Capítulo 1

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Harry sentiu uma onda de energia envolvê-lo de uma só vez. Seus membros congelaram instantaneamente quando o feitiço lançado por Voldemort o envolveu. Parecia que o estava consumindo por dentro, corroendo sua magia e destruindo sua alma. Harry nunca se sentiu assim antes. Provavelmente foi assim que a morte se sentiu; frio e implacável. Ele olhou ao redor, tentando encontrar uma última coisa para olhar que o fizesse se sentir feliz, mas não havia nada nas ruínas de Hogwarts que ele pudesse encontrar. O caos envolveu tudo e todos os seus amigos estavam lutando à distância ou já estavam mortos.

Tudo ficou em branco. A luz morreu e os sons desapareceram como um sussurro que se desvanecia.

Seu cadáver foi deixado no chão, nas ruínas do local que se tornou sua casa. E como tudo no mundo, sua vida simplesmente acabou.

Os sons chegaram até ele depois do que pareceu uma eternidade. Ele tinha certeza de que morreu, mas talvez o feitiço não tenha terminado seu trabalho. Ele precisava se mover, mas estava muito cansado. Talvez a morte não fosse ruim, afinal. Ele poderia simplesmente ficar ali deitado e relaxar e deixar tudo acabar.

Foi confortável. Esta foi a primeira coisa que despertou o pânico crescente em sua mente. Como ele estava se sentindo tão confortável? Parecia que ele estava deitado em lençóis de seda e cercado pelos travesseiros mais macios e por um cobertor quente. Ele podia sentir o toque suave do material deslizando sobre suas pernas nuas.

Isso parecia errado.

Harry gemeu. Sua cabeça doía. Ele deve ter caído no bloco de concreto e rasgado a cabeça. Seu cérebro provavelmente estava espalhado por todo o lugar.

"Mestre", era uma voz calma, falando gentilmente e cutucando-o. Quase parecia Dobby. "Lord Riddle está com raiva. Ele está esperando lá fora. Ele quer ver você. Eu disse a ele que o mestre Harry está dormindo, mas ele insistiu."

Passou pela cabeça de Harry o que estava sendo sussurrado. Ele queria dormir. Ele moveu as pernas e o toque suave do cobertor o embalou ainda mais no doce casulo do sono. Ele esticou uma perna para deixar a brisa fresca tocar sua perna nua.

"Mhhm", ele murmurou. "Eu sou bom."

Houve uma batida forte na porta. Foi incessante. Imparável.

"Ugh," ele gemeu novamente, empurrando a cabeça no colo dos travesseiros.

A batida estava piorando sua dor de cabeça.

"Ele está furioso", a voz sussurrou e então o embalou suavemente. "Ele ficou bravo quando leu a notícia. Deve ser o artigo da primeira página sobre o mestre Harry."

Primeira página? Artigo? Ele não tinha ideia do que essas palavras significavam, mas queria que todos os sons parassem para que ele pudesse continuar dormindo.

"Abra a porta", ele ouviu uma exigência irritada vinda de longe, pontuada por um som áspero de batida. "Você precisa se explicar. Vou arrombar a porta se for preciso."

Harry abriu os olhos.

Ele semicerrou os olhos, tentando se ajustar à sala iluminada. Seus olhos imediatamente se encheram de lágrimas em resposta. Ele enxugou as lágrimas do rosto com a manga da camisola, notando vagamente que estava usando uma combinação bordada com agulha.

A sala era enorme. Harry nunca esteve em um quarto tão grande. Era uma sala linda, com tetos altos e janelas enormes. As pesadas cortinas com rendas mais intrincadas foram abertas e a luz entrava através dos painéis de vidro. A mobília era creme e dourada, com os mais elaborados trabalhos em madeira, e havia vasos de rosas por toda parte; nos parapeitos das janelas, nas prateleiras, na cômoda, nas mesinhas de cabeceira, na mesa em frente ao sofá macio e até na penteadeira.

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