"Os segredos são como facas: podem nos proteger ou nos ferir, dependendo de como os manejamos."
— Sara ShepardPov Cassie
Pego Ariel nos braços e saímos rapidamente para casa. Meu coração está acelerado, e minhas mãos tremem enquanto fecho a porta do carro. Coloco Ariel na sua cadeirinha com cuidado, e ela olha para mim com curiosidade, mas sem questionar. Eu respiro fundo e dirijo até a casa do Gail.
Entro em casa e vou direto falar com ele.
— Gail, preciso ir embora — minha voz sai urgente, quase um sussurro.
Do outro lado, ele parece alarmado.
— O que aconteceu?
— Harry viu a Elli.
Gail solta um longo suspiro. Ele fica em silêncio por alguns segundos antes de responder.
— Cassie, você não pode fugir para sempre. Muito menos esconder isso. Ele tem que saber.
— Não posso correr o risco de eles tirarem minha filha de mim! — Minhas mãos estão suadas, e a tensão no meu corpo é quase insuportável.
— Eles não podem fazer isso.
— Sim, podem. Errei muito em esconder do Harry que ele é pai da Ariel. Mas eu sabia que, se eu falasse, eles iriam tirá-la de mim! — Minha voz falha, e sinto as lágrimas ameaçarem cair. — A mãe dele deixou bem claro que não era para eu me aproximar do filho dela, ou ela faria eu voltar para a cadeia.
Gail parece perplexo.
— Ela não tinha motivos para isso, Cassie. Você não fez nada de errado.
Eu rio sem humor, passando as mãos pelos cabelos enquanto ando pela sala.
— Mas em quem iriam acreditar? Numa mulher rica, bem-sucedida que perdeu o filho, ou numa ex-presidiária que não tinha nada na vida?
Gail demora um instante para responder, mas quando o faz, sua voz está carregada de tristeza.
— Você tem razão. Eu sinto muito, querida.
Quando Gail se aproxima, caio em seus braços. Lágrimas que guardei por tanto tempo começam a cair descontroladamente.
— Eu tive que ser forte por muito tempo, Gail. Pela minha filha. Mas não aguento mais... Não aguento viver assim, me escondendo de tudo, com medo o tempo todo.
Ele me abraça com força, murmurando palavras de consolo enquanto acaricia meus cabelos. Feito ao lado da minha bebê e adormeci, depois de chorar por horas.
No dia seguinte, acordo com um abraço apertado de Ariel.
— Bom dia, mamãe! — Sua vozinha animada é como um raio de luz entrando na minha vida.
— Bom dia, meu amor — retribuo o abraço, segurando-a com mais força do que o normal.
— Mamãe, tá me sufocando! — ela reclama, tentando se soltar, mas eu a aperto ainda mais e começo a rir.
Olho para ela e sinto o coração inchar de amor. Nunca pensei que poderia amar alguém assim. Ela é tudo para mim.
Depois que Ariel vai brincar no quintal com Gail, fico sentada no sofá, perdida em pensamentos. Lembro-me de como descobri que estava grávida, logo depois de chegar a Boston. Tudo parecia tão sombrio naquela época...
Eu havia ido para Boston atrás do meu pai, cheia de esperança de que ele pudesse me ajudar. Mas ele me rejeitou da forma mais cruel possível, dizendo que não queria uma assassina perto de sua família. Suas palavras ecoam na minha mente até hoje.
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Um casal quase perfeito
RomanceCassie é acostumada a mudanças. Ela está presa em um mundo, onde tentar buscar a felicidade é sua meta. Ela compreende que importa apenas adaptar-se e encontrar tudo aquilo que sempre sonhou em cada novo movimento de sua vida. Aos vinte e um anos v...