Capítulo 89

338 77 60
                                    

_Bom dia. _Era a voz de Alex entrando na sala de descompressão interrompendo a conversa dos dois e estragando seus planos de conhecer os detalhes daquele assunto.

_Bom dia senhor.

_O que acharam da nova sala?

_Ótima.

_Que bom. _E pelo que ouvira Alex sentara em um dos sofás. _Ela me surpreendeu bastante com esse projeto. _Sorria como um idiota pelo tom rouco de sua voz. _Em breve irão conhecer a dona disso tudo. É que ela tá fazendo doce e não quer aparecer. _Sua voz soara bastante apaixonada seguida de um riso bobo. O que com certeza foi percebido pelos dois rapazes porque assim que ele saiu...

_Você viu cara? Você viu a maneira que ele falou?

_Claro. Claro! Está óbvio. Foi uma mulher. “A” mulher no caso...

_Viu a cara dele de apaixonado?

_Claro que vi. Estava estampado na testa. Agora é serio cara. Porque se ele falou em breve a dona de tudo isso aqui com certeza...

_É... com certeza... com certeza uma candidata a esposa.

_Uhuuu! Isso só quer dizer uma coisa.

_Yés?

_Ele vai largar o osso e eu sou o próximo da fila.

_Nunca! A faxineira gostosa vai preferir a mim com certeza sou mil vezes melhor que você.

_Você não tem chances contra mim. Ela deve preferir os morenos e musculosos no caso eu.

_Ela deve preferir dinheiro cara e com o tanto de chefe de departamento que tá de olho nela vai demorar pra chegar em nós...

Céus que horror...

Elisa grunhiu. Vontade de sair dalí dando na cara desses pilantras. O que achavam que ela era am? Uma boneca inflável? Um objeto qualquer que passava de mão em mão? Tipo uma borracha... um lápis... uma nota de 2 reais?

Que horror! Vagarosamente se erguera detrás do balcão somente para ver o efeito em câmera lenta  dos dois caras ficarem pálidos. 
Sim os dois bananas ficaram pálidos quando lhe viram alí. Brancos como uma folha de papel. Lívidos.
Gaguejaram qualquer coisa incompreensível e saíram esbarrando nos móveis.

_Deus o que eu fiz pra merecer... _Elisa jogou os cacos que estavam na pá no cesto de lixo.  Há cada dia aquelas conversas aleatórias a intrigavam ainda mais. Será que havia um Alex por trás de uma máscara que não conhecia?

E um par de mãos lhe laçaram a cintura e acariciaram sua barriga.

_E então? Gostou da sala madame?
Era a voz de Alex ao seu ouvido.  Elisa soltou o ar tirando as mãos dele de sua cintura.

_Você me surpreendeu... _Falou em um tom melancólico.

_O que? Não está feliz? Eu achei que... você não...

E os passos de alguém entrando fez com que Elisa se afastasse.

_Bom dia. _Roberta parara diante dos dois erguendo uma sobrancelha.

_Bom dia. _Alex falara com um sorriso e depois se voltara para Elisa. _Amor eu tenho uma reunião agora mas depois minha agenda está livre que tal a gente sair mais cedo? _Lhe sorriu com malícia antes de selar seus lábios com um beijo.
Deixando a tal a sua frente com uma cara que não sabia explicar de tão chocada e estarrecida.

Céus não tinha um coração ruim e nem era o tipo que gostava de passar as coisas na cara do outros. Tá... só um pouquinho. Mas não era má pra vibrar quando alguém parecia que ia infartar de tanto ódio. Não mesmo... porém estava vibrando.

Roberta estava estarrecida em sua frente. Abrira a boca para lhe dizer algo com certeza algo muito “doce e educado”... mas mudara de ideia e fechara a boca em seguida passando por ela e se chocando em seu ombro com raiva excessiva.

_Céus... que novela. _Elisa riu com humor. Ah como almejava que aquele jogo acabasse e que pudesse esfregar na cara daquela vagabunda aquela aliança com o nome Alex que estava guardada no fundo de uma gaveta. Mas ainda não era hora... Não enquanto não soubesse que significado aquela Aliança tinha para ele....
Estava na área de serviço quando alguém lhe chamou porque tinham sujado o corredor com café.

A poça de café parecia proposital. Alguém tinha derramado o conteúdo de duas xícaras alí no meio do corredor com certeza. Os cacos de porcelana da xícara estavam espalhados pelo chão para isso precisou ajoelhar para recolher os pedaços de dentro da poça. Se perguntando com certeza porque não usavam copos descartáveis alí. Estava nessa posição quando vira dois sapatos de salto agulha se aproximando.

_Ainda se esquece porque está aqui não é? _Roberta falara lhe encarando de cima para baixo. _Juro que não vejo a hora de isso tudo acabar. Mas se bem que pelos comentários docinho... _Ela se agachou pata encará-la. _O chefe já tem uma nova amante e adeusinho pra você! _Roberta se erguera e chutara seu balde com ódio vívido. _Oh sinto muito faxineira. _Colocou a mão na boca fingindo preocupação. _Foi um acidente...

Elisa levantou e a encarou frente a frente. Sentiu um forte desejo de enxugar toda aquela água com os cabelos secos daquela vagabunda. Porém contou até três. Havia algo mais importante em sua vida, sua família e se pretendia voltar para Alex no futuro era somente depois que tivesse certeza que ele merecia seu amor... e só saberia se continuasse com aquele disfarce...

Roberta rira ao lhe ver baixar os olhos e aquela risada bruxesca dela só lhe fazia lembrar do ditado mais óbvio do mundo. Quem ri por ultimo ri melhor.
 
E estava alí secando a água com o pano de joelho quando viu alguém parar diante dela e pronunciar em choque...

_Elisa?

Aquela voz era inconfundível.

_Pedro?
De imediato se ergueu. Não sabia o que Pedro estava fazendo alí mas pela cara de chocado dele de lhe ver limpando o chão...

_Onde ele está?  _Pedro perguntara com voz a denunciar descontrole.

_Não Pedro... o que você quer?

_Falar com ele. Somente falar.

_Por favor vá embora!

_Onde ele está?!

_Pedro vai embora!

_FALA!

_PEDRO VAI EMBORA DAQUI!

E aquilo já fora suficiente para todo mundo parar o que estava fazendo e olhar a cena.

_O que está acontecendo? _Alex chegava no hall parando diante dos dois.

_É isso que está acontecendo... _Pedro partira para cima dele o acertando com socos brutais...

Elisa ficara imóvel foi como se do nada tudo fosse por água abaixo e como se não tivesse ação ou reação estava em estado de transe em choque e  parada vendo diante dos seus olhos Pedro e Alex brigando como dois ursos selvagens.

Escândalo e confusão foi o que se seguiu os funcionários de Alex se empenhando em separá-los, os seguranças chegando gritos de susto das moças e todo mundo parecia não acreditar no que via.
E estava tentando conter a respiração para o que viria depois já que sabia que a verdade seria jogada diante do ventilador e já não tinha nenhum sentido continuar com aquilo porque naquele momento tudo que menos importava era aquele maldito disfarce.
Diante dos berros e gritos assim que conseguiram os afastar e um silencio sinistro se formar, onde os dois se encaravam como feras famintas porém enjauladas pelos braços  dos homens que o seguravam, Pedro encarou Alex e o olhando nos olhos desferiu com dor...






*****

Comentários?

MUUUITOOSSSSS

COLEÇÃO POR UM SONHO _ A esposa. Onde histórias criam vida. Descubra agora