COLEÇÃO POR UM SONHO _ A esposa.

A reunião

_Então foi isso? _Alex encarava Gisele com frustração.

_É... pelo menos foi o que ela disse. Precisou dar reset porque o computador pegou vírus.

_Mas não tem como ela ter perdido tudo... Aquele trabalho todo que ela teve durante tanto tempo...

_Pois é... infelizmente por culpa sua tudo foi pro buraco.

_Como assim por culpa minha? Você acabou de dizer que o computador dela estava com vírus.

_Porque ela rasgou o projeto por ter ficado com ódio de você, oras. Esqueceu do projeto no papel?

_Sério que Elisa fez isso? Eu implorei pra ela ficar... pra ela me ouvir.

_Acabou e isso é tudo.

Elisa não tinha lhe dito que dissesse o que quisesse a Alex? Pois bem. Tinha dito. Ele que não  ia ficar sabendo por sua boca que Elisa tinha levado o projeto dela pro seu rival. Até porque se ele soubesse isso antes do tempo teria tempo para boicotar o projeto de sua amiga e se sua missão era fazer da vida dele um inferno e daquela lambisgoia, estava ansiosíssima pelo encontro das empresas com os clientes japoneses, que por acaso seria uma reunião conjunta... não via a hora... Rá.

**

Era com grande frustração que dava o braço a torcer e enviava o projeto de Roberta para os Japoneses. Sabia que aquele projeto com certeza seria o escolhido por eles, porque a Laumat  não teria um a altura.

A resposta dos empresários veio em breve e um encontro foi marcado. Estava diante do espelho abotoando os punhos de sua impecável blusa branca e sentindo uma alta dose de frustração. Venceria Ibrahim, mas a que preço. Valeria a pena? Gisele tinha razão. Deveria simplesmente ter desistido de competir. Lufou fortemente antes de por o blazer e sair do quarto. Parou ao pé da escada olhou aquela mansão vazia...

Droga! Não tinha sentido nada disso. Elisa morava em um cubículo de trinta metros quadrados e se sentia muito mais feliz quando estava socado na casa dela do que alí... não existia dinheiro no mundo capaz de preencher um vazio quando ele estava no coração.

Seguiu sabendo que não iria conseguir. Tinha que dar um basta naquilo. O encontro era num restaurante, estava um pouco atrasado algo que não era comum... não tolerava atrasos e não ficara surpreso ao saber que Ibrahim também estava na reunião. Os japoneses escolheram um restaurante japonês, claro, não entendia como uma cultura era tão arraigada que não se davam chance de experimentar outros sabores. Uma mesa com lugar para oito. Os quatro clientes empresários e os dois empreiteiros acompanhados de seus arquitetos. Roberta já lhe aguardava e Ibrahim estava sozinho...

_Boa noite. _Dissera tão seco quanto cortante. Não sabia o que Ibrahim fazia alí dado ao fato dele saber que não venceria. Cumprimentara todos os clientes e por último dera a Ibrahim o doce sabor de seu desprezo o ignorando, por mais que isso fosse um ato da maior falta de educação do mundo. E quanto a Roberta ela já estava acostumada a ser ignorada.

Mas não resistiu e se dirigiu a seu rival.

_E onde está seu arquiteto? Não vai dizer que você mesmo fez o seu projeto. _Riu. _Não lembro de nenhuma vez se quer conseguir êxito nem quando comprou um projeto de um designer estrangeiro que foi logo barrado por sandices.