Sem saída

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Gabriel

Eu nem podia acreditar que já fazia uma semana que havia passado,uma semana que eu tinha sido expulso de casa pelo meu próprio pai, a casa onde eu cresci e passei toda minha infância até crescer, onde cometi erros mas também aprendi com cada um deles.

Mas o pior nem era isso, o pior era saber que fazia uma semana desde a morte de minha mãe, essa da qual não pude me despedir, essa a qual fui proibido de vê-la mesmo que fosse dentro de seu caixão, eu só queria ter tido a chance de ter visto seu rosto pela última vez, ver seu sorriso que iluminava meus dias, mesmo estando cansada de lutar contra aquela doença que a cada dia lhe matava mais.

Eu nem podia acreditar que ela não estava mais nesse mundo, e me doía mais ainda por eu não ter tido a chance de estar do seu lado nos seus últimos suspiros.

Minha ficha ainda não tinha caído que eu não a veria mais, talvez por eu não tê-la visto morta, só deixava minha cabeça mais confusa.

Eu mal pude viver seu luto, foi tudo tão rápido, a expulsão, a humilhação que meu pai me causou e derrepente vim morar num lugar onde nunca pensei que viveria. Foi tudo tão rápido...

Minha cabeça estava uma bagunça e ainda tinha Felipe, que desde aquele maldito dia não me deixava em paz, mesmo eu fugindo do mesmo por todos esses dias.

Sei que não estava sendo nada maduro, fugindo dele ao invés de conversar com o mesmo como dois adultos. Mas porra, ele tinha que encarnar logo comigo? Tantas pessoas por aí, porque logo eu?

Essa era a pergunta que rondava minha cabeça.

Hoje era domingo e o sol lá fora estava não estava para brincadeira, eu a cada cinco minutos estava tomando um copo cheio de água gelado e não saía do quarto de jeito nenhum, já que era o único ambiente onde tinha um ar frio e gostoso.

Fora isso estava tudo tranquilo, como eu disse,bom até aquele momento.....

Levantei quando escutei Thays me gritar no portão e logo levantei para abrir a porta rapidamente e voltar para onde eu estava.

"O que você tá fazendo?" — Me perguntou colocando as mãos na cintura enquanto me olhava e eu a olhava de volta. Meio que já estava óbvio.

"Você não está vendo? Estou pegando um ar fresco" — Falei debochando a vendo colocar a mão no peito fingindo está ofendida com minha fala.

"Qual foi amigo, não acredito que ainda está bravo comigo...eu já te falei que foi mal, e que foi culpa do Ph que me puxou pra um cantinho e começou a me agarrar" — Disse fazendo biquinho.

"Não foi mal, foi péssimo....eu passei a maior vergonha da minha vida com aquele idiota" — Cruzei os braços, não querendo lembrar daquele dia.

"Ah me desculpa vai, eu prometo que nunca mais vai acontecer.... você me perdoa?" — Bateu os cílios, fazendo carinha fofa. Bufei revirando os olhos, afinal não tinha como ficar com raiva daquela falsa, que havia me deixado sozinho para passar vergonha na frente de todo mundo no baile.

"Tá,tá. Mas fala logo o que você quer? Se for outro baile, esquece eu nunca mais piso lá" — Deixei claro.

"Quê? Não. Não é isso não, mas um baile hoje até que não seria mal" — Disse pensativa e eu encarei com tédio. "Tá, sem bailes, mas tem algo muito melhor..."

"E?... continua, não tenho o dia todo" — Gesticulei com a mão para a mesma prosseguir fingindo desinteresse. Afinal eu não tinha nada pra fazer mesmo.

"Então, um amigo do Ph tá fazendo um churrasco lá na casa dele e chamou ele, bom lá tem piscina e como hoje o sol tá rachando, eu pensei que não seria nada mal pegar uma marquinha, o que me diz?"— Perguntou esperançosa.

•O DONO DO MORRO || Destinados •Onde histórias criam vida. Descubra agora