Acordei com batidas incessantes à porta e meus olhos sendo machucados pela claridade que passava pela fresta das cortinas. Levantei-me com dificuldade e senti certa dor na lateral direita do pescoço.
"Droga." - alisei a região com a mão, tentando aliviar a dor de alguma forma.
Novamente as batidas fortes e uma voz, nada amigável, pedindo para que eu abrisse a porta.
"Já vai! Deus..." - cocei os olhos tentando aliviar o peso em minhas pálpebras.
Abri a porta dando de cara com a morena raivosa da noite anterior. Coloquei meu sorriso mais simpático no rosto a fim de provocar ainda mais a irritação notável em sua expressão.
"Bom dia, esquentadinha. Dormiu bem?" - rosnou de raiva.
Notei que ainda estava de pijamas.
"Pode me dar licença para pegar minhas coisas?"
"Toda!" - abri espaço para que ela entrasse. - "Podia só ter pegado o seu cartão e entrado para pegar as coisas. Sabe, eu não ligo."
"Não queria ser mal-educada e tive medo de queimar meus olhos te vendo pelada ou algo do tipo." - arqueei as sobrancelhas.
"Sou daquelas que dorme vestida, pode ficar tranquila."
Começou a catar todos os seus pertences milimetricamente guardados pelo quarto, colocando-os dentro de sua mala e bolsa de mão.
Agora que estava perfeitamente descansada, consegui analisar melhor a morena à minha frente. Seu corpo era esguio, seu pescoço alongado coberto pelos com cabelos castanho escuro que realçavam perfeitamente em sua pele alva; pela regata do pijama era possível ver sua clavícula marcada e a leve definição dos músculos de seus braços. Ela devia ser poucos centímetros mais alta do que eu. Seu olhar encontrou o meu e pude ver bem o castanho amendoado profundo e intenso me engolindo.
"Posso saber porque está me olhando assim?"
"Por nada. Só sou observadora." - dei de ombros.
Era meu trabalho, analisar cada situação, cada local e pessoa; entender como suas expressões e gestos diziam tanto sobre tal situação ou sobre ela. Algo muito interessante me prendeu naquela mulher, mas não sabia dizer o que.
"Então trate de parar de observar porque estou ficando com medo de que seja uma psicopata ou algo assim." - pisquei, desviando o olhar para suas malas perfeitamente organizadas.
"Quer ajuda com as malas?"
"Para que?"
"Para levar até o quarto do seu namorado."
"Will não é meu namorado. Se fossemos namorados estaríamos dormindo no mesmo quarto." - soltou uma risada de escárnio. - "Por que iria levar minhas coisas para lá? Só vim buscar algumas roupas para trocar. Mas posso te ajudar com suas coisas quando a recepcionista vier te levar para o outro hotel."
Abri a boca com ousadia da maior.
Arrogantezinha desgraçada!
"Sabe, mudei de ideia. Vou ficar no quarto!" - seu olhar estava furioso.
"Você não é nem maluca de fazer isso comigo..."
Fomos interrompidas pela funcionária que surgiu no corredor, de frente para a porta do quarto, que ainda estava aberta.
"Buongiorno, meninas. Vim informar que vagou um quarto aqui no final deste corredor e podemos transferir uma de vocês para lá. Pedimos desculpas novamente pelo ocorrido, e como forma de agrado pelo acontecido, o hotel estará disponibilizando gratuitamente um jantar no restaurante mais famoso da região para as senhoritas com direito a acompanhante."
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Reintegração Cromática; Elmax
FanfictionMaxine Mayfield é uma fotografa jornalística e documental de 28 anos, que vive sua liberdade através das viagens que realiza por diversas partes do mundo pela revista que trabalha. Em uma viagem para Roma sua liberdade cruza com a sistemática Jane H...