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  Confesso que a primeira noite foi um tanto difícil, eu mal consegui manter meus olhos fechados.

Desci direto para a cozinha para fazer café, eu estava louca pra comer.

— Bom dia Pequena, como foi sua noite? — Khalid havia acordado na mesma hora que eu. Suas mãos deslizaram em minha cintura e seus lábios frios tocaram minha testa.

— Bom dia Khalid. — Eu ignoro o máximo possível de suas palavras, me culpar por suas ações já não me fazem tão mal assim mesmo sabendo que é algo no qual eu não posso deixar passar.

Meu pai me abandonou, fui molestada metade da minha adolescência, descobri ter diabetes, meu irmão aparenta querer me matar e meu padrasto continua querendo me abusar, acho que se conformar com o ruim é o que eu mais sei fazer.

Meu celular vibrava no bolso do meu short.

           "mensagem de kiara."

   — Festinha hoje?
09:30am


 

                                              Não vai rolar
                                                           9:32am

— Qual é Ally, vamos por favor!
9h32am

                                                         As 21h? —
                                                           9h33am

— Em ponto!
9h33am

E em poucos minutos eu já estava de volta a realidade. Pelo menos no final do dia teria a companhia de kie.

— Que ótimo que acordaram cedo. — Minha mãe também desceu para tomar café. — Como dormiu? — Ela perguntou deixando um beijo em minha bochecha.

— Normal mãe. — Eu disse. De fato eu não conseguiria disfarçar por muito tempo. Em seguida, coloquei algumas unidades de bolacha num pequeno pote e os deixei na mesa, eu iria até a farmácia assim que terminasse meu café então deixaria meu celular carregando na sala. — Mama, pode esquentar esse copo de leite para mim? — Eu perguntei e ela assentiu.

Porra, para quem subia três lances de escada aguentar 15 degraus não está nada fácil.

— Porra, cadê essa merda?— Meu quarto ainda estava um pouco bagunçado por isso a dificuldade em achar um carregador. — Achei! — Eu disse um tanto feliz quando achei. — CARALHO.

— Assustada irmãzinha? — Ele disse com os braços cruzados enquanto estava encostado na porta.

— Quem não se assustaria? — Encostei na pequena cômoda que estava ao lado da minha cama. — O que você quer?

— Não pode conversar mais com a minha irmã? Vulgo aquela que mora na mesma casa que eu agora— Ele riu.

— Você acha que eu nao desconfiei? — Eu o perguntei. — Você acha que não sei que me machucou antes que eu me apagasse?

— Desde quando eu demonstrei estar escondendo isso, maninha? — Ele debochou. — Sabe que se você abrir a boca eu faço pior, não sabe? — Ele reforçou a ameaça e eu segui em frente para voltar para a cozinha até sentir suas mãos envolverem meu braço de uma maneira bruta. — Não sabe?

— Se você não estivesse com medo não reforçaria isso, Matteo se você quer me colocar medo tente outra coisa, suas ameaças não me causam um arrepio sequer. — Eu disse a ele, que soltou meu braço assim que terminei de falar.

𝐈𝐌𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora