Sand

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ME PERDOEM PELA DEMORA PELO AMOR DE DEUS MINHA VIDA TÁ UM CAOS MAS EU JURO QUE NÃO DESISTI OKAY TO AQUI TO DE VOLTA AMO VOCÊS

boa leitura

Yunjin não sabia de onde vieram todas as estrelas, planetas e toda aquela poeira da porra do universo. Mas, caralho, ela não podia se importar menos com isso.

Na sua frente estava a mais nova, Eunchae, a encarando após pega-la no flagra aos beijos com a maior lutadora do Japão. Nada mais, nada menos. Seu peito só sabia gritar e mandar ela correr dali mas não faria diferença. Amanhã quando ela acordasse e olhasse nos olhos de Hong, ela saberia. As duas saberiam.

Ou melhor, as três.

Enquanto o coração da escritora dançava hip hop  dentro do peito, Kazuha subia as escadas como se nada tivesse acontecido. Huh invejava sua indiferença contínua com tudo e com todos. Mas na verdade aquilo era uma defesa que Nakamura adquiriu desde pequena.

Fingir não se importar até não se importar de fato.

Normalmente dava certo. Mas o fato de ela fingir que não se importa com Yunjin não mudar seu sentimento por ela irritava a japonesa. Ela se importava. Essa frase inteira nem cabia dentro da mente de Kazuha.

Ela sente alguém entrando no quarto atrás de si e sabia que era Eunchae pois reconhecia seu jeito de pisar no chão, quase quebrando a casa. Ela se vira lentamente com uma cara não muito boa e vê a coreana com uma cara pior ainda.

- Quantos?

Kazuha fica confusa.

- Quantos o que, criança? - ela cruza os braços e Eunchae aperta os olhos.

- Quantos capítulos eu perdi? - a japonesa ri.

- Vai dormir, você tem um quarto próprio.

Antes que ela pudesse pensar em se deitar, Eunchae puxa seu cabelo levemente mas o suficiente para Kazuha chegar mais perto.

- Pode continuar me chamando de criança até o fim da vida e eu sei que nada muda o fato de eu ser mais nova. - Kazuha franze o cenho. Não estava entendendo onde ela queria chegar. - me escuta, Kazuha.

Deu merda, ela nunca me chama assim.

Pensou a japonesa.

- Não sei quantas mulheres você já levou pra cama nem quantos corações você partiu, mas sei que são incontáveis. Então eu vou te dizer uma coisa. - ela solta o cabelo moreno e faz ela se sentar. Hong para na sua frente e aponta um dedo na sua cara, literalmente. - Não conheço Yunjin há muito tempo. - A lutadora engole seco ao ouvir aquele nome. - Mas eu sei, do fundo do meu coração, que ela não é pra você.

Kazuha não sabe dizer quando foi que sentiu seu coração partir pela primeira vez, mas desconfia que foi naquele momento.  Naquela pequena frase, Eunchae partiu seu coração.

Ela não é pra você.

- Ela é escritora sabia? Será que você sabe alguma coisa dela além do nome inteiro? - Eunchae estava brava. - Ela escreve romances, Kazuha. Romances hétero. Você acha que ela alguma vez teve uma experiência sexual parecida com as suas? NÃO!

Eunchae se levanta.

- Ela não é que nem as incontáveis mulheres que você levou pra cama, não é que nem as incontáveis lutadoras que você beijou. Ela não é lutadora, Kazuha. Ela se machuca. E sente dor. - Eunchae suspira triste ao ver o semblante nunca antes visto da japonesa. - E é isso que você vai trazer pra ela, dor.

Sim, Eunchae apoiou que elas se conhecessem melhor. Ela apoiou juntar as duas. Mas isso não muda a verdade. Ela conhecia sua melhor amiga e sabia que, se ela não acordasse a japonesa do transe que ela mesma criou, ninguém mais faria.

Ela escolheu as palavras erradas para tomar a atitude certa.

Kazuha se levantou e tentou sair do quarto mas o braço da coreana a impediu, bloqueando a porta.

- Ela não é pra você. Pelo menos não se você continuar partindo mil corações por minuto.

Kazuha a encara com um olhar que nunca ameaçou usar com a melhor amiga e apenas saiu andando, descendo as escadas com os pés pesados iguais os de Eunchae e foge para o lado de fora.

Ela se senta na grama molhada e sem perceber que estava chovendo, ela começa a pensar e repensar sobre as falas de Hong.

Ela foi cruel? Foi.

Era o que Kazuha pensava.

Mas eu fui cruel a minha vida toda, não fui?

Foi.

Afogada em seus próprios pensamentos, Kazuha sentia seu cérebro correndo em círculos dentro da sua cabeça enquanto seu coração tocava um violão desafinado, errando as batidas. Ela se sentia como nunca antes. Era uma nova sensação e era horrível.

Suas mãos, mesmo tremidas, apertavam o próprio braço e não era do frio que vinha da chuva gelada. Sem ao menos perceber, ela sente uma mão no seu ombro.

Kazuha não sabia direito qual a linguagem certa para descrever o fato de que sabia ser a coreana pelo seu toque. E também não sabia dizer qual a razão científica pelo qual ela não ouviu nada do que Yunjin falou. Durante alguns segundos que mais pareciam minutos para Nakamura, a boca da escritora apenas mexia à medida que seus olhos iam se arregalando cada vez mais.

A japonesa sentiu a mão macia soltando seu ombro, e foi aí que ela acordou do transe.

E então ela ouviu Yunjin perguntar:

- Você está chorando?

A luta é dela - Kazuha+YunjinOnde histórias criam vida. Descubra agora