Então descemos do trek
Uma das iniciandas nascidas na Audácia toca o ombro de Quatro e pergunta:
- Quando o seu time venceu, onde vocês esconderam a bandeira?
- Responder isso iria contra o espirito deste exercicio, Marlene - diz ele de maneira casual. -Fala para mim, Quatro reclama ela, lançando um sorriso sedutor em sua direção. Ele
afasta a mão dela do seu braço e, por algum motivo, isso me fez triz sorrir ela tá gostando dele certeza
grita outro iniciando nascido na Audácia. Ele é alto, com pele morena e olhos escuros. É bonito. - Meu irmão estava no time vencedor. Eles esconderam a bandeira no
carrossel.
- Vamos para lá, então - sugere Will.
Ninguém se opõe, então seguimos para o leste, em direção ao pantano que costumava ser um lago. .
- Estamos perto da área da Erudição, não estamos? - pergunta Christina, esbarrando no ombro de Will.
- Sim, ela fica ao sul daqui - diz ele. Vira o rosto para o lado e, por um segundo, vejo que um olhar de saudade domina seu semblante. Mas logo depois se desfaz.
Devo estar a pouco mais de um quilômetro de distância do Noah. A última vez que estivemos tão perto foi há uma semana. Balanço a cabeça um pouco para afastar o pensamento. Atravessamos a ponte. Ainda precisamos dela, porque a lama abaixo é molhada demais
para pisar. Há quanto tempo será que o rio secou?
Depois da ponte, a cidade muda. Antes, a maioria das construções ainda estava em uso, e,
mesmo as que não estavam, continuavam bem cuidadas. Diante de nós agora encontra-se um oceano de ruinas de concreto e vidros quebrados. O silêncio neste trecho da cidade é
macabro; parece saido de um pesadelo. É dificil enxergar meu caminho porque já passa da
meia-noite e todas as luzes da cidade estão apagadas.
Marlene pega uma lanterna e ilumina a rua à nossa frente.
- Está com medo do escuro, Mar? - O iniciando da Audácia com olhos escuros debocha dela. - Se você quiser pisar nos vidros quebrados, Uriah, fique à vontade - responde ela,
nervosa. Mesmo assim, apaga a lanterna.
Já percebi que ser da Audácia, em parte, significa estar disposto a dificultar as coisas para si mesmo, para que você se torne uma pessoa autossuficiente. Vagar por ruas escuras sem uma
lanterna não é algo particularmente corajoso, mas o fato é que nós não devemos depender de ajuda, nem mesmo da luz. Devemos ser capazes de encarar qualquer coisa.
Gosto disso, porque pode haver um dia em que não tenhamos uma lanterna, ou uma arma, ou alguém para nos guiar.
Os prédios terminam um pouco antes do pantano. Uma faixa de terra se projeta para dentro
da área alagadiça, e erguendo-se sobre ela há uma enorme roda branca com dezenas de compartimentos para passageiros pendurados em intervalos regulares. A roda-gigante.
- Vocês já pararam para pensar que as pessoas realmente andavam nessa coisa? Por pura
diversão - diz Will, balançando a cabeça. -
Aposto que eles eram da Audácia-digo.
- É, mas uma versão mais fraquinha da Audácia. - Christina ri. - Uma roda-gigante da Audácia de verdade não teria carros. A pessoa simplesmente se penduraria pelas mãos, e seja oque Deus quiser.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Elizabeth Eanto/Peter Hayes
Fiksi PenggemarElizabeth cresceu com um pai abusivo mais ao completar 16 anos, precisa escolher entre as diferentes facções em que a cidade está dividida então ela opta pela facção dos destemidos, a Audácia pra sair de vez da vida do seu pai,ela então se torna Liz...