Capítulo 4

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Elisa sorriu era impossível resistir a Alex, seu charme era nato. Lembrava que nunca fizera planos de ceder às investidas dele, mesmo quando ele lhe beijara um tanto irritado com a insistência dela em lhe resistir. Não demorara muito para se derreter inteira por ele. Nem seria normal que uma garota fosse quem fosse persistisse em não ceder aos encantos de Alex. Ele a levara para conhecer sua família, a apresentara como namorada, fizera-a a estrela em todos os lugares que iam juntos e em particular se mostrara o cara mais incrível do mundo. Conseguira enrolá-lo por um tempo razoável, eram jovens demais para dar um passo tão perigoso. Mas como poderia resistir? Ele sabia como deixa-la louca. Uma vez até terminara com ele por esse motivo o que não durou dois dias. Sua tia todos os dias repetia o mesmo sermão, sabia que ela temia por seu futuro. Apesar das garotas já não adotarem a virgindade como uma virtude e sim como empecilho que deveria ser descartado, sabia que sua tia tinha toda razão em orientá-la do contrario.
E foi tudo comprovado. Não conseguira resistir mais ao charme de Alex nem pudera fugir da ultima armadilha dele.

_Alex, onde está todo mundo? _Perguntara assustada ao perceber que não havia ninguém no sítio além dos dois. _Você disse que toda sua família estaria aqui.

_Uh, acho que me enganei. Talvez minha família tenha ido para nossa casa de praia... em outra cidade...

_Alex!! Não acredito que fez isso!

_Qual é Elisa, vamos aproveitar o sítio, faz tempo que não venho aqui. Se você ver o riacho vai enlouquecer!
E foi o que aconteceu à beira do riacho, enlouquecera.

_Amor... _Alex falara afagando seus cabelos. _Não é aceitável que minha mulher vá de ônibus pra faculdade sendo que temos quatro carros na garagem. Vou contratar um motorista particular pra você certo?

_Amor... não precisa se incomodar...

_Iria me incomodar muito se fosse de ônibus...

_Tudo bem. _Elisa lhe beijou o rosto e sorriu. _Obrigada.

No campus tudo corria muito rápido, estudantes iam e vinham os corredores eram lotados, uns corriam para não perder a aula, uns pareciam não dar a mínima já no meio do curso, jovens quase crianças, adultos, senhores... O público na universidade federal era mesmo diversificado. Pessoas que acabavam de sair do ensino médico e pessoas que passaram a vida esperando por um momento para estudar, pessoas que estavam na décima faculdade, pessoas que trocavam de curso continuamente, um milhão de historias, dezenas de turmas, centenas de pessoas...

Tinham os engraçados, que no primeiro dia já faziam piada com os professores. Os tímidos que não falavam nada e se eram obrigados a falar soavam trêmulos e nervosos, os apresentados, que tentavam a todo tempo mostrar o que sabiam aproveitando as oportunidades para mostrar sua inteligência mais elevada que os demais, os que não davam a mínima demonstrando que tudo que importava era passar nas matérias se arrastando.
E começou os trabalhos em grupo.
Trabalho em grupo determinava as afinidades e as antipatias. Trabalho em grupo facilitava o rendimento e a vida dos professores que em vez de corrigir 40 textos e projetos resumiam em 8. Os grupos foram se formando através de sorteio. Elisa ficou em um grupo com três mulheres e dois homens, uma jovem de vinte e um, uma senhora de quarenta e dois, um rapaz de dezenove e outro que parecia ser o cerne do burburinho feminino de cerca de vinte e sete anos.

Todos falavam ao mesmo tempo, menos ela.

_Gente podemos nos reunir na minha casa. _Marta a mulher de cerca de quarenta anos falara.

_Gente eu moro numa república que não tem espaço se quer para um alfinete. Nem outro cara tão magro quanto eu caberia. _Benjamin de dezenove destacara.

_Minha casa fica no alto do morro, acho que vocês não gostariam de ir pra lá. _Gisele falou mordendo o lábio.

_Nesse caso acho que a minha casa é mesmo o ideal_Marta completou.

COLEÇÃO POR UM SONHO _ A esposa. Onde histórias criam vida. Descubra agora