Young Mother Sewing

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Acordei com lambidas quentes em minha orelha esquerda. Banguela estava, com todo seu tamanho e falta de jeito, em pé ao lado da cama em uma alegria indescritível por me ter novamente em casa. Seu enorme rabo balançava freneticamente, derrubando todos os itens sobre a mesa lateral. 

Espreguicei-me e abracei a enorme cabeça do Dogue Alemão, que estava cheirando meu rosto para mais uma lambida. Peguei o pequeno Dachshund malhado, que assim como o "irmão", precisava de alguma atenção. Apertei ambos em um abraço desengonçado, sentindo as enormes pernas de Banguela subirem em cima de mim. 

Esse cachorro mais parecia um cavalo desengonçado.

"Também senti falta de vocês, meninos."

Havia chegado a Nova Iorque durante a madrugada, sendo recebida em minha casa pelos meus dois cachorros saudosos e minha mãe apagada no sofá. Seu sono não durou muito, quando ela sentiu o meu beijo carinhoso em sua testa. Conversamos um pouco sobre todos os lugares em que estive, mas apesar de estar com muitas saudades da mais velha, estava muito cansada para manter qualquer conversa congruente. Minha mãe entendeu, escolhendo respeitar meu momento de descanso. Quando passava tanto tempo na agitação de viagens, parecia que nunca descansaria o suficiente, por mais que dormisse por horas seguidas. Como já vinha de um longo período fora de casa, Robin me intimou a tirar um tempo de férias.

Contando com a viagem a Jordânia, Afeganistão, Roma e Islândia, faziam dois anos que estava longe de casa; Cinco meses desde que parti de Anagni, deixando para trás uma morena cheia de dúvidas.

Empurrei as longas patas do cachorro preto de cima de mim, e busquei energias para levantar. No chão, o relógio digital que estivera minutos antes em cima da mesa lateral, marcava onze e trinta e três da manhã. Olhei minha bolsa marrom que armazenava roupas encardidas, que precisavam urgentemente ver uma lavanderia, e fiquei com preguiça de organizar qualquer coisa agora. Dei o comando para que minha assistente virtual abrisse as persianas do quarto, revelando a paisagem urbana através das enormes janelas de vidro. Caminhei lentamente até o banheiro da suíte, sendo seguida por minhas duas sombras, que mais pareciam querer me derrubar, embolando-se em minhas pernas.

Tomei um banho morno, sentindo cada músculo do meu corpo relaxar e fui para a cozinha fazer meu café da manhã. Era estranho sentir novamente o piso de madeira ipê escuro fazer barulho a cada passo que dava. 

Observei o ambiente que me era conhecido e desconhecido ao mesmo tempo. Tanto tempo longe de casa, tornava os retornos esquisitos. As paredes brancas do enorme salão contrastavam perfeitamente com cada móvel de madeira e obra de arte que o decorava, trazendo uma sensação de aconchego e paz. Precisava de um ambiente assim para desacelerar a mente e o corpo nos períodos de descanso. Os armários da cozinha integrada a sala de estar e de jantar, estavam abarrotados de suprimentos. 

"Mãe..." - sorri pensando no quanto minha mãe arrumava tempo para cuidar de mim, mesmo quando estava longe.

Coloquei uma cápsula de cappuccino na cafeteira moderna que estava em cima da bancada, e apertei o botão, fazendo um barulhinho chato ecoar pelo lugar. O cheiro de cafeína acordou mais ainda meu corpo. 

Olhei para o enorme sofá marrom, que ficava de frente para a parede de pedra portuguesa branca, o embrulho grande de papel craft estava apoiado no sofá para me lembrar que precisava estar em um lugar.

[...]

Estacionei meu Range Rover Evoque branco em frente ao moderno prédio do MoMa. Fiquei um tempo dentro do carro tentando me acalmar, depois saí do carro pegando o pacote no banco traseiro.

Não queria parecer desesperada, mas estava ansiosa demais para fazer algum charme e esperar alguns dias do meu retorno para ver Jane. 

Meu corpo passou a funcionar lentamente em cada passo dado para dentro do museu; já na recepção, falei com uma atendente simpática demais para uma manhã de terça-feira cujo prédio estava abarrotado de turistas. 

Reintegração Cromática; ElmaxOnde histórias criam vida. Descubra agora