Eric e Sabrina /O Motel

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Um coração partido. Luan era cruel. Como pudera anunciar aquele maldito casamento daquela forma. Hugo estava arrasado. Nem se quer queria encará-la. Elisa tinha ficado magoada. Gisele lhe bloqueara. Ben lhe desejará sorte e fizera um testao dizendo um monte que era a coisa mais absurda do mundo ir embora com Luan. Pelo visto nenhum deles estariam naquela cerimônia de fachada. Luan parecia não se incomodar nem um pouco com a reprovação. Se comportava como se tudo estivesse indo as mil maravilhas. Hugo já não queria ficar com ela pra Elisa ir pro trabalho nem pra faculdade. Estava tudo um tumulto. Elisa, Bem e Gi prestes a se formar. O boneco de plástico sumirá. Alex depois de ter brigado com o chefe de Elisa tinha sido escorraçado de lá e agora Hugo passava mais tempo na casa dele e com o boneco de plástico... é... ele estava indo de uma mansão pra outra enquanto Elisa estava no trabalho e na faculdade. Sendo educado por dois machistas narcisistas... temia pelo que seria de seu menino... daquela criança maravilhosa que vira chorar com o rosto banhado de lágrimas ao saber que iria partir.

_Você vai me abandonar tia Sabrina... Prefere o Luan? Você disse que preferia a mim...

Aquilo partirá seu coração em mil pedaços. Até entendia o quanto sua mãe amava aquele imbecil porque o amor que tinha por Hugo era descomunal.
E o infeliz entrara em seu quarto. Nem se quer podia chorar em paz.

_Sério isso?

_O que?

_Chorando por causa daquele desgraçado? _E ele jogou um embrulho em cima da cama.

_Choro por Hugo seu imbecil. Você não tinha nada que ter feito daquela forma.

_Te fiz um favor... você não é uma garota de muita atitude. Procrastina demais.

_Quer saber? Cancela a droga desse casamento!  Com você não quero acordo nem por conveniência. Chega!

_Ok. _E ele deu um passo a frente. _Então fala pra minha tia que você vai desistir. Depois de termos gastado todas as nossas economias com o casamento, lua de mel, adaptações no nosso apartamento pra oferecer mais conforto pra você, pagado o curso no salão...  Não sei como uma garota poderia ser mais irresponsável e imatura.

_Te odeio... _E se já chorava, agora o choro vinha com mais força. _Como ousa? Lua de mel? Sabe muito bem que nós não...

_Engano seu minha doce Sabrina... sei que ainda me ama e eu amo você. Só precisamos sair de todo esse ambiente caótico pra recuperar a nossa sintonia. Vou amar você com carinho todos os dias...

_Só se tratando do meu cadáver. Eu tenho nojo de você Luan!

_Hum... acho que até que recuperemos a nossa sintonia terei que sozinho lutar por nós dois. _E ele lhe segurou o queixo lhe beijando com violência. _Ah minha doce Sabrina não vejo a hora de ficarmos a sós. Uma lua de mel praiana numa cabana particular é tudo que precisamos para nos reconectar.

_Não ouse me tocar!

_Não ouse resistir. _E ele segurou em seu queixo com força e lhe encarou com uma pitada de ameaça. _O presente do noivo para noiva. _Apontou o embrulho em cima da cama. _Se bem que creio que é bem comum a noiva ganhar infinidade de lingeries das amigas... mas essa foi escolhida a dedo. Especialmente para nossa lua de mel.
Estava sozinha... queria morrer. Sua mãe estava ao lado de Luan e seus amigos haviam se afastado... Estava sozinha... Como ele podia ser tão absolutamente seguro de que era uma garota sem atitude? Bem... talvez por que realmente fosse uma garota sem atitude. Levantara-se de um salto e correrá até a mãe chorando dizendo que não iria embora, não iria casar com Luan, não queria nada daquilo minutos depois ele chegava virando o jogo dizendo que tudo era as más influências e a forma com a qual aqueles amigos a estavam tratando e também por causa do distanciamento  do garoto e... sem sombra de dúvidas por causa de Eric. E o jogo virava... Marta chorara com decepção falara de seu grande sonho e a convencerá de que o sacrifício de um ano era pequeno quando estava em jogo a felicidade de sua mãe.

Os dias se passaram. Conversará com Elisa e ela mais uma vez implorara com lágrimas para que não fizesse isso. Interceder por ela diante de Marta mas o amor dela por Luan era cego. Será que veria algum defeito em Hugo se ele tivesse um? Por que aos seus olhos aquela criança era perfeita... mas Hugo era diferente de Luan. Hugo era incrível, honesto... bom... nem sempre honesto ele era um Annemberg como o pai... Céus... como era difícil...

E tinha chegado a véspera. Casaria no dia seguinte. Logo depois entraria no avião. Estava acordando pela manhã  como sempre bem cedo de repente alguém abrira a porta de seu quarto correndo e pulara em cima dela soluçando.

_Não vai tia Sabrina... não vai por favor...

_Hugo...

_Fica comigo. Eu te amo... eu te amo muito...

_Meu amor... _E abraçara o garoto com força. _Eu também te amo... mais que tudo...

_Então não vai tia Sabrina. Você tem que casar com tio Eric e não com o Luan.
Nesse momento Marta chegava no quarto.

_Meu querido.... _Seus olhos também estavam inundados. _O tio Eric não é um cara legal com as garotas. A tia Sabrina ama o tio Luan. Meu coração também está partido por ela ir embora. Sei que preferia que ela ficasse mas ela vai fazer um curso e vai voltar em breve. Olha a sua mamãe teve que mudar tudo na vida dela pra fazer um curso também e agora ela está terminando, fez um projeto lindo. Está tendo muito sucesso na vida e vai ter ainda mais.

_Eu tinha minha mãe só pra mim e depois que ela começou a estudar já não tenho mais.

^Mas olha pelo lado bom. Foi por causa de tudo isso que você conheceu a mim a tia Sabrina, a Gi, o Bem, os seus amigos da rua o Gabriel, o Paulinho, a mãe  deles as irmãzinha... foi uma nova vida cheia de novidades. Você não gosta daqui? De todos nós?

_Sim, eu gosto. _Falou com voz rouca e enxugou o rosto com as costas das mãos.

_Pois assim é a vida. Pra conhecer gente nova e fazer amizades, viver novas emoções precisamos de mudanças nas nossas vidas. E sem contar que a tia Sabrina vai voltar.

_Mas eu não quero ficar um ano longe da tia Sabrina... um ano é muito tempo.

_Não muito... o tempo voa... E olha seu pai é muito rico. Ele pode até te levar pra passar as férias com a tia Sabrina. Podemos ir pra Disney ou pra onde você quiser.

_Eu só quero a tia Sabrina.

_Combinado então. Você vai passar  as férias com a tia Sabrina e eu vou com você. Vamos passear e nos divertir muito... Vai ser tri legal.

Sabrina encarava a cena desolada. Era impressionante como sua mãe tinha habilidade em convencer as pessoas. Hugo fungava mas já se conformava com o inevitável... assim como ela.
Depois que ele saiu se lançara novamente na cama a chorar.

_Mãe... _Gemeu ao vê-la chorando a soleir da porta.

_Meu amor eu só quero o seu bem... Você é o Luan são os meus tesouros. Tudo vai passar. É uma mudança drástica mas necessária filha pare de chorar amanhã é o seu casamento vai ficar difícil de cobrir essas olheiras com maquiagem.

_Mãe... eu só preciso ficar sozinha agora.

_Não. Você não precisa ficar sozinha.
Não era a voz de sua mãe e sim de Gisele logo atrás dela. Marta sorriu com alívio e abraçou a garota. Deixando as duas assos logo em seguida.

_Não é porque não concorde com a sua decisão que vou te deixar sozinha amiga. Sinto muito. _E lhe abraçou  com lágrimas. _Me perdoa.

Aquele momento parecia um tsunami de emoções. A despedida era a coisa mais dolorosa do mundo ainda por cima quando não queria ir...
Gisele lhe ajudara a fazer a mala, conversando sobre qualquer outro assunto que não fosse o casamento e Luan... falara na maior parte sobre Benjamin e como ele se comportava na empresa... e Ben pra lá e Ben pra cá... Sabia, tudo era ciúmes de Ben. Ela só não estava preparada pra saber disso... em breve ela iria se tocar e perceber que os dois nasceram um pro outro.

Do nada viera aquela dor aguda no peito. Será que poderia esquecer o boneco de plástico? Quanto tempo levaria para aquela dor passar... porque um dia fora apaixonada por Luan... e hoje não sentia nada além  de asco... mas ponderando com franqueza... não havia como comparar o que sentia por Luan com o que sentia por Eric. E confessar isso pra si mesmo era uma das coisas mais difíceis de se fazer. Eric não valia nada... Luan não valia nada... e assim era vida. O preço só ela pagava porque no fundo odiava os dois e o que eles fizeram com seus sentimentos. Estava nervosa e muito revoltada. Logo depois do casamento iria sabe Deus pra onde sozinha com Luan totalmente a mercê dos seus intentos maléficos. A mercê dos caprichos de Luan como uma ovelha presa nas garras do lobo sem poder escapar e ele já tinha lhe deixado claro que não lhe respeitaria... E por essa razão seu corpo tremia com ódio e revolta sentindo-se uma presa fácil nas mãos de um molestador.
E então só confirmaria para Luan que ela era uma boba e massagearia seu ego tê-la virgem depois de tudo. Era uma garota sem atitude... ele afirmara com convicção.

Movida pela revolta e por algo mais que não sabia explicar abrira a janela do quarto, a noite estava escura, Gisele tinha ido embora há pouco, logo depois trancara a porta na intensão de dormir, mas aquele turbilhão de emoções fervilhava em seu pensamento. Pegara o celular e fora naquele número que estava bloqueado... Algumas coisas na vida não tinham explicação mas essa tinha. Não ia se permitir viajar com Luan virgem. Vingança.
Arrastara aquela caixa que tinha chutado com ódio para um canto do armário, abrira o embrulho e retirará a lingerie... não se surpreendendo em nada com o quão explícita era.

**

Era sério aquilo? Uma mensagem dela? Querendo lhe ver? Ah... ia ignorar como certeza. Brincadeira, depois de lhe bloquear todo aquele tempo lhe fazendo de gato e sapato ag9ra do nada lhe mandava mensagem querendo lhe ver? E logo hoje que depois de uma semana a fio estava finalmente sóbrio. E que bom porque se estivesse bêbado aquela garota idiota ia ouvir.
Mais uma mensagem...
E o desejo de responder só triplicou. Fazia questão de visualizar e ignorá-la em seguida, só pra que ela tivesse um pouco do doce sabor do desprezo que ele degustara todo aquele tempo.
E por fim... ela ligou.
Droga... não consegui se conter, atendeu.

_Fala.

_Eu...

_Sério que vai gaguejar?

_Precisamos conversar. A gente poderia se ver agora?

_Me ver é claro te mando uma self. Agora você se ver é impossível é incrível como não consegue se enxergar.

_Eu sabia que seria hostil.

_E eu não sabia que poderia ser cínica o suficiente pra me ligar.

_Eric...

_Sabrina... esse é o seu nome né? Sabrina...

_Que bom que aprendeu. Gostaria de te ver. Por favor.

_Sinto. Eu não me chamo Eric se mover uma palha daqui em sua direção.

_Esrou te esperando nesse endereço. _E ela desligou.
Quando o celular bipou abriu o WhatsApp...
Choque... Era um motel.




_Mãe você é criativa vai pensar em outro nome pra mim rapidinho. _Falou enquanto colocava uma jaqueta.
Dirigiu até o endereço com certa dose de apreensão. O que aquela garota estava aprontando. Com certeza era só trolagem. Mas não custava nada conferir. Pegou a chave e partiu para o quarto. Ao abrir não pode evitar a surpresa. Sim. Era Sabrina.

_Wow... _Balbuciou diante da cena. Quase caíra para trás mas permanecerá em pé... e em pé em todos os sentidos. _Garota... as vezes você exagera... _Tossiu depois lufou contendo a respiração com dificuldades.

_Eu... eu...

_Aí depois você gagueja...
Eric viu que ela ruborizou e pegou a roupa para se cobrir.

_Sério garota? O que pensava que ia acontecer? Qu eu não iria resistir a tentação e iria correr para você como um patinho faminto? Como ousa me ofender ao ponto de brincar com meus sentimentos me fazendo  gigolo da sua despedida de solteira?
Ela lhe deu as costas. Talvez tentando se esconder. Vergonha era isso? E ela tinha?

_Eu só achei que... _Ela balbuciou de costas.

_Que poderia pela última vez brincar com meus sentimentos. E que eu como um patinho cairia.

E ela se voltou.
_Brincar com seus sentimentos? Você brincou com meus sentimentos todo esse tempo. Como ousa se vitimizar dessa forma?

_Eu disse que te amo e eu não estava brincando. Eu não estava mentindo. A minha verdade eu te expus. Você me tratou como um lixo. Acha que abrir o coração é fácil? Eu fiz o que estava ao meu alcance e você fez uma escolha. Agora me liga e quer me ver... em que circunstâncias? Em um motel na despedida de solteiro como se eu fosse um gigolo. Bravo.

_Tudo bem... sinto por te ofender. Vou embora.
Seguiu em direção a porta mas ele segurou em seu braço quando ia passar por ele.

_E é isso? Vai sair correndo como sempre? E mais nua que nunca?

_Foi uma ideia péssima. Só  achei que finalmente a gente poderia acabar com esse impasse... terminar essa coisa que nunca termina.

_Você vai se casar com outro amanhã. Você vai embora com ele mesmo que eu tenha implorado pra ficar comigo. Mesmo que eu tenha me declarado. Já ouviu falar em amor próprio? Como ousa ofender a minha dignidade me tratando como um brinquedo mesmo depois de tudo? Na última vez que nos encontramos você disse que me amava mas com zero grau de importância. Tipo... te amo mas do que importa? Logo depois anunciou seu casamento. Anunciou nada ele anunciou. Teria ido embora sem dar satisfação nenhuma caso ele não quisesse passar na minha cara que tinha ganhado o jogo.

_Justo! Eis a questão. O JOGO!

_Mas que droga Sabrina! Como ousa inverter o que eu falo dessa forma? Não posso usar uma figura de expressão que leva ao pé da letra.

_Porque é simples concluir. Óbvio.

_Garota você é teimosa pra caramba! Droga! Estamos em um motel e...

_E estamos brigando. Como sempre pra variar. Como acha que poderíamos um dia ter alguma coisa? Não combinamos.

_Foi por essa Conclusão que disse sim a um bandido? Seja feliz com ele então.

_Quanto a isso não se preocupe. Não vou ser feliz com ele se isso te deixa melhor.

_Algo que tinha absoluta convicção  mas que me foge a compreensão. Por que cai se casar com aquele desgraçado Sabrina? Fala!

_Eu te amo Eric... eu te amo...

_Então fica comigo porra! _E ele lhe beijou.

**

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