GRAVES CONSEQUÊNCIAS

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Percebendo que o marido não iria tomar nenhuma atitude, Elinor tomou a frente da situação, ordenando a prisão de Eret. Merida entrou em desespero e fez de tudo para impedir que fizessem isso, mas foi contida pela mãe, que depois de se desculpar brevemente com os três lordes, levou a jovem a força.

Enquanto era arrastada pela mãe, Merida viu seu querido Eret ser algemado e levado pelos guardas. Envergonhado, ele abaixou a cabeça e derramou uma única lágrima, o que partiu o coração de sua amada.

Assim que chegou ao quarto da filha, Elinor abriu a porta bruscamente e a empurrou para dentro. Furiosa, ela esbravejou com a jovem:

‒ Eu sei o que fez, mocinha! Você e aquele guarda insignificante armaram tudo aquilo e arruinaram o torneio!

‒ O Eret venceu honestamente! Não tenho culpa se nenhum dos pretendentes conseguiu acertar o alvo.

‒ Não interessa! Ele não passa de um mero plebeu que jamais poderia ter entrado naquela competição.

‒ Ele me salvou do Mor'du! Já esqueceu?

‒ Ele não é digno de uma princesa! Não é da nobreza!

‒ Ele tem mais nobreza do que aqueles três clãs juntos! A verdadeira nobreza está no coração e não no sangue.

Não conseguindo conter a raiva, Elinor deu um forte tapa no rosto de Merida e rangendo os dentes, disse:

‒ Eu sou a rainha e digo que você vai se casar com um daqueles três rapazes amanhã mesmo e seu amado Eret será executado!

Merida ficou em choque e não conseguiu reagir, enquanto via a mãe se retirar tempestuosamente, trancando-a no quarto. Sentada no chão, a princesa começou a chorar, não pela bronca que havia levado e sim, por seu doce Eret que estava preso e poderia perder a vida por sua causa.

Depois de desabafar sua tristeza por alguns minutos, Merida resolveu agir, procurando um modo de escapar daquele quarto. Então, ela notou algo estranho atrás do espelho e acabou descobrindo uma passagem secreta que levava até os estábulos. Era exatamente do que precisava.

Merida teve que passar o resto do dia trancada no quarto, recebendo as refeições ali mesmo. Mais tarde, enquanto o pai ainda tentava negociar com os três clãs, ela se armou com duas espadas e seu arco, vestiu uma longa capa com capuz e escapou pela passagem secreta, para libertar o amor de sua vida.

Chegando a masmorra, ela nocauteou os guardas que vigiavam a cela de Eret e pegou a chave. Sem demora, ela destrancou a porta, acordando o rapaz.

‒ Quem é você? O que quer? ‒ perguntou assustado.

‒ Sou eu. ‒ Merida respondeu em um sussurro.

‒ O que faz aqui?

‒ Vim reparar o meu erro. ‒ respondeu puxando-o pelas mãos.

Por mais que estivesse confuso, Eret não disse mais nada e seguiu Merida, que o levou para fora, onde Angus e Guardião já os esperavam selados. Mais que depressa, o casal fugiu para a floresta, iluminados pela lua cheia.

CORAÇÕES INDOMÁVEISOnde histórias criam vida. Descubra agora