KARLENA - Feitas Uma Para A Outra

Capítulo 52

LENA

"O que aconteceu?" Sam pega um copo de água para mim e o coloca na minha frente, na mesa da cozinha.

Seguro o vidro frio e desço a mão pelo cilindro. "O pai dela a enganou. Ela fingiu que o cargo de vice-presidente poderia não ser dela se não iniciasse um relacionamento. Esta noite, na festa, seu tio, sem querer, deixou a verdade escapar. Ela ficou furiosa e desapareceu." Tudo sai como uma confusão verbal.

"Devagar." Ela agarra minha mão livre. "Respire fundo e me diga de uma maneira clara que faça sentido. No momento, isso soa como palavras vomitadas."

"Desculpe." Respiro fundo. "Quando chegamos à festa, ela me apresentou ao tio e à tia. Enquanto conversávamos com eles, seu tio revelou o segredo de seu pai."

"Ok, estou entendendo você até agora."

Eu dou de ombros. "Não acho que o tio dela soubesse que era segredo."

"Qual era exatamente o segredo?"

"O pai dela teve a ideia maluca de dizer a ela que ela não conseguiria o cargo se não estivesse em um relacionamento. Foi aí que Kara teve a ideia estúpida de me usar como seu namoro falso, e você sabe o resto."

Ela solta um suspiro, solta minha mão e se inclina para trás. "Acho que são tudo da mesma laia."

"Obviamente." Olho para a mesa. "Fica pior. Depois que ela fugiu e me abandonou na festa, onde eu não conhecia ninguém. Fiquei com náuseas e fui ao banheiro."

"Que idiota." Ela empurra a cadeira para trás. "Acho que vou precisar da minha própria bebida." Ela pega um copo e o enfia embaixo do gela água .

"Você estava certa. Tomei uma decisão estúpida, mas já deveria estar acostumada com isso."

Ela vem até mim, deixa cair o copo na mesa e agarra meus ombros. "Você não toma decisões estúpidas. As pessoas continuam fazendo coisas ruins com você. Você é uma ótima pessoa."

"Eu sou um ímã para problemas."

Ela sorri fracamente. "Isso pode ser verdade."

"Sim, eu sei." Balanço a cabeça, levanto e ando pelo chão de cerâmica. "Quando fui ao banheiro, meu pai ligou. Eles me encontraram fora da casa dos pais de Kara."

"Ah, porra." Sua cabeça cai para trás e ela olha para o teto. "Chantageando você, presumo?" Ela volta sua atenção para mim.

"Ding. Ding. Ding. Você adivinhou." Foda-se minha vida. Como acabei aqui? "Quando saí para procurá-los, ouvi Kara conversando com Alex. Ela disse que estava fingindo sentimentos por mim e que iria rescindir o contrato."

"O que?" Ela pisca como se não entendesse o que estou dizendo.

"Ela estava fingindo que se importava comigo. E ela não quer a bebê." Eu aceno minha mão no ar. "Por que ela faria isso? Ela não precisa de nenhuma de nós para conseguir o emprego. Sempre foi dela."

Seus olhos se estreitam em fendas. "Que ódio. Espere até Alex chegar em casa. Vamos marchar até lá e chutar a bunda dela."

Quando ela não diz uma palavra sobre me criticar por ser estúpida, meu coração transborda de amor. "Obrigada."

"Para que?"

"Por estar aqui para mim. Por não me lembrar que eu sou uma idiota. Por pensar que poderia engravidar sem querer desmembrar quem machucasse meu filho. Por me apaixonar por uma mulher que não me ama." Lágrimas escorrem pelo meu rosto, pingando em pequenas poças no tecido do meu vestido.

"Bem, querida, imaginei que você poderia se machucar." Ela abre os braços e eu entro neles. "Estou aqui para dar uma bronca na filha da puta, não para repreender você. Além disso, ela não tem direito sobre o bebê de qualquer maneira. Faremos com que Alex redija um contrato para dissolver o outro contrato e exigir pensão alimentícia. Ela não vai escapar impune disso Lee."

Soluço em seu ombro.  "Eu sei. Sério, eu te amo. Você é a melhor amiga que eu poderia ter."

Ela sorri. "Nossos bebês vão crescer juntos."

Meu rosto cai enquanto a depressão toma conta de mim. "Eu não posso ficar aqui."

"Sim você pode. Anime-se, vaqueira. Você vai morar em Kansas City, onde sempre esteve, e ela pode ir se fuder com isso."

"Anime-se, vaqueira?" Uma onda de risadas borbulha em meu peito. "Porque é que isso é engraçado? Por que você continua dizendo coisas engraçadas?" Não consigo parar de rir até que a sala fique confusa. Merda. Eu engulo em seco e ela agarra meus braços e me acompanha até uma cadeira.

Depois que ela me empurra para baixo, ela responde: "Quando foi a última vez que você comeu?"

"Não sei. Acho que no almoço. É tudo um borrão."

"Caramba. Você tem que cuidar de si mesma."

Apoio os cotovelos na mesa e coloco a cabeça nas mãos. "Você tenta engravidar de uma pessoa por quem você está apaixonada, que não quer um futuro com você, e veja como você se sai." Eu balanço minha cabeça. "E você constantemente sente que vai vomitar nos sapatos."

"Entendido." Ela corre até a geladeira e retira uma caixa de ovos, um saco de queijo e um tomate. "Você vai comer." Ela vira a cabeça. "O que aconteceu com seus pais?"

"Eu disse a eles para se virarem. Não estou mais salvando-os de nada."

Um largo sorriso surge em suas bochechas. "Então você toma boas decisões. Você me escolheu como melhor amiga e chutou aquelas sanguessugas para o meio-fio."

Sim eu fiz. Coloco a mão na barriga. E farei o que for preciso para cuidar deste bebê. Para o inferno com todos os outros.