COLEÇÃO POR UM SONHO _ A esposa.

Marta diante da verdade

Não sabia explicar o que existia por trás de um sentimento. Como o cérebro podia exercer tanta carga de sensações ao ter na pele o toque dos dedos da pessoa que amava e na boca o sabor do beijo do homem por quem seu coração é seu corpo se derretia... Era puro frenesí... se é que podia explicar a sensação e a emoção. O melhor sabor da terra... a paixão no ato.

Estava entregue... e sabia que sua maior dor seria experimentar daquele amor e depois viver o resto de seus dias só com o sabor das lembranças. E quando esses pensamentos lhe tomavam a cabeça seu corpo buscava pelo dele com mais sede e paixão.

Como poderia? Cometer uma loucura estando sã e consciente? Se entregar pra um homem que sabia que nunca seria seu. Mas o amor era loucura... e o amava...

**

Luan bateu na porta do quarto dela. Já era tarde da noite. Com certeza ela estava dormindo. Ou melhor fingindo, porque duvidava muito que ela conseguisse pregar o olho afinal casariam ao entardecer daquele dia. Não se preocupou com o fato dela não ter aberto a porta mas ao abrir o aplicativo tal não foi sua surpresa. O localizador não estava dando no quarto dela... tinha adicionado o celular dela em seu localizador e para sua surpresa Sabrina não estava em casa a seta indicava um prédio distante do outro lado da cidade praticamente, e ao dar zoom dera um passo pra trás se chocando na estante da sala tamanho fora seu susto. Era um motel.

_Ahhh! Vagabunda!

**

_Meu amor...

Ele sussurrou em seu ouvido. Céus como era bom ouvir isso da boca sedenta do homem que amava mesmo sabendo que o amor para ele era algo tão diferente e vazio do que era para si. O amor que ele lhe tinha era trivial e passageiro e em breve a esqueceria estando nos braços de tantas outras mulheres enquanto ela lembraria dele todas as noites em seus sonhos e todos os dias estando acordada e lucida.

E ele se afastou. Só o suficiente pra encarar seus olhos e descer os dele por seu corpo.

_Vai me chamar de picolé de coco?

_Céus! _Ele riu. _Você é linda meu amor. A mulher mais linda que já vi na vida, nos sonhos, nas minhas alucinações... você é a razão por eu ter quase enlouquecido. Você me fez sair de um estado cômodo onde não sabia o que era sofrer, não levava a sério essas coisas de sentimento. Eu tomei um porre por sua causa... um não, vários. Conheci a dor do ciúme... e pode acreditar não é tipo a dor de levar um soco na cara ou um chute na costela, é como ser atropelado por uma carreta de cimento tá? Dói pra caramba.

Ela riu.

_E você ri? Não é engraçado... Acha engraçado alguém virar gelatina no chão depois de ser atropelado por uma carreta de cimento? Roda por roda passando por cima?

Ela riu novamente.

_Que garota insensível. _Ele riu. _Não sei como me apaixonei por você. Acho que me apaixonei só por esse seu sorriso aí e por esse par de seios que estiveram todas as noites em meus sonhos porque por dentro você é uma garota insensível. Me fez sofrer como um cão sem dono. _E lhe beijou a boca. _Acho que minha mãe vai desmaiar quando falar pra ela que a gente voltou. Imagina o tamanho da festa de casamento que vai surgir naquela cabeça romântica com riqueza de detalhes em fração de segundos. Será um sonho ter você no altar.