Capítulo 2 • Linda e Faminta

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    Pela manhã eu mandei uma mensagem para Mayumi, algo bem improvisado, falando sobre como fiquei surpreso dela ter me passado o número.
    Pouco tempo depois ela respondeu, falando que realmente me achou interessante e que normalmente não é de fazer esse tipo de coisa, mas sentiu confiança em mim. Isso me anima muito.
    Acabamos combinando um encontro para domingo, já que ela trabalha de segunda a sábado no período da tarde até de noite.
    As poucas palavras que trocamos nas primeiras mensagens já me passam a impressão de que Mayumi realmente é alguém de bem. Não parece interesseira nem nada, mas sim alguém que, segundo ela mesma, só busca uma relação verdadeira e honesta. Sua personalidade é doce e quase soa ingênua às vezes.

    O sábado passou rapidamente. Nós trocamos algumas ideias pela manhã até ela ir para o trabalho. Eu basicamente passo o dia desenhando esboços de Mayumi, de seu belo rosto.
    Acabo fazendo um agrado bobo para dar a ela no encontro. Compro uma barra de chocolate com um papelzinho colado nela, onde desenhei uma rosa com grafite e com a frase abaixo:
    "Para a pessoa mais doce que conheço."
    Eu sei que é bobo e meio clichê, mas sinceramente eu gosto desse tipo de abordagem, afinal, mais ninguém é tão romântico nos dias de hoje.

    É domingo! São 14h e já saio de casa empolgado. Chego no shopping de Uber e ao entrar já me deparo com Mayumi me esperando sentada em um banco de frente para uma livraria. Ela está radiante, com um delineado que destaca ainda mais seus lindos olhos, vestida com um top verde-escuro, calça jeans de três botões justa e clara, e carregando com sigo uma pequena bolsa preta de alça.
    Ao me ver ela abre um sorriso tímido e se levanta.

— Oi! — cumprimento.

— Oi oi! — ela cumprimenta.

    Por um breve momento ficamos sem saber o que falar. Que constrangedor.

— É um prazer te ver de novo. Especialmente agora de dia, quando posso te ver melhor. — eu digo tentando quebrar o gelo, rindo sem graça porque, é claro, o que eu disse foi patético.

    Mas inexplicavelmente ela ri.

— É, pois é. É bem menos conturbado do que no Karaokê eu acho. — ela diz — Vem! Vamos comer algo juntos. — ela estende a mão para mim — E você pode falar mais de você enquanto caminhamos.

    Eu estou todo vermelho, com certeza. Ela tem uma personalidade tão doce e meiga que me deixa totalmente sem jeito, mas que, ao mesmo tempo, me passa uma segurança incrível.
    Enquanto caminhamos até a praça de alimentação eu conto um pouco sobre mim, com o que trabalho, com o que eu realmente quero trabalhar, meus gostos por filmes, música e afins. Até mesmo falo sobre o fato de não ser lá muito experiente em encontros, já que não tive muitos relacionamentos anteriores.

— Que fofo. — ela diz com uma risadinha. — Mas não se preocupa, eu também não tive muitas experiências.

— É sério? Parece tão improvável, sendo tão linda como é. — eu digo, tentando dar uma cantada nem um pouco sutil. Ela ri sem jeito.

— E seus amigos? De onde se conhecem?

— Ah, o Caio e Renan são meus amigos desde o primário. A gente colo um no outro quando criança e tamo aí até hoje. E você? Tem amigos de longa data também?

— Ah... Mais ou menos. Eu tinha. Eu meio que acabei de me mudar pra cá sabe... Então não conheço muita gente daqui ainda, além das meninas do Karaokê. E eu só mantenho contato com uma velha amiga do ensino médio.

— Entendi... Bom, espero que esteja gostando daqui.

— Ah! Eu estou sim! Com certeza! — ela diz me olhando com ternura e apertando um pouco mais minha mão. Senti o coração acelerando.

Engordando MayumiOnde histórias criam vida. Descubra agora