A Rainha Prometida

~ Cap 13: A Floresta Proibida. ~

—"Estamos quase chegando" — Digo olhando o mapa em minha mão. Fahren está quieto desde que saímos do lago, ele continua olhando para a vista.

—"Vou sentir falta daqui." — Diz de repente então eu concordo.

—"Apenas tente fazer que Arwen não mate o último resquício da flora." — Digo em tom de brincadeira.

Ele não respondeu, concluo que isso não será mais possível pois provavelmente o rei já fez isso.

—"Por que ele continua no poder?"

—"As pessoas tem medo do que ele pode fazer caso elas tentem mudar alguma coisa..."

—"Então faça algo, não pode deixar ele vencer assim!" — Fahren suspira e fica quieto novamente, então eu desisto do assunto.

Depois de longos minutos finalmente avisto a Floresta proibida. Por mais que esteja em plena luz do dia, o interior da floresta parece escuro e sem vida. As árvores não possuem folhas, estão em uma aparência morta.

—"Uau... isso bizarro." — Fahren diz enquanto desce de Max e se aproxima da entrada da Floresta. Eu também desço do cavalo.

—"Não se preocupe... Não vou demorar.."— Digo para Max e acaricio seu focinho antes de ir na direção de Fahren.

Conforme vamos entrando mais na floresta, não conseguimos ouvir nenhum barulho que indique a presença de algum animal. O clima é bem estranho e sombrio, causando um leve arrepio na minha nuca.

—"Qual a história desse lugar?" — Fahren me pergunta depois de alguns segundos de caminhada. Eu suspiro antes de responder.

—"A muitos anos atrás, existia uma garota chamada Daisy..." — Inspiro fundo antes de continuar e olho para longe. —"Falavam que ela praticava bruxaria, pois suas características eram consideradas anormais... Ela... hm... Falavam que ela tinha orelhas pontudas, e longos cabelos claros..."— Fahren fica surpreso por uns segundos mas eu continuo —"Mas seus olhos... Seus olhos tinham a cor de Satãn... Eram vermelhos como sangue..."

—"O que aconteceu com ela?..."

—"Bem, as pessoas diziam que era Satãn em pessoa... Então a trouxeram para essa floresta e a queimaram viva..." — Ele fica uns segundos em silêncio, eu ignoro e continuo —"Antes dela morrer, ela prometeu amaldiçoar nós humanos por isso... Em questão de segundos a floresta começou a morrer, animais desapareceram, o solo ficou infértil... Muitas pessoas passaram fome e uma praga se instalou na pequena vila, fazendo metade dos moradores morrerem. Desde então, as pessoas evitam essa floresta, dizem que há criaturas desconhecidas"

Fahren fica claramente abatido pela história então eu aperto seu ombro levemente.

—"Mas é apenas uma história. Meu palpite? A floresta é simplesmente infértil. Não acredito nessas coisas." — Ou pelo menos não acreditava, penso quando olho para as orelhas dele.

Fahren concorda com a cabeça e sorri em agradecimento, então continuamos a longa caminhada.

Estamos claramente perdidos e andando em círculos a horas, mas Fahren não quer admitir isso. Eu resmungo impaciente e me sento numa pedra, ele olha para mim no mesmo segundo.

—"Por que você parou? Estamos quase lá!"

—"Estamos perdidos, melhor admitir de uma vez" — Ele suspira desistindo e se senta do meu lado enquanto olha o mapa pela vigésima vez.

—"Estamos andando em círculos, não é?" — Pergunta cansado.

—"Sim, estamos."

Ele resmunga e esfrega a testa. Eu rio pela sua clara falta de paciência e quando o feérico está prestes a falar é interrompido por um barulho alto. Parece um rugido, e foi tão alto que senti o chão tremer em baixo de mim. Fahren fica pálido de repente.