos ao hospital 10 min depois. Estávamos quase entrando quando parei Lando.

- Só, por favor, não comenta nada com a Leah. Quero que as coisas fluam naturalmente. -

- Ah, pelo amor de Deus! É óbvio que eu não contaria! - Lando disse e me abraçou de canto.

Entramos no hospital e vi Leah apagada de sono no banco da recepção.

- Até dormindo ela consegue ser linda - Pensei comigo mesmo. Fui até ela e me sentei ao seu lado.

- Leah - A chamei com cuidado, ela acordou ainda um pouco sonolenta - Se você quiser, pode voltar para o hotel, eu fico aqui esperando o Charles .

- Não posso deixá-lo sozinho, mas se você quiser, pode ir. - Ela respondeu quase que voltando a dormir.

- Então fico aqui com você - Fui fazendo menção de me levantar até que ela voltou a falar.

- Não precisa, Carlos. De verdade -

- Se acha que eu vou te deixar aqui sozinha, está muito enganada. - Respondi e fui até Verstappen, que estava na máquina de salgadinhos.

- Obrigado por cuidar dela enquanto isso, Max - Nos cumprimentamos - Pode ir, se quiser.

- Não foi nada, Carlos. Já estou indo mesmo - Ele se despediu de mim e depois foi até Lando. Fui até Leah de novo e me sentei no mesmo lugar de antes.

Fechei os olhos por alguns poucos minutos até Lando me acordar.

- Eu vou pro hotel, se precisar de alguma coisa, me liga 'tá? - Eu assenti com a cabeça. - Cuida bem dela, Carlos.

- Pode deixar, Lando. - Nos despedimos e ele atravessou a porta do hospital. Agora éramos só nós. Ela parecia extremamente desconfortável naquela cadeira, mas não queria atrapalhar.

Eu me sentei ao lado de Leah novamente, observando seu rosto sereno enquanto dormia. O ambiente do hospital estava silencioso, apenas o som ocasional dos passos dos enfermeiros quebrava a quietude.

Após alguns minutos, Leah começou a se mexer, acordando lentamente. Ela abriu os olhos e me viu ao seu lado, sorrindo levemente.

- Carlos? Você ainda está aqui? - perguntou com a voz baixa e rouca de sono.

- Claro que sim, Leah. Eu disse que não ia te deixar sozinha. - respondi, tentando transmitir calma e segurança.

Ela se sentou mais ereta, esfregando os olhos para afastar o sono. - Obrigada. Eu só... estou um pouco preocupada com o Charles.

- Todos estamos. Mas ele só teve um corte profundo na mão. Tenho certeza de que vai ficar bem. - tentei confortá-la, embora eu mesmo estivesse um pouco ansioso.

Leah olhou para o chão por um momento, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas. - Carlos, por que você está sendo tão gentil comigo?

Fiquei surpreso com a pergunta. - Porque você merece, Leah. Você sempre cuida de todo mundo, agora é a nossa vez de cuidar de você.

Ela sorriu, mas havia um peso em seus olhos. - É só que... eu não estou acostumada a isso. Sempre fui eu quem cuidou dos outros.

- Talvez seja hora de deixar alguém cuidar de você. - sugeri, colocando a mão sobre a dela.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas apreciando a companhia um do outro. Eventualmente, ela quebrou o silêncio novamente.

- Você é uma boa pessoa, Carlos. - disse ela, apertando minha mão levemente.

- Você também, Leah. - sorri para ela.

Naquele momento, um médico saiu da sala de atendimento e veio em nossa direção. Nós dois nos levantamos rapidamente, nossos corações disparando de preocupação.

- E o Charles? - perguntei, a ansiedade evidente na minha voz.

- Ele está bem. O corte foi profundo, mas não atingiu nada vital. Vamos suturar e ele poderá ir para casa ainda hoje. - disse o médico, acalmando nossos corações.

Leah soltou um suspiro de alívio, ela estava exausta e seus olhos acabaram se enchendo de lágrimas de gratidão. - Obrigada, doutor. Obrigada mesmo.

O médico acenou e se afastou, deixando-nos com a notícia que esperávamos. Leah virou-se para mim, suas lágrimas finalmente caindo.

- Ele vai ficar bem, Carlos. - repetiu, como se precisasse se convencer disso.

A abracei, sentindo o alívio dela se espalhar pelo meu corpo também. - Sim, Leah. Ele vai ficar bem.

Naquele abraço, senti que estávamos conectados de uma maneira nova, uma "amizade" que se fortalecia através das dificuldades. E enquanto segurava Leah, sabia que, não importa o que acontecesse, estaríamos lá um para o outro.

𝖡𝖾𝗍𝗐𝖾𝖾𝗇 𝖢𝗎𝗋𝗏𝖾𝗌 𝖺𝗇𝖽 𝖤𝗆𝗈𝗍𝗂𝗈𝗇𝗌 - 𝗖𝗔𝗥𝗟𝗢𝗦 𝗦𝗔𝗜𝗡𝗭 𝗝𝗥Onde histórias criam vida. Descubra agora