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Aquela dor de cabeça fez com que eu acordasse um pouco mais cedo do que as meninas. Quando levantei reparei que tinha uma carta entre o vão da porta, quer dizer, uma nova entre as milhares na qual eu ignoro.

"Prezada Sra. Allyssa Santoro Monroe,

Espero que esta carta a encontre bem. É com pesar que escrevo para informar que, devido à falta de pagamento do aluguel do imóvel localizado em Outer Banks, estamos obrigados a emitir um aviso de despejo.

O aluguel referente não foi recebido, e apesar de nossos esforços para resolver a situação, precisamos de fins lucrativos Infelizmente, a falta de pagamento contínua torna necessário tomar medidas para proteger os interesses do proprietário.

De acordo com os termos do contrato de locação assinado, você tem um prazo de 15 dias a partir da data desta carta para regularizar o pagamento pendente. Caso contrário, não teremos outra opção a não ser iniciar procedimentos legais para retomar a posse do imóvel.

Atenciosamente, Sr. Thornton".

Mas que droga. — Passei a mão entre meus cabelos.

— Que droga o que? — Kie apareceu, perguntou e eu apenas entreguei a carta. Com isso pude observar sua mudança de expressão. — Mas que droga. — Ela repetiu e eu fui me sentar na perto da bancada. — O que você vai fazer agora?

— Eu não faço a mínima ideia. — Soltei uma pequena risada.

— Isso é sério Allyssa. — Kie me encarou e esse é um dos motivos nos quais eu odeia deixá-la preocupada.

— Eu sei disso. — Suspirei. — Mas depois eu penso sobre isso.

— Porra que merda de dor. — Sarah acordou e esticou suas costas enquanto andava, antes que eu pudesse falar algo lancei um olhar para kiara ficar de boca fechada quanto a isso.

— Dormiu de mal jeito? — Perguntei com um pequeno sorriso.

— Talvez. — Ela me olhou com um sorriso meigo. Abri a gaveta do armário e peguei um remédio para dor de cabeça em comprimido.

— Vê se ajuda. — Coloquei a cartela e um copo d'água na bancada e vi a garota tomar um dos comprimidos. — Eu vou comprar nosso café, vocês querem algo? 

— Na real, meus pais estão me enchendo de mensagens. — Kie disse. — Eu preciso ir o mais rápido, você sabe como eles são, mais tarde eu passo para buscar minhas roupas.

— Eu também preciso ir.— Sarah disse.

— Certo, quando chegarem me avisem por favor. — Eu disse. E vi as mesmas assentirem e descerem.

A minha cabeça ardia, os meus pensamentos estavam prestes a explodir e era capaz de sair uma fumaça da minha cabeça. O que eu faria? Onde eu teria que morar? Dar um passo para trás e ter que morar junto a minha mãe não é uma opção.

Observando a vida dos meus amigos, depois de toda aquela causa e enfim, desaparecimentos, ouros, tudo se estabilizou, exceto a causa do pai do Sarah. Kie e seus pais se resolveram, de vez em quando eles pegam no pé dela, JJ acabou seu último ano na escola, Sarah tem uma relação parcialmente estável com sua família agora, John B está estável com seu pai também e eu, eu estou tentando sobreviver com hipoglicemia recém descoberta, aluguel atrasado e mil trabalhos arranjados as presas.

Liguei a água gelada do chuveiro com todos aqueles pensamentos vagando, tirei meu pijama, desamarrei o cabelo.

— Pelo menos não preciso dar aula de piano por um tempo — Eu disse para mim mesma. Queria me convencer de que algo estava bom em minha vida.

𝐈𝐌𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora