CAPÍTULO 10 | JANTAR

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Enquanto caminho pelos corredores opulentos do castelo do Submundo, escoltada por Inácio, uma sensação de resistência cresce dentro de mim. Apesar da exuberância e riqueza ao meu redor, eu não consigo me deixar levar pelos fascínios do lugar. Cada detalhe luxuoso, cada tapeçaria ornamental e lustre reluzente me lembram de quem é o dono de tudo isso - o Rei Demônio, o mesmo que havia me humilhado sem dó nem piedade no pub.

E quando digo humilhado, estou pegando leve com o que ele me fez passar.

—Não posso esquecer o que aquele chifrudo fez- penso, enquanto passávamos por servos que lançam olhares curiosos em nossa direção. —Toda esta luxúria é fruto do poder dele.

Inácio, ao meu lado, parece perceber minha rigidez e tenta me oferecer orientações.

—Lembre-se, Lilia, ao encontrar o Rei, é importante mostrar respeito e seguir as formalidades da corte -instrui.  —Uma reverência adequada é esperada, e o Rei pode optar por beijar seus chifres como um gesto de aceitação.

—Beijar meus chifres...- repito, com um tom levemente amargo. Isso não é nada perto do que ele fez comigo aquele dia. Mais uma das suas tradições, suponho. O pensamento de ceder a tal gesto, mesmo que fosse uma formalidade, me deixava desconfortável.

—É uma honra - continua, talvez tentando me convencer.

—Uma honra. - murmuro, mais para mim mesma do que para ele. Não importa o quão grandioso seja este castelo ou quão profundas sejam suas tradições, não posso esquecer quem eu sou e o que ele me fez passar.

Ao nos aproximarmos do salão de jantar, respiro fundo, fortalecendo minha resolução. Estou aqui por minha própria força e vontade- penso, preparando-me para o encontro com o Rei. Sei que enfrentar essa noite exigiria mais do que apenas seguir etiquetas; exigiria manter uma calma que não costumo ter com aqueles que não merecem.

As portas se abrem, e eu me deparo com um cenário que supera todas as minhas expectativas: O salão é magnífico, com um teto alto ornamentado com afrescos intrincados e um lustre de cristal gigantesco que irradia luz por todo o espaço. As paredes estavam adornadas com tapeçarias luxuosas e retratos de figuras históricas do Submundo, cada um contando sua própria história de poder e conquista.

Não pude deixar de notar a presença dominante do Rei Demônio à cabeceira da mesa. Vestido impecavelmente, exibindo essa autoridade e desprezo calculado. Seu traje é um terno negro perfeitamente ajustado, uma gravata violeta que adorna seu pescoço e sobre sua cabeça, repousa uma coroa negra, não uma de metal brilhante ou joias cintilantes, mas uma peça sombria , forjada em um material que parece absorver a luz ao seu redor.

Enquanto ele falava com seus empregados, a coroa permanecia firmemente no lugar, um lembrete constante de sua autoridade incontestável. Seus olhos, observando tudo e todos à mesa, brilhavam com um ar de desprezo e superioridade. Claro que ele se considera acima dos demais, não apenas em status, mas em inteligência e astúcia.

A TENTAÇÃO DO SUBMUNDO |LIVRO ÚNICO|Onde histórias criam vida. Descubra agora