7. A mãe de todos os monstros

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Estávamos maravilhados. Achamos que tinhamos feito algo extraordinârio. Mas a Providência resenha sempre um destino cruel para todos os miseráveis que resolvem brincar de Deus.

Ela era uma brilhante cientista, versada nas melhores faculdades ligadas a engenharia genética e aeroespacial, lecionava e por muitos anos formou vários profissionais de alto nível na área. Muito interessados e com vontade de mudanças.

Dizem que ela foi muito feliz. Tinha conseguido como resultado de seu trabalho e estudos, uma fazenda nas margens do rio, onde cuidava de suas galinhas e seus cavalos, adorava montar e a vida tem um jeito as vezes mórbido de demonstrar que mesmo com os arreios, nunca estamos no controle.

Devido a seus experimentos no laboratório, a cientista adquiriu uma intoxicação ao ter contato com um material radioativo...e alien. Que se tornou um abscesso e após...um tumor.

Aos poucos, os alunos que foram seus companheiros...foram sumindo. Desaparecidos. O tal projeto era do Governo dos EUA. Classificado como confidencial. Ou seja, ela era oficialmente um experimento governamental.

A doença não era natural. Seu projeto era secreto, algo relacionado a estudos da famigerada Área 51. Então não pertencia a esse mundo. Era das estrelas e o que quer que tivesse acontecendo...nâo tinha cura.

O processo foi lento e extremamente doloroso. Aos poucos os órgãos começaram a estufar para fora e seu belo corpo que um dia foi de uma quase atleta  foi definhando para algum tipo de metamorfose em nível celular.

Aos poucos a criatura foi desenvolvendo um tipo de telepatia, uma espécie de génese de um parasita alien. O seu cérebro se tornou o seu corpo, seus olhos esbugalharam e incharam, se tornando gigantes. Essa transformação agressiva deprimiu os técnicos do projeto que assistiam a tudo, em desespero. Nem mesmo a NASA previu algo tão terrível, e em segredo choravam, pois aquela pessoa, aquela vítima, tinha sido uma mulher jovem e cheia de vida.

Tudo isso levou a um terrível acidente. Um técnico que monitorava a criatura captou um ruído, um chiado gerados por Brain. Seus tímpanos foram expostos a uma carga muito pesada e seus ouvidos começaram a sangrar, as curvas do espectômetro apenas captavam dor. Enlouquecido pelo ruído o técnico deu cabeçadas na mesa e no teclado, até se matar.

O acidente causou recomendações sérias do Departamento de Defesa. Ela teve de ser escondida do público e sua existência, foi apagada.

- É um monstro do velho mundo. - disse Chief.
- Nem quero imaginar o sofrimento dessa mulher.
- O Departamento de Defesa esconde segredos que até mesmo Deus duvidaria.

O homem verde e a imagem holográfica se olharam por um instante.

- Lembro de algo parecido...Reyes...

Cortana deu um longo suspiro.

- O que pode ter dado errado?
- Acharam que tinham a situação sobre controle.

Segue o relatório.

O projeto Mother Brain se tornou um segredo de Estado e com a colonização do espaço, da Federação Galática e consequentemente, da UNSC.

"Mas ninguém perguntou, ou se preocupou, como ela se sentia" -pensou Cortana. E John ouviu.

O organismo era praticamente imortal. Seu segredo foi passando de um governo, para outro. Como era mais adequada a exploração, foi entregue e integrada a Federação Galática.

Mas telepaticamente o cérebro-criatura se comunicou com criaturas exploradoras do universo, prisioneiros e criminosos interplanetários da Federação no planeta prisão conhecido como Zebes. Lar das criaturas vampiras conhecidas como...Metroid.

O resto do relato sâo os fatos tristes recentes. Seu ódio as criaturas humanóides, só aumentou e se uniu ao explorador e criminoso monstro espacial conhecido como Ripley e seus corsários, os Piratas Espaciais. Captada pela Doutora Abigail Days, que trabalhava em segredo para os Piratas como agente dupla, foi entregue ao Covenant tendo sido raptada por seus soldados.

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(Evidéncia de vídeo)

A evidéncia mostrava a chegada de Brain na nave dos Sanghelli.

"Em honra do nosso Covenant, comemoramos a chegada da criatura, da arma biológica conhecida como Mother Brain, será convertida em uma valiosa contribuição a nossa causa".

O vídeo termina com um rito e uma parada militar.

Estando com eles, o Árbitro solitário, não consegue conter as lágrimas, mesmo estando muito ferido. Com uma atadura improvisada, o recuta amarelo lamenta por seus companheiros. John o conforta com uma mão em seu ombro.

- Eles caíram no conto de fadas da boa doutora.
- Que ironia. Criaram uma arma que apontou o gatilho para eles.

O segundo vídeo mostrava toda a carnificina. Soldados desesperados se matando. Como se algo os controlasse, alguns árbitros Sanghelli cuidavam da sala de Brain, e matavam todos que se aproximassem ou a ameaçassem.

Não havia aqui a disciplina marcial e religiosa que marcava o Covenant, mas apenas servidão, como robôs sem mente ou consciéncia.

Mas uma coisa nas gravações chamou a atenção de Master Chief e intrigou ainda mais o ex-soldado amarelo.

Em um dado momento, os árbitros disseram:

- "Pela honra da nação Forerunner.
- Glória a Mãe Bibliotecária".

Master encarou a todos. Surpresos.

- Alguém conhece?

A seguir: John e o Árbitro caçam Samus, e uma assassina criada da guerra emerge das sombras dos destroços.

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