42 : Negociação

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O resto da reunião passou rapidamente. Os pensamentos de Severus estavam em Dumbledore o tempo todo. Por que ele concordou com sua proposta e a defendeu com tanto vigor? Esse projeto de lei o beneficiaria de alguma forma ou o homem estava simplesmente bajulando-o por algum motivo? Foi porque Dumbledore queria que ele estivesse em dívida? Talvez ele tivesse algum esquema que impediria a aprovação do projeto de lei no longo prazo e, dessa forma, o velho o faria parecer um idiota e perderia sua posição pública.

Assim que a reunião terminou, Severus lançou um olhar para ele. Dumbledore já estava no meio de uma discussão com Elphias Doge e alguns dos outros membros estavam se aproximando da dupla. O homem ergueu os olhos de repente e deu-lhe um sorriso caloroso e uma piscadela. Severus desviou o olhar, mais confuso do que antes.

"O que você disse para ele?" perguntou Lucius, aproximando-se e ficando ao lado dele.

“Basicamente eu disse a ele que ele era um diretor horrível e que ele não era nenhum santo.”

"O que?" disse Lúcio, franzindo a testa. “Se você não quiser me contar...” ele parou.

Severus revirou os olhos. “Eu disse a ele que os sonserinos são separados do resto em Hogwarts e é por isso que eles escolhem ficar juntos e não se importam muito com os outros. Que a maioria deles aceitou a marca para agradar seus pais e colegas e que merecem uma segunda chance.” ele explicou.

“Então, você o culpou por isso. Não era uma abordagem que eu teria escolhido, mas parece ter funcionado.” disse Lúcio pensativamente.

"Você acha? Você não acha que ele poderia ter um motivo alternativo?"

“É possível, claro. Mas não adianta ficar pensando nisso, no geral hoje foi um sucesso.” respondeu Lúcio. “É melhor você ir para casa, parece que você precisa descansar um pouco. Vou ficar um pouco mais e conversar com alguns dos Lordes aqui.” ele acrescentou e caminhou para o lado oposto da sala.

Severus pensou em ficar, por um momento. Ele realmente estava cansado e tinha planos para a noite, seria bom ter tempo para tirar uma soneca. Além disso, não era como se ele tivesse muito a dizer aos outros membros e, particularmente, quisesse ficar por aqui. Decidindo sair, ele passou a mão pelos cabelos e ajeitou as vestes.

"Senhor Príncipe, posso dar uma palavrinha?" chamou uma mulher.

Severus olhou para cima e viu Amelia Bones, observando-o atentamente. “Na verdade, eu estava indo para casa descansar. Estou me recuperando de um resfriado.”

"Eu vejo." murmurou Bones, dando-lhe um olhar avisador. “Você percebe que provavelmente há alguns jornalistas e fotógrafos esperando do lado de fora, já que a casa estava aberta para debate hoje. Você ficaria preso lá por um tempo.” ela disse, conscientemente.

Severus se virou para olhar a entrada, pela porta ele pôde ver uma pequena multidão reunida do lado de fora. Uma delas ele reconheceu como Rita Skeeter.

"Poderíamos ir direto para o escritório do Sr. Crouch e você poderá usar o flu depois da nossa conversa." ela sugeriu e apontou a varinha para a parede. Uma porta apareceu ali, muito parecida com a que Dumbledore havia conjurado. “Uma das vantagens de ser amigo do chefe da aplicação da lei mágica.” ela continuou presunçosamente.

"Muito bem." disse Severus e a seguiu para dentro.

A sala era tão grande quanto o escritório de Dumbledore, mas parecia menos sofisticada. Severus sentou-se em uma das poltronas e olhou para ela com expectativa.

“Você é um homem difícil de encontrar.” Bones começou, sentando-se em frente a ele. “A maioria dos Lordes por aí morre por uma chance de ter suas fotos tiradas e publicadas, mas você parece evitar qualquer tipo de publicidade. Então, novamente, você sempre foi tímido."

Visões da Perdição ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora