Felipe
Observei o loirinho, descendo os olhos para seus lábios rosados e vendo um biquinho ali, esse que ele sempre fazia quando estava irritado.
Seus braços estavam cruzados enquanto andava pelo quarto, provavelmente me xingando na mente já que a cada olhada que ele lançava pra mim e como se ele quisesse me metralhar com aqueles dois olhos azuis, que mexia comigo de uma forma que eu não entendia.
Porra meu coração ficava tão acelerado, quando aqueles dois azuis me olhavam. Eu sentia como se faltasse ar quando ficava perto dele.
Eu nunca havia sentido essas paradas assim, parece que o que as pessoas diziam era mermo verdade, porra eu sentia como se tivesse milhares de borboletas na barriga só de está no mesmo ambiente que ele, era realmente louco isso.
O que me deixava confuso era porque ele porra, eu não sou viado tá ligado? Mas também não tenho preconceito nenhum, aqui no meu morro não tem essas paradas. Mas só que uu nunca fiquei com nenhum homem antes.Sempre tive todas as mulheres que eu queria, não que eu tenho ficado com muitas, já que aqui no meu morro a maioria das mulheres só ficavam comigo por causa de fama.
E nenhuma chegou a me interessar tanto como esse loirinho, desde o primeiro dia quando bati os olhos nele, foi algo tão estranho, mas foi um estranho bom.
Porra, já tinha uns dias que eu vinha tentando me aproximar dele, mas ele sempre fugindo de mim como o diabo foge da cruz.
Chegou até o momento que eu me peguei pensando o que eu estava fazendo, porra eu tava mesmo querendo um homem? E ainda mais ele? Esse que sempre tava me desafiando, sendo atrevido comigo desde o primeiro dia.
E era esse negócio que eu não entendia, porra aqui tem tantos moleques que também são gay e era até que bonitos, mas nenhum me chamou tanto atenção como ele, na verdade eu nunca senti atração por nenhum deles, até o loirinho chegar.
Alguns dias atrás até peguei umas meninas que já estavam me dando mole a um tempo, antes de beijar ele. Pensando que tudo isso na minha cabeça não passava de loucura e que eu ia esquecer essas idéias, mas a verdade é que eu não consegui aquele loirinho da minha cabeça nenhum segundo.
Quando me via já estava pensando nele e naquele dois olhos azuis e aquela boca tão rosinha que me chamava atenção.
Era loucura eu sei, nem fazia tanto tempo que ele estava aqui, mas eu queria, queria tentar alguma coisa com ele para ver se tudo isso que eu estava sentindo passava e pudesse voltar minha vida normal como se nada tivesse acontecido.
Mas sei lá que porra de feitiço aquele baixinho me lançou, depois do nosso beijo no baile, se eu já pensava nele antes agora mermo que ele não saia dos meus pensamentos, era como se ele tivesse grudado em mim.
E eu só quisesse está com ele a cada minuto, beijando ou só sentindo o cheirinho dele, um cheiro doce que só ele tinha, cheiro de morango que impregnava na sua cabeça e não saía nem por reza braba.
"E então? Vai começar a falar ou não?" - Perguntou mantendo distância de mim, porra eu queria tanto sentir o cheiro dele que eu estava parecendo um louco quase indo até ele, apenas para cheira-lo, mas eu havia prometido que íamos conversar sem toques e ia cumprir, mas é claro só até essa conversa toda acabar.
"Porque me evitou? Porque fugiu de mim todos esses dias?" - Perguntei.
"Primeiro que eu não estava te evitando e sim não estava afim de conversar com você" - Disse.
"Dá no mesmo, isso é só uma forma educada de dizer que estava me evitando" - Disse e o mesmo deu de ombros não negando, filho da puta.
"Tanto faz, se eu não queria conversar com você já dava para saber o porquê de eu estar fugindo " - Falou revirando os olhos. Bufei bolado, odiava quando ele fazia isso. Eu sentia vontade de deixar uns tapão naquela bunda dele toda vez que ele fazia isso com os olhos, se bem que eu queria vê-lo revirar os assim pra mim, mas de outra forma.
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•O DONO DO MORRO || Destinados •
RomanceROMANCE GAY Gabriel sem ter para onde ir, acaba indo para a favela, onde sua vida começa a mudar a partir dali. Sua vida toma um rumo totalmente diferente ao esbarrar em Felipe, o Dono do morro.