~Cap 1: O Garoto.~

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Pobre passarinho, está com a asa quebrada.

Olho pra cima e avisto um ninho preso em uma árvore e suspiro. Ele deve ter caído.

Volto o olhar para o passarinho. Ele não tem nem 5% de chance de sobreviver, ou vai passar fome ou vai ser atacado por um algum predador.

Delicadamente eu me agacho e pego o pobre animalzinho em minhas mãos, enquanto ele solta um pequeno suspiro de dor.

Em um movimento rápido, eu quebro o seu pescoço.

Não sei oque veio primeiro, seu último suspiro de dor ou o sangue em minhas mãos. Coloco o animal em minha bolsa com um pequeno sorriso no rosto. Vamos ter carne no jantar, hoje.

Subo em Max logo depois, e como de costume deixo que ele me guie pela floresta. Ele é um cavalo inteligente, sabe para onde ir. Normalmente ele fareja alguns animais pelos arredores, mas hoje não estamos tendo sorte tirando o passarinho.

Não que eu esteja reclamando. Kevin me ensinou a nunca reclamar sobre esse tipo de coisa.

Bom, muitas pessoas diriam que você ser educada pelo seu irmão mais velho que também não recebeu educação não seria algo muito legal. Mas eu diria que Kevin fez um bom trabalho nisso.

Max freia tão rapidamente que eu quase caio no chão. Oque foi isso?

Analiso o perímetro. Nada.

Mas ele fareja alguma coisa feito louco.

— "Oque foi garoto? Ei, ei, calma, não tem nada."

Meu vestido arrasta no chão quando desço do cavalo. Eu simplesmente odeio vestidos, mas as mulheres da minha idade recebem maus olhados se não usarmos essas vestes.

Qual o sentido de usarmos algo que nos atrapalham no dia a dia?

Me agacho e toco a terra, está estranhamente seca para essa região e época do ano. Conheço essa floresta inteira, isso definitivamente não é normal.

Antes que eu possa pensar em outra coisa, Max começa a ir em direção a uma espécie de pequena caverna que avisto muito à frente.

— "Não! Max! Volte aqui!"

Meu comando é inútil. O animal continua andando e farejando o chão. Suspiro derrotada e o sigo.

No decorrer do caminho a vegetação está cada vez mais sem cor e sem vida, meu pé descalço toca a graça marrom e seca. Eu não sou o tipo de pessoa que gosta de andar de sapatos, como eu vou sentir o solo? Claro, não vou sair pelo vilarejo descalça, mas a floresta me traz certo conforto para fazer isso.

Max de repente para na frente da pequena caverna e recua. Oque tem de errado com esse cavalo? Retiro oque eu disse anteriormente, ele não é muito inteligente.

— "Max, vamos voltar, já está tarde."

Tento puxar sua cela mas ele se afasta.

— "Pare com isso."

Ele se afasta mais e continua farejando a vegetação morta que está em volta da caverna. Eu reviro os olhos e suspiro impaciente.

— "Tudo bem. Vou ver oque tem lá dentro, e depois vamos voltar. Kevin odeia que eu chegue tarde."

Suspiro e pego minha pequena adaga presa em minha coxa. O vestido é útil de vez em quando pra esconder isso.

Kevin nunca deixa eu andar desarmada.

Algumas pessoas devem me achar louca por falar com meu cavalo, mas ele é meu único amigo, afinal as pessoas no vilarejo não são muito legais, tirando o fato que eu moro completamente isolada de lá. Kevin sempre diz que fazemos isso como proteção ou algo assim.

A Rainha PrometidaOnde histórias criam vida. Descubra agora