Felipe

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Gabriel

"Você estragou a minha camisa" — Falou novamente irritado, olhando sua camisa.

"Para de ser idiota, é só lavar que sai" — Respondi também ficando irritado.

"Você só pode tá brincando comigo mermo moleque" — Falou. "Mas já que tu disse que é só lavar que sai, então tu vai fazer isso"

"O quê? Fazer o que?" — Perguntei e logo comecei a rir. "Não mesmo, você tem duas mãos e eu não sou seu empregado"

"Você derramou essa porra em mim" — Disse alterado.

"E eu já pedi desculpas" — Falei cessando o riso, ficando alterado também. Porra, aquele idiota já estava me dando nos nervos. "Eu não tenho culpa se você estava atrás de mim, eu não tenho olhos nas costas" — Disse por fim.

"Desculpas que eu não aceito" — Grunhiu, me olhando sério. "Eu já falei porra, pra falar direito, eu estou ficando sem paciência"

"Oh é mesmo? Não me diga" — Falei debochando logo revirando os olhos em seguida.

"Não vai parar né? Beleza, você que pediu" — Falou, o olhei desinteressado e foi questão de segundos quando aquele maluco colocou o copo que estava em sua mão no chão e me pegou pelas pernas me jogando em seu ombro.

"O quê..?...me coloca no chão seu idiota, tá me fazendo passar vergonha" — Falo deixando tapas em sua costas, sentindo minhas bochechas queimarem ao ver o povo nós olharem.

Mas parecia que meus xingamentos e tapas não adiantava, já que ele seguia sabe deus pra onde, me levando em seu ombro ousando deixar um tapa na parte de trás da minha coxa.

Eu queria me enfiar em um buraco agora e nunca mais sair, aquele idiota pensava que era quem para me fazer passar vergonha.

Eu com certeza nunca mais veria aquele baile de novo.

Cadê a vaca da Thays quando preciso dela? Eu a xingaria muito amanhã se eu ficasse vivo hoje e passaria um bom tempo bravo da mesma, por me fazer vir a esse baile funk idiota e ainda passar por isso.

"Caralho parceiro tá tudo bem? Quem é o moleque?" — Um homem todo tatuado perguntou vindo atrás.

"Sim, sim.... é só um moleque aí que tá me devendo nada demais" — Disse, a essa altura eu já havia desistido de lhe dá tapas e gastar minha voz, eu apenas o xingava nos pensamentos e revirava os olhos. "Fala Vinícius,  qualquer coisa acontecer aí, resolve aí você, só me chama se for algo urgente tá ligado?e não deixa ninguém entrar aqui, falow?"

"Tranquilo irmão, pó ficar tranquilo.... qualquer coisa resolvo" — O tal Vinícius disse, logo saindo fora.

Quando entramos no cômodo, que logo identifiquei que era um pequeno escritório finalmente fui colocado no chão.

"Calmô agora princesa?" — Falou irônico.

"Você é um babaca" — caminhei até a porta, querendo ir embora, mas o Felipe foi mais rápido vindo até mim, me puxando para trás, trancando a porta e colocando a chave no bolso de sua calça. "Mas o que, que porra, me dá essa chave seu idiota"

"Você não vai sair, eu quero conversar com você e te ensinar uma lição"

"Você só pode tá brincando com a minha cara" — revirei os olhos. "Eu não quero conversar com você e eu não sou uma criança que precisa de lição"

"Não? Parece um" — Sorriu.

"Você quer mesmo me chamar de criança?" — Ri debochando. "Logo você, que me fez passar vergonha na frente de toda aquela gente e depois me trancou aqui e ainda está escondendo a chave. Não sou eu o infantil aqui"

•O DONO DO MORRO || Destinados •Onde histórias criam vida. Descubra agora