CAPÍTULO 7 | LEALDADE DIFERENTE

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"Nossas mãos pequenas, entrelaçadas na infância, carregavam a promessa inocente de um amor eterno."

Ajoelhada no centro do meu quarto, olho para as pilhas de roupas e pertences espalhados ao meu redor

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Ajoelhada no centro do meu quarto, olho para as pilhas de roupas e pertences espalhados ao meu redor. Cada peça de roupa que dobro e coloco na mala parece um lembrete silencioso da vida que estou deixando para trás. Dessa casa que passei boa parte da minha vida. Ainda me lembro de brincar de faz de conta bem aqui onde estou, junto dele.

-Você será a Princesa Demônio e eu o seu cavaleiro de armadura! - a voz infantil vem a minha mente como uma melodia nostálgica.

Queria poder levar tudo daqui mas... 

Cuidadosamente, abro uma pequena caixinha de porcelana delicadamente decorada, um recipiente especial onde guardo tesouros de um valor inestimável para mim. Não são itens de valor monetário, mas sim de memórias preciosas, cada um carregando fragmentos de um passado que ainda aquece meu coração. Com dedos trêmulos, procuro no interior da caixa pelo objeto que mais prezo: um pedaço de pano retangular, desbotado pelo tempo, mas ainda cheio de significado.

Enquanto o seguro, sou transportada de volta no tempo, ouvindo a voz de uma pessoa muito querida em minha memória. 

"Gostou da minha fantasia? Eu mesmo que fiz, para nossas brincadeiras de faz de conta! Agora serei o seu príncipe! -A lembrança de sua empolgação infantil, seu sorriso orgulhoso, me enche de uma doce nostalgia. —E aqui- ele continua a voz fresca em minha memória —fiz um lencinho com o tecido que sobrou da minha capa preta!"

—A caixinha será fácil mas, como vou levar tudo isso para o Pub? - penso, a ansiedade crescendo dentro de mim. A ideia de caminhar pelas ruas, arrastando minhas malas sob o olhar de todos, me enche de um nervosismo palpável. Suspiro, minha atenção voltando para as roupas, calçados e acessórios.  —Eu nem sei onde vou enfiar a minha cara -murmuro para mim mesma, lembrando do escândalo recente. Meu rosto está em todos os jornais, uma exposição que eu nunca quis. Decido, então, não olhar no espelho. Melhor não ver nenhuma outra mudança. Não quero mais nada que me lembre do que eu perdi.

Subitamente, batidas firmes soam na porta. Meu coração dispara ao mesmo tempo em que devolvo o lencinho a caixa e a fecho, colocando-a entre duas malas grandes. Levanto-me lentamente, meus passos hesitantes me levando até a porta. 

Seja quem for, não tenho dinheiro para dar.

Com uma mistura de curiosidade e receio, giro a maçaneta, para encontrar ninguém menos que o acompanhante de pele azul do Rei Demônio, o mesmo que esteve com Kellin. Ele me encara com uma expressão séria. Minhas bochechas ficam vermelhas, quando me lembro do que minha colega poderia ter feito com ele ontem.

—Daqui em diante, serei seu acompanhante para o trabalho e do trabalho para o castelo do Rei- anuncia, sua voz ressoando com uma autoridade que não aceita contestação. Ele tem a pele de um azul profundo, quase hipnotizante, que parecia mudar de tonalidade com a luz.

A TENTAÇÃO DO SUBMUNDO |LIVRO ÚNICO|Onde histórias criam vida. Descubra agora